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6 DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

tuada da politica portuguesa, o nome de uma individualidade possante que foi das mais combatidas e impugnadas.

Todavia ao velho Marquez de Thomar póde a consciencia publica fazer-lhe verdadeira justiça, pelos seus grandes actos, passando-lhe o diploma, perfeitamente verdadeiro, de uma vida honesta e proveitosa.

O Conde de Thomar precisava honrar o seu nome.

A consideração do seu nome e a opulencia da sua fortuna podiam dispensar serviços na vida publica; mas o que é certo é que elle honrou o paiz como parlamentar. (Apoiados).

Não foi longa a carreira do Conde de Thomar como diplomata; mas não se pode deixar de notar que foi uma carreira brilhante, laboriosa e honesta.

O Conde de Thomar, como parlamentar, tomava interesse pelas questões internacionaes; sempre a sua opinião era ouvida e respeitada pelo Parlamento. (Apoiados).

Agora, Sr. Presidente, vou referir-me a um cavalheiro de memoria muito saudosa para mim, a um trabalhador infatigavel, a um homem de multiplas aptidões; refiro-me a Cunha Bellem. (Apoiados).

Sr. Presidente: se são dignos de benemerencia todos aquelles que se empenham esforçadamente pelas lutas da vida, se são dignos todos aquelles que procuram um procedimento avisado e impolluto como dictame de honra, se são dignos da consideração publica aquelles que norteiam o seu procedimento a bem do patriotismo e a bem do paiz, tendo apenas como fanal o desinteresse, a abnegação e o zêlo, muito merece a consideração d'esta Camara a memoria de Cunha Bellem. (Apoiados).

Como jornalista, pugnou ao lado dos mais notaveis, nessa estacada por vezes tão perigosa e eriçada de espinhos; pois nunca se serviu da pena como punhal. Escriptor e critico de arte procurou manter sempre bem aprumado o fiel de uma justiça impeccavel.

Muitas vezes elogiou; nunca procurou deprimir. Muitas vezes corrigiu; nunca empregou aspereza. Corrigiu pelo conselho, pelo estimulo. Foi um medico e a sua philantropia nunca lhe permittiu observar se os seus serviços lhe seriam ou não rendosos. (Apoiados). Foi eminentemente dedicado ás sciencias, e deixou no paiz um nome laureado; foi um funccionario exemplar. Procurou estreitar e unir bem os laços de solidariedade da sua classe, onde tinha amigos verdadeiros.

Sr. Presidente: a minoria regeneradora d'esta camara deposita uma lagrima de estremecida saudade sobre a memoria d'esse antigo correligionario, cuja individualidade tinha uma physionomia tão sympathica.

Sr. Presidente: Tavares Perdigão era uma das esperanças mais auspiciosas da nova galeria dos homens politicos de Portugal. Lucido no talento, como correcto no proceder; zeloso e activo no cumprimento dos seus deveres profissionaes, como dedicado nos seus deveres de partidario. Associo-me ao justificado pesar que deve sentir o partido progressista pela perda d'esse correligionario.

Guilherme de Santa Rita! É com profunda saudade que a minoria regeneradora d'esta Camara vem deplorar a perda de um companheiro de trabalho tão estimado.

Ninguem mais que elle procurou illustrar o seu nome pelo estudo e pelo trabalho. Foi talvez esta a causa primordial do seu tão precoce passamento, que nós sentidamente deploramos.

Ferreira Galvão foi meu amigo intimo e dedicado; todos que tiveram o prazer e a satisfação do seu convivio particular chegaram a avaliar os dotes nobres do seu coração de fidalgo.

Manoel Garcia da Rosa, Antonio Lucio Tavares Crespo e José Antonio de Almada foram todos funccionarios que souberam sempre conciliar as necessidades da missão profissional, com as exigencias a que ás vezes levam as obrigações da disciplina partidaria.

Sr. Presidente: a minoria regeneradora d'esta Camara inclina-se, pois, respeitosa e reverente perante a memoria dos extinctos; porque, se são dignos de benevolencia todos os que esforçadamente se dedicam na luta da vida, são tambem dignos da consideração publica os que militam nas lutas da politica, lutas de todos os dias, ás vezes bem espinhosas e difficeis. (Apoiados. - Vozes: - Muito bem).

(S. Exa. não reviu).

O Sr. Luciano Monteiro: - Sr. Presidente: não é a primeira vez que uso da palavra sob a presidencia de V. Exa. E habituado, como estou, a admirar o seu espirito de justiça e imparcialidade, dirijo os meus cumprimentos a V. Exa., esperando que a atmosphera politica que se respira nesta casa não altere essas brilhantes qualidades.

Pela minha parte posso assegurar a V. Exa. que o partido regenerador liberal, a que tenho a honra de pertencer, tem um unico proposito: cumprir honradamente a sua missão.

Dito isto, associo-me, em nome do partido a que me honro de pertencer, á homenagem prestada á memoria dos illustres Deputados fallecidos. (Apoiados).

(S. Exa. não reviu}.

O Sr. João de Sousa Tavares: - Como parente proximo e amigo do major de artilharia Arthur Tavares Perdigão, cumpre-me agradecer ao nobre Ministro da Marinha e ao illustre leader da maioria progressista, e ao meu querido amigo Sr. Pereira dos Santos, as referencias especiaes com que honraram a memoria de Arthur Perdigão, esse querido morto, cuja intelligencia deixou um rasto brilhante nas escolas superiores (Apoiados), e em todos os ramos de serviço publico em que collaborou, e que teve o raro condão de despertar sympathias em todos que com elle conviveram. (Muitos apoiados).

(S. Exa. não reviu).

O Sr. Serras Conceição: - Como representante do paiz cumpre me o dever de associar-me ás homenagens prestadas á memoria dos illustres extinctos.

Todos elles merecem bem a manifestação da Camara pelos serviços que com tanta lealdade prestaram ao paiz; mas permitta-me V. Exa. que eu faça uma referencia especial ao meu saudoso amigo Tavares Crespo.

Foi um fiel servidor do paiz, prestando-lhe relevantissimos serviços, um eminente homem de letras e um notavel jurisconsulto.

A sua palavra era serena e clara, sendo acatada com respeito. Dotado de primorosa educação, filho de Alcobaça, foi um dos homens mais prestantes para aquella formosissima villa, que tenho a honra de representar nesta casa do Parlamento. E nesta qualidade eu presto á sua memoria rendida homenagem da minha profunda magua. (Vozes: - Muito bem).

(S. Exa. não reviu}.

O Sr. Roboredo Sampaio e Mello: - Propoz V. Exa. um voto de sentimento pela perda dos nossos collegas durante o interregno parlamentar.

Peço á camara que me releve a ousadia de usar da palavra, depois de o terem feito de uma maneira tão brilhante os illustres oradores que me precederam; mas não podia deixar de o fazer, porque entre os illustres Deputados fallecidos que o Sr. Presidente citou ha um a que não podia deixar de me referir, não só por ser um poeta distincto, um litterato de valor, mas tambem por ter sido meu antigo companheiro de escola. Chamava-se Luiz Antonio Gonçalves de Freitas.

Guardo d'elle recordações saudosas que sempre ficam d'esses tempos. Isto explica o motivo por que, tendo pedido a palavra para me associar ao voto de sentimento