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que he absolutamente nova: em todas as assembleas legislativas nunca depende a nomeação das Commissões do arbitrio dos membros que as hão de compor, sempre são nomeadas a arbitrio do mesmo corpo legislativo; o os membros sujeitão-se, e devem-se sujeitar áquella nomeação. Certamente nem deve ser de outro modo, aliás se á livre vontade de cada um ficasse pertencer ás Commissões, qual seria o membro que quisesse permanecer naquellas cujos trabalhos são tão improbos, e assiduos? Na de fazenda, por exemplo? Todos se escusarião: seria necessario um amor da patria muito exaltado para querer estar em taes Commissões por todo o tempo de uma legislatura; e mormente naquelles que tivessem sido nomeados para tres ou quatro Commissões. Parece pois que se deve admittir o que diz o Sr. Xavier Monteiro; embora se admittão algumas escusas, tomando em consideração as causas que as motivão, mas não se de tanta extensão á faculdade de escusar-se, que fiquem sem membros as Commissões.
O Sr. Presidente poz a votos, se se votaria já sobre a lista do modo decidido, ou se esperaria para amanhã. Resolveu-se, que se votasse já.
O mesmo Sr. manifestou que tinha observado que na lista se propunha para alguma das Commissões o Presidente, e Secretarios, o que era contra o regulamento.
O Sr. Xavier Monteiro: - A Commissão teve em vista o que o Sr. Presidente acaba de manifestar; mas julgou que a mente do artigo do regulamento era, que o Presidente e Secretarios não podessem ser membros das Commissões no entanto que exercião aquelles cargos, mas que o podessem ser depois; e até concebeu, que parecia cousa dura que um Deputado, por ser um mez Presidente, deixasse de pertencer depois a alguma Commissão em que podesse ser util.
Passou-se a votar por partes a lista apresentada pela Commissão das Commissões, e foi approvada com declaração de que os Srs. Corrêa da Serra, e José de Sá ficarão tambem membros da Commissão de agricultura; José Camillo Ferreira da do commercio; João Pedro Ribeiro da ecclesiastica do expediente; Felgueiras Senior da de justiça civil; Martins Basto, e Veiga Cabral da de justiça criminal; Pinto da França, e Manoel de Castro da militar; Liberato Freire, e Pinto de Magalhães da de redacção de leis; Lede da de saude publica; Freire, e Felgueiras Junior da do regulamento interior das Cortes.
Tendo indicado o Sr. Secretario Felgueiras que seria necessario nomear uma Commissão de poderes, se resolveu, que a nomeasse o Sr. Presidente.
O Sr. Pato Moniz: - O Congresso acaba de approvar todas as Commissões; eu respeito muito as suas deliberações, e estou pronto a concorrer com as minhas poucas forças a quanto possa contribuir para o bem da causa publica. Ainda que esteja nomeado para tres Commissões, não me escuso: todavia como o estou para a redacção do diario, que não sendo de muita importancia he de muita impertinencia, segundo poderão informar os membros das anteriores, e como, (desculpe-se-me trazer estes factos á lembrança) como não posso esquecer-me do que um dos mais illustres membros das Cortes passadas, e que o foi da primeira Commissão da redacção do diario teve mui mal havidos desgostos, e eu os tive como redactor, a fim de evitar iguaes inconvenientes julgo muito necessario, que a Commissão actual seja sufficientemente autorizada para prover quanto seja possivel a tudo o que se tem opposto ao melhor estado do Diario. Nós não temos tido até aqui bem diario, nem o poderemos ter absolutamente bom, e isto por duas razões principaes: uma pelo máo estado em que está a impressão nacional, pois talvez esteja peior que no tempo do antigo administrador Annes, e outra pela falta de habeis taquygrafos, porque não temos mais que um habil taquygrafo, que he o taquygrafo mór Angelo Raymundo Marti. Esta falta aumenta-se pela falta de comparecimcnto dos outros ás sessões; ontem mesmo notei, que não compareceu n'uma das mesas o taquygrafo a quem pertencia. Lembro-me que n'uma das sessões das Cortes constituintes o dito taquygrafo mór Angelo Raymundo Marti fez uma representação com varios quesitos, n'um dos quaes pedia que se lhe desse a força moral sufficiente para prover como entendesse. Julgo por tanto necessario, que a Commissão seja autorizada, e que o seja tambem o mencionado taquygrafo, para fazer quanto convier ao melhoramento do diario das Cortes. He do meu dever expôr isto ao Congresso, porque estou bem ao facto do estado em que se acha a redacção, e porque conheço que sem medidas energicas nunca elle chegará ao estado possivel de perfeição.
O Sr. Freire: - Eu apoio o que acaba de manifestar o illustre Preopinante: tudo quanto acaba de dizer he muito certo, e he indispensavel que se adopte alguma medida, porque a materia he muito digna de attenção: he certissimo que o estabelecimento da redacção do Diario se achava no fim das Cortes Constituintes quasi peior que ao principio. Póde a Commissão combinar, e apresentar um regulamento como entender, para que as Cortes o tomem em consideração. Rogo a V. Exc.a que convide a Commissão a apresentar ás Cortes o dito regulamento.
O Sr. Presidente poz a votos, se a Com missão da redacção do Diario proporia á approvação das Cortes um regulamento para o melhoramento do mesmo, e se resolveu, que sim.
O Sr. Presidente nomeou aos Srs. Freire, Soares Franco, Camillo, Joaquim Lopes da Cunha, e Brochado de Brito para a Commissão que deve organizar os projectos do regimento dos administradores e contadores das provincias, e de mais leis fiscaes.
Nomeou mais aos Srs. João da Silva Carvalho, Manuel José Rodrigues de Araújo Costa, Francisco Rebello Leitão, Rodrigo de Sousa Castello Branco, e Roque Ribeiro de Abranches para a Commissão encarregada de legalizar os poderes dos Deputados.
O Sr. Secretario Felgueiras deu conta de um officio do Secretario d'Estado dos negocios da Justiça em que remette o seguinte