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exacta da Lei, e que se nessas círcumslancias não estavam os seus amigos políticos approvados dizia—• tomai-os lá: mas tome lá o que, e para que? Pois o illlistre Deputado pôde fazer presente dos seus Col-lega?, que já não são os seus Collegas e Compartida-rios, mas Deputados do Paiz? Pois o illuslrc Deputado não disse hontem que a própria Lei não tinha rneios de repellir desta Casa os Deputados? (O Sr. Joté Estevão: — Vão-se elles embora voluntariamente) Repito o que disse hontem urn dos meus Colle-gas: também me não incommodam os duetos. Diz-se — Vâo-se elles embora—: mas, Sr. Presidente, não seria muito mais lógico e mais opportuno, que as reflexões que vieram a fazer-se tarde sobre a eleição deste Sr. Deputado, se tivessem feito onteriormente quando se tractou outra eleição? Não se provava assim diais a integridade dos seus princípios, e da severidade da sua consciência ? Creio que sim ; e de mais, Sr. Presidente, eu ouvi dizer aqui ao mesmo Sr. Deputado, que desejava que houvesse 40 Companhias, e 40 Directores de Companhias, para votar contra todos elles; pois, Sr. Presidente, faltavam só 37 e o Sr. Deputado não votou senão contra um. Para se provar a integridade de que se vem fazer ostentação, é necessário ser lógico e coherente nos proce-cedimenlos, aliaz não se passa de palavras: nós tam-. bem podemos ser generosos desse modo, e se a generosidade- d tão fácil, muito pobre virtude c ella : nós também podemos dar aquillo que não e nosso.

Ainda houve da parte do mesmo Sr. Deputado, para com este lado da Camará, algumas insinuações, que eu apenas qualificarei de menos benévolas. Disse o Sr. Deputado, que não desejava que alguém viesse aqui fazer provocações: na minha posição especial, eu não posso deixar de tomar ein conta as palavras do illustre Deputado; e não posso bem attingir, se o nobre Deputado se dirigiu a mirn (O Sr, José Este-veio:-—Náo sei o que o nobre Dequlado diz, não me recordo do que tenho diclo).

Pois,eu o digo: desse lado da Camará partiu uma insinuação, que pôde jnlgar-se desagradável a este lado, e sobre tudo a ruim pela minha posição especial. Disse o nobre Deputado por Aveiro e Lisboa; que lhe parecia, que dos exemplos, por nós citados se indicavam intenções de lavrar um pacto: se era a mirn, que o nobre Deputado se referia, devo decln-rar á Camará, que eu nunca procurei, nem concordarei em pactos de similhante natureza, pados desses não se fazem : e como quer o illustre Deputado, que podesse haver pactos entre fuctos já consummados e aquelles que dependem da saucção da Camará? Sr. Presidente, seja eu a primeira viclima da Le1, mas seja lambem a da igualdade: se se intender que a Lei me deve ser applicada, appliquc-se-me, mas o principio que se applicar para mim, applique-se a todos, e sairei, não direi com gosto, mas com resignação, desta Casa : é necessário, que a Lei se torne rigorosa, e sobre tudo equitativa (Apoiados—foses; — Vamos á matéria).

Sr. Presidente... estão-se fazendo allusões da parte do illustre Deputado (O Sr. José Estevão: — Não era a ninguém).

Então estamos fazendo allusões a phantusmas.

O Sr. Presidente: — Eu o que peço é que haja ordem, para que não tenha logar algum incidente desagradável: peço ao nobre Deputado, que se restrinja á matéria.

VOL. 1.°—JANKIRO —1852.

O Orador:—' Eu sinto, que sendo a segunda »ez, que me levanto nesta Casa para fallar, tenha a desgraça de provocar sempre interrupções: não sei, se o defeito está em mim, se está nos outros, acredito que está em mim ; ainda que eu sempre que me levanto para pedir a palavra, não tenho intenção de dirigir uma única provocação a ninguém; Dias creio que lenho direito, explicando o que disse, de promover explicações iguaes da parle dos Srs. Deputados; sobre tudo quando as suas palavras parecem trazer envolvido um segundo sentido.

Sr, Presidente, toda a queslão se reduz a saber, se effeclivarnente ha exemplos análogos ao de que se tracta, ou não; se os ha, a Camará não pôde deixar de seguir esses exemplos; se os não ha, demonslre-se. Porém alguns Deputados tendem a interpretar estes casos pela letra expressa da Lei, e a outros fazendo distincção: e pergunto eu quaes são es limites que separam a letra da Lei dos casos a que se pôde applicar 1 É necessário applica-la rigorosamente a uns e a outros; e e isso, e somente isso quê eu peço, e que peço á Camará sem interesse por uns, e sem animosidade por outros.

Sr. Presidente, seguramente o terreno, em que a questão foi collocada por aquelle lado da Camará, quero dizer, o lirar desta questão allusões do passado, é extraordinário. Eu deploro, que possa collocar-se algum dos lados da Camará na necessidade, para si K* defeza, de vir ao campo das reconvenções: porque esse campo, Sr. Presidente, pôde ser fecunde. Neste Paiz de vencidos e vencedores alternados, quem é, que pôde atirar a pedra á mulher adultera? Nós todos temos alguma culpa : Iodos os Partidos podíamos lançar-nos em rosto alguma cousa reciprocamente; mas será para isso que eslarnos aqui? De certo que não: sejamos misericordiosos ate' certo ponto, sejamos generosos mesmo, se quizermos, que nos perdoem. K u vejo que aquelle lado da Camará tende a recordar as nossas dissenções: era isto sobre tudo, que eu desejaria vf-r a(Tíista°do. Hntrelanto não se nos pôde'tolher o direito da defeza; direito de que todavia eu não quero usar largamente; porque posso cair naquelle abuso que condemno.

Sr. Presidente, parccc-me que a questão foi hontem collocada no terreno lógico pelo Sr. Deputado Rcbello da Silva: e ou não Caixa do Contracto o Sr. Costa Lobo ? Urna cousa é sel-o, outra cousa e! podcl-o vir a ser. Se unicamente o pôde vir a ser, parece-me que não se lhe pôde applicar a Lei; neste caso não resta senão a incompatibilidade, não se dá a inelegibilidade. E por esta occasião lembrarei ao Sr. Deputado José Estevão, que hontem accusou este lado da Camará de ter dito, que não aceitava o principio das incornpatibilicladcs, que não foi isso o que eu disse: o que eu disse, e, que aceitava o principio das íncompatibilidades, salvando o direito da opção;.esse admitto-o, e admitto-o largamente.

Sr. Presidente, nada mais direi, e peço a benevo-, lencia da Camará para o mal alinhado das frases, e de palavras, que possam ter parecido menos justas, na certeza de que não foi, não e, nem será nunca minha intenção fazer provocações; mas eu não podia deixar de responder ás provocações alheias.

Neste sentido pois, resta-me unicamente insistir ainda pedindo á Junta, que tome bem nota dos precedentes apontados, dos exemplos, das analogias sobre resoluções já por ella tomadas, afim de que nu