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titucional e cousa que nunca vi, e também chamar inimigos da Carla Constitucional aquelles que são da Opposição, parece-me uma heresia constitucional, e porque? porque hoje a Opposição não vota com o Governo! Por ventura não pôde ser Opposição, e ao mesmo tempo querer a Carta Constitucional ? Parece-me que sobre este ponto estaremos todos de accordo.

Sr. Presidente, eu disse que tinha pedido a pa-lavra para motivar o meu voto, e por isso nãocan-çarei por mais tempo a Camará, mas antes de deixar a palavra tenho a dizer uma cousa : um destes dias um nobre Orador deste lado da Camará disse u que.os Srs. Deputados novos se costumavam ser-« vir de palavras descotntnedidas e pouco urbanas •>•> eu sou também novo, Sr. Presidente, e já aqui tenho fallado duas, três, ou quatro ve/es em questões incidentes; pedi a S. Ex.a no sabbado que se explicasse, porque rne pareceu que era uma censura muito forte, e a dizer a verdade menos justa ;' S. Ex.a entendeu que o não podia fazer, e então pareceu-me, Sr. Presidente, que censurando elle .o facto incorreu no mesmo, e mostrou que a urba-riidade não era lima propriedade exclusiva daquel-lês que ha muito tempo tinham assento nesta Casa.

Concluindo por tanto, Sr. Presidente, direi que approvo o Parecer da Commissão , stigmalisando todavia todas e quaesquer fraudes e violências que podessem ter havido, e fazendo votos porque elías se remedeiem para o futuro , riâo só porque entendo que as irregularidades que houve , não são suffi-cientes para invalidar as eleições; mas mesmo por--que lambem tenho a convicção de que em matérias destas é muitas vezes necessário sacrificar alguma cousa ás formulas e aos princípios de conveniência pulica. Voto pelo Parecer da Comniissão.

O Sr. Silva Sanches:—Bem desejava eu, Sr. Presidente, não ter de fallar.mais na questão da validade «u ttullidade das eleições, mas factos ha tão extraordinários que seria talvez faltar ao dever de Deputado eleito não os commemorar nesta Camará para'fazer sobre elles r,ecahir a censura, que merecem semelhantes procedimentos. Não me demorarei com o parecer da Commissão ainda que alguma cousa haveria a dizer sobre o eleitor por Villa Pouca de Aguiar: limitar-me-hei, por conseguinte a fallar dos factos extraordinários que influíram , nem podiam deixar de influir no resultado da eleição,. factos que não só tiraram aos Cidadãos a liberdade de votar naquelles que mais confiança lhes mereciam , .mas até mesmo a do accesso á urna: em Truz-os-Montes praticou-se o que se fez em quasi todos os circules eleitoraes das províncias, principiou o vicio pelo recenseamento; immensos Cidadãos que a Lei chamava a dar o seu voto foram excluídos deste recenseamento, muitos que reclamaram, tiveram um indeferimento, e muitos documentos poderia eu apresentar aqui destas violações de Lei praticadas na Comarca de Villa Real, em que a Camará sob os mais inuleis pretextos indeferia as representações dos Ci-•dadãos, e não podendo achar uma única cousa contra o direito que elles tinham a votar, punha por despacho que tinham requerido em papel que não era sellado, que não estava o requerimento àssigna-do; eis-aqui os fundamentos a que\à Camará reduz o indeferimento e pelos mesmos fundamentos o Concelho de Disttriclo indeferia; e Sr. Presidente ,.nãp

foi a um ou a clous que assim indeferiram^ foi a dezenas e dezenas de Cidadãos. Alem disto náo se

julgando bastaníe a exclusão do recenseamento dos Cidadãos que tinham direito a votar, nas véspera* da eleição adulteraram o recenseamento que tinha sido feito, e aquelles que quizeram ir ver o recenseamento que tinha sido affixado depois do praso em que a Lei o mandava affixar por ter passado todo a tempo para as reclamações, quando perceberam ser verídica a noticia que lhes tinham dado da adulteração, foram á Camará reclamar, e nas ruas de Villa Real foram insultados e apupados, (uma vo%:~— Não ha tal.) O Orador: — Não ha tal!'!.. O Escrivão do Juiz de Direito insultou nas ruas de Vilía Real no dia 4 de Junho um Cidadão, e o que é mais, Sr. Presidente, é que o insultador já foi segundo me consta agraciado com o habito da Conceição (hilaridade.) Negar-se-me-ha tambeín que uma força de infanteria 13 e da guarda de segurança foi nas vésperas das eleições mandada para Fn-vaes,. Arejo, Mezão Frio, e Villar de Maçada r. Haverá ahi alguém que ignore que o procedimento desta forca armada no Concelho de Arejo foi de apresentar-se em aspecto de vencer a eleição fosse como fosse; entre esta força e os Cidadãos de Arejo que são Cidadãos de Traz-os-Montes, (e a estes não mette medo a força) um conflicto-esteve para haver, o sangue ia correr: um candidato opposicionista que (juiz evitar a cffusão de sangue e que por isso retirou a sua candidatura, pediu a estes Cidadãos es-candalisados pela influencia da força armada e que

•estavam a pontos de bater-se com esta força que pela retirada das suas pessoas obviassem a qne se originasse alguma desordem ; e é isto fazer eleições com liberdade, é isto manter o accesso á urna? é isto deixar a cada um livre o direito de eleger quem bem quizer? é assim que se vencem eleições f

Em Villar de Maçada a força da guarda de segurança fez mais alguma cousa; no dia õ amanheceu a povoação sitiada, estava lá o inimigo, e era preciso combatel-o , o inimigo eram aquelles Cidadãos que não queriam dar o seu voto senão a quem bem entendessem que o mereciam , senão a candidatos

. que não votassem paia Deputados em pessoas que viessem aqui apoiar os que os combatiam ; o caso não se "limitou a isto, o Commandante dessa força dava a cada Cidadão eleitor que encontrava uma lista tirando-lhe a que levava, e mandava-o acompanhar por um soldado de baioneta á chita até á as-sembléa, ou pelo menos até á entrada daViila: ne-gar-se-hão estes factos? Sei que se ha de dizer que são inexactos, mas quando a minha asserção, e o contrario delia chegar a Traz*os-Montes lá decidirão quem é que fallou verdade.

Na assembléa eleitoral de Pouvela , no aclo de principiar a eleição foram muitos Cidadãos eleitores de cada Parochia formados em linha pelo Regedor,, e depois de formados distribuin-se a cada um uma lista amarella que elles tinham de levar á urna.de. uma maneira

Negar-se-ha que na Assembléa de Parada se postou força armada á porta da Igreja, e que um sujeito conhecido pelo nome de.........., armado

de uin pau com um gancho na ponta andava espe-