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6 DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

José Jeronimo Rodrigues Monteiro.
José Maria Cordeiro de Sousa.
José Maria de Oliveira Simões.
José Maria Pereira de Lima.
Luis da Gama.
Mariano José da Silva Prezado.
Rodrigo Affonso Pequito.
Visconde de Coruche.
Visconde de Ollivã.

Secretaria de Estado dos Negocios das Obras Publicas, Commercio e Industria, em 6 de marco de 1909. = D. Luis Filippe de Castro.

É approvada.

O Sr. Augusto de Castro: - A Camara conhece já este facto, que de resto já vem hoje publicado nos jornaes: o fallecimento do grande actor Taborda.

Taborda foi uma das mais altas glorias da arte, e sendo a arte a mais alta expressão do progresso moral de um povo, Toborda foi um dos maiores agentes, um dos maiores obreiros da civilização do nosso tempo, e pode e deve ser considerado como legitima e autentica gloria nacional. (Apoiados geraes).

Mas, antes de tudo, neste tempo -de desnacionalização crescente em todos os ramos da intelligencia e do sentimento, é preciso e conveniente dizer que Taborda foi, acima de tudo, um artista com um temperamento eminentemente português. Foi, como João de Deus, um artista em que palpitava todo o lyrismo, todo o sangue, toda a alma portuguesa.

É mais uma razão para que o Parlamento Portugues não fique indifferente á morte d'este grande artista.

Não quero cansar a attenção da Camara.

Em meu nome e no do Sr. Eduardo Schwalbaeh, que não póde comparecer á sessão de hoje, porque tem de assistir, como director do Conservatório, ao enterro do illustre artista, envio para a mesa a seguinte

Proposta

Proponho em meu nome e em nome do Sr. Eduardo Schwalbach que a Camara lance na acta um voto de profundo sentimento pela morte do grande actor Taborda - e que deste facto se de conhecimento á famiiia do illustre artista. = Augusto de Castro.

Lida na mesa, entra, em discussão.

(O orador não reviu).

O Sr. Presidente do Conselho de Ministros e Ministro do Reino (Campos Henriques): - Pedi a palavra para me associar á proposta que acaba de ser feita pelo Sr. Augusto de Castro, em seu nome e no do Sr. Deputado Eduardo Schwalbach.

O illustre extincto foi realmente um actor genial e um grande homem de bem. (Apoiados geraes).

Com muito sentimento associo-me, pois, em nome do Governo, á proposta que acaba de ser feita.

(O orador não reviu).

O Sr. Conde de Paçô-Vieira: - Acompanhando este lado da Camara, associo-me ao voto de sentimento proposto pela morte do eminente actor Taborda.

Estão mudados os tempos com. relação á condição social dos actores. Ha seculos, os actores eram homens de inferior cotação na sociedade.

Pouco a pouco, elles impuseram-se pelo talento, e chegaram ás mais altas culminancias.

Os Governos dão-lhes as mesmas condecorações com que distinguem os outros obreiros da civilização.

Em França, vivem e morrem - como Coquelin, o amigo de Waldeck-Rousseau, e como a deliciosa Bartet cheios de honras e prestigio.

A Inglaterra concede-lhes os seus difficeis titulos de nobreza, como succedeu com Irving, o interprete genial de Shakespeare.

Em Portugal, ao lado dos maiores comediantes estrangeiros, podia-se collocar Taborda (Apoiados geraes). Elle foi um grandissimo artista, e foi tambem um bonissimo coração. Este homem, que fez rir gerações com as mais francas gargalhadas, teve a gloria de ser na morte chorado pelo seu país. E hoje, lendo nos jornaes as palavras escritas pelos seus collegas, sentia-se n'ellas a sinceridade de uma grande admiração, e n'ellas palpitava intensa magua verdadeira, que é a de nós todos e a da nação que representamos.

Vejo na galeria d'esta Camara os artistas do Theatro de D. Maria que vieram aqui para se associarem a esta commemoração funebre, que tanto honra o Parlamento.
Taborda não recebeu, como Irving, o titulo de baronet, nem foi milionário como Coquelin, mas recebeu uma consagração superior aos titulos de nobreza e aos brilhos da riqueza:-teve no Parlamento Portugues a commemoração funebre. (Vozes: - Muito bem).

(O orador não reviu.)

O Sr. Pereira dos Santos: - Em nome do partido regenerador, associo-me á proposta do illustre Deputado Sr. Augusto de Castro.

O actor Taborda foi sempre digno da consideração de todos os individuos que se honravam em conhece-lo, e fui um eminente artista no nosso país.

Em nome dos meus amigos e no meu proprio, com toda a sinceridade me associo ao votode sentimento. (Vozes: - Muito bem).

(O orador não reviu).

O Sr. Manuel Moreira Junior: - Em nome do partido progressista, que tenho a honra de representar nesta casa do Parlamento, me associo ao voto de sentimento proposto pelo Sr. Deputado Augusto de Castro.

Taborda foi um actor eminente, possuindo dotes excepcionaes, e foi um bom coração. Portanto, associo-me ás palavras dos outros oradores. (Vozes: - Muito bem).

(O orador não reviu).

O Sr. João Pinto dos Santos: - Pedi a palavra para me associar ao voto de sentimento pela morte do glorioso actor Taborda.

Aproveito o ensejo para chamar a attenção de V. Exa., Sr. Presidente, para o seguinte:

Não ouvi que esta proposta fosse considerada urgente e as propostas, segundo o artigo 115.° do regimento, não podem ser immediatamente discutidas, sem a Camara as considerar urgentes.

Ora, discutir esta proposta, como urgente, sem ter sido approvada a urgencia, é uma anomalia.

O Sr. Presidente: - Tem V. Exa. razão. Mas o Sr. Deputado Augusto, de Castro, no uso do seu direito, mandou para a mesa esta proposta e o costume, como V. Exa. sabe, é considerar sempre estas propostas como urgentes.

O Orador: - Este reparo não significa, como decerto V. Exa. e a Camara comprehendem, que eu não approve a urgencia da proposta, associando-me commovidamente, como já disse, ao voto de sentimento pela morte do illustre artista.

(O orador não reviu).

O Sr. Almeida Garrett: - Em nome dos meus amigos, associo-me á proposta do Sr. Augusto de Castro.

O Sr. Brito Camacho: - Sr. Presidente: ha pouco, quando o Sr. Luis da Gama pediu a palavra para um nego-