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que &e pôde chamar anarchico, as Leis opprimem uns e deixam (impunes tos crimes dos Doutros. O Dis-triclo de Villa Real como toda u província de que faz parte, está n'uma grande distancia da Capital, distancia que centuplica a diíficuldade das com mu-nicaçòcs, c em geral ignoram-se os inlercssesdaquella província, o o caracter e as necessidades dos seus 'habitantes, e não se providenceia contra os vexames que elles aoffretn.

Até ao meado de Outubro os dois Partidos que tencionavam eornbuter-se perante a Urna, -estiveram exclusivamente entregues aos trabalhos eleiloraes. Ambo» tinham começado por procurar fazer eleger Commissôes de Recenseamento, compostas de Cavalheiros q*ie partilhassem as suas opiniões políticas; estas comniiasòes estavam trabalhando nos recenseamentos, c muita gente andava promovendo a candidatura do* seus correlegionarios políticos, para alcançar por esse modo maioria legaJ no Collegio Eleilo-ral. Entre estes andava o Sr. iVlarcos José Ferreira, um amigo meu com ;bustant.o influencia no sou Con» celho de CaneMas, e nos Concelhos visinlros do Peso da Regoa, e Mezão-Frio. Este Cavalheiro foi insultado pelos irmãos >do' Administrador do seu Couce-' lho, teve motivos pára julgar que a sua existência corria algum risco, e que tendo apenas escapado por ser encontrado nomeio de uma povoação, veiu, acompanhado das principaes pessoa» do seu Concelho, apresentar :as suas queixas ao Governador Civil. E que .providencias deu esta Auctoridade ? Deu ao Sr. Marcos o'Óptimo conselho de se'não mettcr nuselei-ções, e nenhuma satisfação poios insultos de que clle esteve paia ser victima.

Quando posteriormente eu cheguei a casa de meu Pai, fui procurado por algumas pessoas de Villa Real, que desejavam fazer-me um cumprimento. Todos sã-' bem como aquelles ci.dadãos pacíficos foram recebidos á sua entrada naVil

A vida e .a .liberdade de todos os Cidadãos não es-lavu sulTicienteiHente garantida, assim o julgava muita gente .daquelles sítios, e assim o julgavam os Membros da .Coininissão de Recenseamento de Villa Real, e os Cidadãos .que as&ignaram ;a-representação ao Go-verno, e que foi por este remei tida a"esta Junta. Fortim 72 os signatários dessa 'Representação, e o Go-vcrnedor Chil informa que muitos'lhe são desconhecidos, outros pouco respeitáveis; e em seu abono ré-1 im-lle nrn elogio que e assignado |)or 205 Cidadãos daijuelle Dislrioto. E na'realidade iriuito de admirar que se achem tantas pessoas que elogiem a primeira Auctoridade, da terra em que-eslão vivendo, e ião pó u* rã r. que tenham a coragem de accusa-la publicamente ! !! Na minha opinião o contrario é que mo cau^ •garia admiração. Agora pára lirar toda a duvida a esta Assernblea, chamarei a sua attenção sobre o tcs-

tirnuhho.de estima que muitos habitantes do Dialri-cio de Villa Real acabam de dar ao Sr. António José de Sousa Almada, ex-Secretario do Governo Civil. Alli se nola que tantos dotes, tantas virtudes cívicas poucas vezes caracterisam um homem qualquer, menos ainda uma Auctoridade ; 824 habitantes dos quaes 16 Bacharéis e ÒL Padres, não duvidaram as-signar esta censura indirecta ás Auctoridades qun elles tem conhecido. O [''unccionario demittido recebe um lestimunho de estima de 824 cidadãos, e o Func-cionario que provavelmente promoveu a demissão da-quelle, e que está exercendo o primeiro logar naquel-le Districto,encontra apenas 205 pessoas que queiram publicamente declarar queápprovam os seus actos!..

Na realidade seria muito para desejar que se mandasse áquelle Districlo uma Commissão de Inquérito para tomar conhecimento do modo porque alli se administra a justiça e se observam as Leis.

Sr. Presidente, o desejo que tenho de não tomar muito tempo a esta Assembléa me obriga a ser breve : também eu podia dizer alguma cousa na questão das cifras. O illustre Relator da Commissão ha-de provar de uma maneira que espero convença a todos que o Collegio Eleitoral não funccionou com o numero indispensável de líleilores legitimamente eleitos. Cornludo não posso deixar de responder a alguns dos argumentos produzidos pelo illustre Deputado por Chaves, querendo provar o contrario. S. Ex.a estabeleceu que, sendo GG a maioria absoluta de 130 e ,'M a maioria absoluta de G6, ,'3-t votos legilimos conformes bastavam paru tornar válida a eleição de qualquer Deputado por aquelle Circulo. Deite modo 34.- vinha a ser a .maioria absoluta de 130, o que deixo ao bom senso de cada um apreciar devidamente. Em matéria de cifras não se podem admillir sofismas. Também se tem procurado demonstrar que 03 Eleitores que protestaram, e aquelles q.iic tendo apresentado os seus diplomas se retiraram posteriormente^ funccionaram Jio Coilegio Eleitoral, e para prova cita-se a.formação daJVlosa definitiva. E preciso que se note que a Mesa não foi votada, mas acclarnada no meio'do tumulto que reinava -naquella Assembléa; Os Eleitores que não queriam validar com a sua presença os> actos daquella Assembléa, quando apresentaram .o seu Protesto, dando os motivos que tinham para não tomar parle nos trabalhos eleitoraes. foram in-sullados pelos Collegas e pelas Aucloridades que nlli se ac.havíim indevidamente.-O Administrador'do Concelho de Canellas torhou-se notável pel.i sua violência. No dia immediato urn cios Eleitores o'Sr. Sebastião Maria da Nobrega leve coragem bastante par.á , vollar ao Collegio Eleitoral, apresentou u'm segundo Protesto contra os insultos que na véspera lhe tinham sido dirigidos, e tão pouco o consideravam como fazendo parte do .Collegio Eleitoral, que lhe não ad-miltiram o seu novo Protesto, nem o mencionaram na Acta. Entre os documentos que eu apiesentei nesta Cas.i, está este, todo escripto da letra do sobredi-clo Eleitor e assignndo por elle.