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144 DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

Circulo n.° 97 (Funchal) - Quatro deputados

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Observações

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Vejo que se fez na Madeira a combinação do quatro nomes divididos por quatro listas para evitar a representação da minoria. Combinaram-se d'este modo os nomes de Sant'Anna, Gonçalves, Vieira e Teixeira.

1.ª combinação. - Sant'Anna, Gonçalves, Vieira.

Nas assembléas de S. Martinho, Porto Moniz, Camara de Lobos, Gaula.

2.ª combinação. - Sant'Anna, Gonçalves, Teixeira.

Nas assembléas de Santa Cruz, Ribeira Brava.

3.ª combinação. - Sant'Anna, Vieira, Teixeira.

Nas assembléas de Santo Antonio, Ganhas, Caniço.

4.ª combinação. - Gonçalves, Vieira, Teixeira.

Nas assembléas de Machico, Sant'Anna, Porto Santo, Calheta, S. Vicente, Seixal, Porto da Cruz.

Aqui estão os quatro grupos que se podiam formar.

Ainda podia haver um caso; e era que os quatro nomes se distribuissem por maneira tal que, se houvesse, por exemplo, 100 votantes numa assembléa, em vez de darem os seus 300 a tres candidatos, dessem 200 a dois, um a cada um, e distribuissem os 100 restantes pelos outros dois candidatos, dando 50 a cada um.

É o que succedeu nas freguezias da Sé, S. Pedro, Santa Maria Maior, Fajã de Ovelha, em que apparecem com votação notavel Sant'Anna, Gonçalves, Vieira, Teixeira, constituindo assim uma quinta combinação.

Ora, vejamos como haviam de proceder os partidos perante a uma para poder realisar este trabalho.

Disse-se aqui, e disse-se com rasão, que um partido, qualquer, para fazer esta divisão, precisa conhecer as suas forças, e depois de conhecer as suas forças precisa disciplinai-as e distribuil-as com uniformidade. Sem se observaram estes preceitos, accrescentou-se, não se póde entrar na batalha.

É preciso observal-os fielmente, já não digo para ganhar a campanha, mas para não a perder completamente.

Já enumerei as assembléas.

Vamos a ver como a distribuição das forças se fez.

Não desejo cansar a attenção da camara com a indicação de muitos calculos. Apenas me limito a apresentar aquelles numeros que são absolutamente indispensaveis.

Desde que na combinação primeira Sant'Anna, Gonçalves e Vieira entravam as freguezias que enumerei, e assim nas outras combinações entravam as outras freguezias que apontei, vamos a ver como hei de eu computar a força dos partidos que se debateram junto das urnas.

Sirvo-me neste caso do elemento que tenho, posto que elles deviam conhecer as cousas antes da eleição. Eram conhecedores das forças para o combate, eu não.

Segundo o resultado da eleição o que eu vejo é que a força dos dois grupos era de um para dois, quer dizer que a votação republicana, comparada com a de todos os outros grupos monarchicos, é sensivelmente metade da de todos esses grupos.

Tomo isto dos factos aqui expressos no processo, e nada mais.

Não digo que isto seja verdadeiro, mas tomo estes números e vou dizer como é que se procedeu.

Se os partidos monarchicos julgaram ter por seu lado dois terços dos eleitores, vejamos como procederam.

As freguezias que deviam votar nas diversas combinações, deram o seguinte:

1.ª combinação .... 2:130 votantes
2.ª » .... 620 »
3.ª » .... 1:190 »
4.ª » .... 3:580 »
5.ª » .... 2:238 »