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DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

Discurso do sr. deputado Luiz de Campos, proferido na sessão de 15 de janeiro, e que devia ler-se a pag. 70, col. 2.ª

O sr. Luiz de Campos (sobre a ordem): — Sr. presidente, cumprindo as prescripções regimentaes, vou ler a substituição ao projecto de resposta ao discurso da corôa, que tenho a honra de mandar para a mesa (leu).

Substituição ao projecto de resposta ao discurso da corôa

Senhor. — A camara dos senhores deputados da nação portugueza folga que Vossa Magestade, como primeiro cidadão portuguez, cumprisse o preceito constitucional, e viesse abrir, com a propria mão, as portas dos sanctuarios das leis. D'est’arte mais se estreitam os vinculos que ligam a magestade do Rei á magestade do povo.

A camara exulta com a segurança que Vossa Magestade houve por bem dar-lhe de que continuam amigaveis e sem alteração todas as nossas relações internacionaes.

Não podiam espantar-se os procuradores do povo das provas de sincero affecto e respeitosa amisade que os habitantes das provincias do norte testemunharam a Vossa Magestade e á real familia. A velha lealdade portugueza ainda não morreu em peitos portuguezes.

Perante a consciencia publica tem a pessoa de Vossa Magestade a dupla sagração de Rei constitucional e neto do immortal Duque de Bragança. O povo festejou a Vossa Magestade, porque ama a dynastia filha da liberdade. Mas por entre esses alvoroçados festejos ouviam-se os lamentos e os queixumes do povo que soffria, do povo que pedia a Vossa Magestade que usasse da sua alta prerogativa e convocasse extraordinariamente as côrtes. E o povo pediu debalde. E os conselheiros responsaveis de Vossa Magestade entenderam que as vozes do povo não deviam ser ouvidas.

A camara inculpa e censura asperamente os discolos que planearam contra a segurança publica.

Folga, porém, que taes planos não fossem tão temerosos como adrede se espalhou por parte do governo de Vossa