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O Orador:— Eu disse (se V. Ex.a me permilte) « que aproveitava a palavra n porque tendo fallado sobre a matéria, entendi que por essa occásião podia dizer alguma cousa sobre a questão anterior; ao que não fiz senão seguir o exemplo tantas vezes dado nesta Casa. Mas talvez a minha inexperiência de'sse logar a que V. Ex.a me tolhesse o poder' dar uma justificação: e então pedirei a V. Ex.a, ou para melhor dizer, requeiro a V. Ex.a, que ou nesta occasião ou depois , roas nesta sessão , consulte a Camará parA saber se um Deputado accu-sado tem ou não direito de se defender.

O Sr. Presidente:—O que quer o Sr. Deputado q w? eu faça, quer que eu consulte já?

O Orador: — Requeiro, repito, uma deci-. são da Camará: tenho direito a isso como Deputado.

O Sr. Presidente: — A Mesa não lho nega; o que faz e observar as formulas : esta e a sua obrigação. No entanto eu consulto a Gamara se devo conceder a palavra ao Sr. Deputado Carlos Bento para se justificar.

Resolvendo-se afirmativamente , disse

O.Sr. Carlos Bento- —Sr. Presidente, eu prisi-tipio por declarar, quo sou inteiramente da opinião do Sr. Deputado Miranda , pois entendo que e necessário adoptar uma disposição qualquer para que se torne realisavel n maior publicidade dosdis-'oursos pronunciados nesta Camará; parecendo-me que o Diário da Camará, corno está, não-satisfaz nem preenche aos fins para que foi creado. (apoiados) E entendo mais, Sr. Presidente, que com as despezas, que se fazem com a empreza do mesmo Diário, é muito possível orealisar o fim, q»e selem em vista.

Depois de fazer esta declaração, á qual ligo muita importância, devo dizer: que o caso avançado pelo Sr. Deputado Grande e exacto: no entanto entendo ser preciso dizer o porque a publicação de ,que s« traeta não teve logar.

Comeiço por declarar que , ainda que os agradeça , não acceito os cumprimentos que me fez o Sr. -Deputado, quando disse, que corn. muito pezar •meu eu deixei de inserir o seu discurso: não é isto rigorosamente exacto ; porque supposto me não faltassem desejos de fazer essa inserção: com tudo, Sr. Presidente, eu daria rnui triste idea de mim, se continuasse a ser redactor de urna folha onde se. não imprimissem as matérias, que eu para lá mandasse, ou se imprimissem aquellas, que não merecessem a minha approvação.

Sr. Presidente, tenho bastante consciência dos deveres de jornalista, para conhecer o que realmente se pratica, e qual era o caminho que eu devia seguir. — O discurso do Sr. Deputado Grande não se publicou no Diário do Governo, porque a discussão a que pertencia esse discurso, tivera Jogar n*»ma sessão sobre a qual tinham corrido quatro mezes ; pertencia a uma discussão extincta. Donde se vê pois, que se o discurso do illustre Deputado fosse publicado, era necessário que os discursos ern resposta a S. Ex.a fossem publicados novamente, porque só assim se podia, na mesma occasião, \êr que o discurso de S. Ex.a tinha sido combatido, corno realmente o foi nesta Casa: sendo certo que m> Diário do Governo do dia respectivo, só e simplesmente vieram extractos dos discursos, e tanto SESSÃO N," 11.

do do Sr. Ministro do Reino, respondendo-lhe, como do do Sr. Deputado.

Porém se S. Ex.a julgava, que a sua honra tinha sido injuriada, declarasse-o, porque nesse caso asco-lumnas do Diário estavam francas para nellas se inserir a sua justificação, (apoiados} Para isso não era preciso consultar ninguém ; porque eu deixaria de ser redactor ne^se mesmo momento, em que uin indivíduo qualquer aggravado na sua honra, senão deixasse justificar naquellas columnas.

Concluo, Sr. Presidente, repetindo — que para inserir o discurso do illustre Deputado, era necessário apresentar as respostas daquelles que as deram. E eis aqui os sufficientes motivos, que eu tive para impedir essa publicação.

Por esta occasião agradeço a S. Ex.a os cumprimentos que me dirigiu. E em quanto ás suas reflexões sobre a necessidade de se publicarem todos os discursos dos Deputados, eu sou o primeiro a.declarar, que concordo absolutamente com a sua opinião; e que tanto maior necessidade acho na publicação dos discursos da opposiçâo, quanto rnais estou persuadido de que hão de ser sempre respondidos suffi-cientemente.

O Sr. /. M. Grande:—Sr. Presidente, peço a palavra.

O Sr. Presidente: — Eu não posso deixar progredir esta questão.

O Orador; — Peço a V. Ex.a que consulte a Camará, sobre se me quer deixar debaixo da impressão desagradável da accusação, que o illustre Deputado acaba de fazer-me.

Decidiu-se que usasse da palavra.