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SESSÃO N.° 9 DE 6 DE JULHO DE 1897 87

que tem havido na venda dos adubos. A isto visa a proposta.

A quarta proposta tem por fim auctorisar o governo a fazer obras hydraulicas no Alemtejo, que se destinam ao aproveitamento das aguas para irrigação, como vantagem para os terrenos incultos, e mesmo para aquelles, que quando cultivados, podem auferir maior força productiva por este meio.

A quinta proposta tem por fim auctorisar o governo a promover e auxiliar a formação de uma companhia vinicola no sul do paiz.

Finalmente, a sexta proposta diz respeito á creação do fundo nacional do fomento.

Peço licença á camara para ler esta proposta, dispensando-me da leitura do relatorio, porque me parece que ella é o complemento de todas as outras, de que já tenho dado noticia.

(Leu.)

As propostas vão publicadas na integra, no fim d'esta sessão a pag. 105.

O sr. Presidente: - Declaro á camara que temos de entrar na ordem do dia ás quatro horas e um quarto.

O sr. Ministro da Guerra (Francisco Maria da Cunha): - Pedi a palavra para apresentar, alem das propostas relativas á fixação da força do exercito no anno actual e ao contingente para o exercito, armada, guardas municipaes e guarda fiscal, varias outras propostas de lei; e desde já declaro que ellas são mais para regularisação de serviços do que para a sua reforma.

A primeira proposta tem por fim facilitar aos mancebos as remissões do serviço militar.

A segunda que se refere ás praças de guerra, tem uma grande importancia, porque alem de trazer uma importante economia ao thesouro, facilita ás camaras municipaes o poderem aproveitar os terrenos para melhoramentos hygienicos.

Pareceu-me tambem opportuno modificar o quadro dos almoxarifes que é um quadra demasiado grande, cuja verba no orçamento é hoje importante.

O decreto de 10 de dezembro de 1895 estabelece a fórma por que se hão de determinar as servidões das praças de guerra, mas a commissão de engenharia e artilheria entendeu que devia ser modificada essa condição com a vantagem de augmentar a propriedade particular, sem prejuizo da questão de defeza.

Tem, portanto, bastante alcance, esta proposta de lei que muito interessa os particulares.

Pela terceira proposta é transformada n'um regimento de seis baterias activas a brigada de artilheria de montanha.

Nas nossas campanhas gloriosissimas no ultramar, em expedições para ali enviadas, reconheceu-se que a artilheria de montanha era a mais propria para o serviço das colonias, onde mostrou a sua efficacia e vantagem.

Nós tinhamos primitivamente duas baterias de montanha, e se ellas fossem enviadas para o ultramar, ficariamos sem nenhuma no continente.

Depois organisaram-se mais duas e d'essas já tivemos tres no ultramar, ficando uma no continente. Se fosse indispensavel rendel-as, não havia meio de o fazer.

Para obviar a este inconveniente é que apresento esta proposta de lei, sem augmento de despeza.

A quarta proposta tem por fim introduzir algumas modificações na lei que rege a escola do exercito.

Eu não pretendo modificar a economia d'aquella escola, e por isso conservo os preceitos que a regem; a verdade é, porém, que com os preparatorios que actualmente se exigem não temos obtido o numero preciso de officiaes de cavallaria.

Este anno já faltam trinta e nove.

São estas, por enquanto, as propostas que tenho a honra de apresentar á camara, o que para não a fatigar deixo de ler.

Vão publicadas no fim da sessão a pag. 119.

O sr. Marianno de Carvalho: - Mando para a mesa uma representação da associação auxiliadora dos fabricantes de pão, a respeito do regimen dos cereaes em Portugal e dos graves inconvenientes e perigos de diversas ordens que d'este regimen resultam.

Esta representação está redigida em termos commedidos e cortezes; não tenho, por isso, duvida em pedir a v. exa. que consulte a camara se permitte a sua publicação no Diario do governo.

Como se acha presente o sr. ministro das obras publicas, eu desejaria que s. exa. me dissesse, não havendo n'isso inconveniente, se tenciona na presente sessão legislativa apresentar algumas providencias a respeito do regimen dos cereaes.

Reconheço perfeitamente que s. exa. tem o direito de não me responder; em primeiro logar, porque não o preveni com vinte e quatro horas de antecedencia, e em segundo locar, porque não se referindo a nenhum acto seu a minha interrogação, mas apenas á sua intenção a este respeito, s. exa. póde ou não responder-me sem que eu me julgue offendido nos meus direitos parlamentares. No entretanto, se o nobre ministro quizer dar-me informação a este respeito, muito me obsequiará.

Participo agora a v. exa. que lancei na respectiva caixa alguns requerimentos de empregados das cadeias civis de Lisboa a respeito da desigualdade de vencimentos em que se encontram, relativamente aos seus collegas da penitenciaria e da cadeia civil do Porto.

Acho o pedido justo, e estimaria que a respectiva commissão podesse apresentar á camara um projecto de lei a este respeito.

Igualmente deitei na caixa uns requerimentos de capitães em serviço no collegio militar, pedindo que para o tirocinio sejam dispensados dos dois mezes de serviço nos corpos, como se tem feito a respeito de muitos officiaes.

Quando estes requerimentos chegarem á mesa, peço a v. exa. que os mande á commissão de guerra, pedindo a essa commissão o obsequio de dar o seu parecer com brevidade.

Se estivesse presente o sr. ministro dos negocios estrangeiros, aproveitaria a occasião para lhe dirigir uma pergunta que, ha quatro ou cinco dias, tive a honra de lhe annunciar. Mas s. exa. não está presente, apesar de se discutir hoje o projecto de resposta ao discurso da corôa, sem duvida, ou por que algum negocio importante do serviço publico o afasta da camara, ou por incommodo de saude, o que eu muito sentirei; mas, como desejo discutir o assumpto que annunciei a s. exa., que é o mais competente não só pela pasta que gere, mas pela sua alta competencia em todos os assumptos diplomaticos e financeiros, aguardarei a sua presença na camara para lhe dirigir as minhas perguntas; e se a sua ausencia é motivada por falta de saude, faço votos para que se não demore em comparecer.

Consultada a camara, resolveu que a representação da associação auxiliadora dos fabricantes de pão fosse publicada no Diario do governo.

O sr. Ministro das Obras Publicas (Augusto José da Cunha): - A pergunta simples e precisa que me fez o sr. Marianno de Carvalho darei tambem uma resposta categorica e simples: - tenciono apresentar á camara algumas providencies, tendentes a facilitar a divisão do trigo exotico que, porventura, seja necessario importar no paiz para que desappareçam muitas difficuldades e queixas que têem havido em quasi todas as distribuições.

O sr. Kendall: - Mando para a mesa o parecer da commissão de marinha sobre a proposta n.° 6-H, fixando a força naval para o anno de 1897-1898.

A imprimir.