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ADDITAKZNTO.— As TarifasN.°2e 3 são appli- ,dfi oqtro qualquer: eis-aqui parque os indiigtrlaea caveis ás mercadoras e géneros conduzidos pelo Kio fabris desejam e procuram obtevi com direitos chá* Douro, desde o Porto até ao Reino de Haspanha. — Carcíozo Cartel- Branco.

O Sr. \A. Albano;—Sr. Presidente, tolerante por génio, e por convicção, respeito as opiniões contrarias, para que também respeitem as mi-jrhas: pouco me,imporia com,as opiniões dos outros. Eu não sou Apostolo para querer sustentar a minha opinião de uma maneira tal que me sacrifique a todas as consequências possíveis, como os Apóstolos, nem as qtiero estabelecer como os defensores de Mahomet: nem terrhp a virtude dos Apóstolos, nem a força dos alfanges que maneja-yam os Mossulmanos, mas sirvo-me dos argumentos que me suggere a minha razão, e a minha fraca inlelligencia ; uso delia da maneira que posso, e é por isso que, sem querer levar a convicção ao animo dos meus adversários em opinião, procurarei sustentar aquella que eu professo, com quantos recursos eu poder achar;

Sr. Presidente, a posição de qualquer Deputado que se acha na maioria, é sempre muitíssimo melindrosa, e muitíssimo mats difficil do que a da-quelles que se acham na minoria : estes ficam sempre sem responsabilidade, qualquer que seja o resultado futuro das decisões que sôbie a maioria tem constantemente de recahir: raras vezes, raris-simas vezes se lhes dá applauso quando delias resultam vantagens. Assim, Sr. Presidente, a posição de um antagonista da questão actual acha no Paiz (não em todo) certas sympalhias a que não podem deixar de prestar atlenção e ouvidos. JVlas, .Sr. Presidente, eslas sympathíàs são de preconceitos, são de prejuisos inveterados; sào de inte-jesses offendidos, e de interesses illegaltrenie adquiridos ; todos aquelles que sôhre o contrabando dos Cereaes têetn feito grandes fortunas (e nno sào poucos) todos aquelles que têem feito essas grandes fortunas são os primeiros declamadoies contra a Convenção actual. (O Sr. •dgn&itnho «/w/io:—- Eu não). Eu não digo que o Sr. Deputado o seja; não invectivo contra ninguém , não individualiso pessoa alguma; aponto factos; os factos nào se me podem contrariar, são muito públicos, muito conhecidos. Como é que sem o contrabando chagaria trigo Hespanhol ás portas de Lisboa, do Porto, e a todas.as partes de Portugal? E^qu«m o faz são os Contiabandistas; e os Contrabandista? que são? São Negociantes,, e interessa d UB;-pari» que fazem elles esse. commerciol Para perder, ou ganhar? Isto são factos demonstrados por todos, assim como de todos bem conhecidas as fortunas irnmensas que ?e têetn feito a custa dos próprios Lavradores.. daquelles que são só Lavradores e não Contrabandistas. Já que me apertam, não te-lenho remccfio senão locar nesta tecla.

Eis-aqui pois as sympathíàs, que são todas fictícias, falsas, e que nascem de interessei offendidos, interesses illegalmenle adquiridos. Mas ha muitas sympathíàs verdadeiras ; essas nascem dos preconceitos, e estes sào naluracs a todos os pro-ductores, poique elles querem sempre ser monopolistas: assim o productor dosCeieoes nào consente que outro qualquer possa vir dispular-lhe o con-cuiso da smi producção i «ssitu c« mo igunlinenle. os productores dos Vinhos nào sofriern o concurso

.ciados protectores, que não são t>enao e uma extorsão á algibeira dos .contribuintes, ç que só são protectores para seus in.tere.sses, a continuação do monopólio, que de outro modo itóo podem sustentar: as vantagens que te não adquirem pela qualidade e pelo preço não são vantagens reaes, não são vantagens que possam biis-tentar-se constantemente, são forçadamente á custa do contribuinte. E quando se tracta de auguieotar um direito de transito a um ponto excessivo, como vou mostrar, não se lembram de que o augrne.nto destes direitos importava o mesmo que uma carta branca de contrabando: quanto maior fosse o augmento dos direitos de transito sobre a-Navegação do Douro, tornando impossível a Navegação de géneros Cereaes por esse Rio e MJ í»-exportação, tanto maior seria o contrabando, porquç iria procurar meios de fazer-se a sua introdu^çào u'outra parte; visto que o Contrabandista, e gê-. ralmente fatiando, qualquer que deseja fazer 03 seus interesses, prescruta todos os rueios luiagirni» veis para poder illudir a Lei; e neste caso „ i,juan» do o augmento de dueilos lho favorece uma. rança de lucro, não pôde deixar de-ir esse lucro por meios illegaes. ' Estas são as sympathias, Sr. Presidente^ eu que me acho collocado na maioria, que ha muito sustento estas opiniões > que as sustento em plena liberdade, que lenho votado pelas differen* tes disposições deste Regulamento com ,a mesma, liberdade com que os Srs. Deputados têem votado em sentido contrario, collocado, digo, nesta sU tuaçào, ainda que firmemente persuadido de que da Convenção não podem resultar desvantagens nenhumas, ao Paiz, e muito menos á agricultura; que esta Convenção não nos dará occasião para estabelecer os fastos necrologicos da agricultura.;) eu que tenho para mirn que os interesses da agri-; cultura não são offendidos pela Convenção, mas que serão muito augmentados os outros inteiesses do Paiz; como nem sempre os homens acertam, nes seus juisos, se eu tiver a desfortuna de não acertar nos meus, vejo-me, assim como a maioria , sujeito á responsabilidade que dahi pôde pró* vir; mas eu lenho para mim , e Deos ha de aju* dar-me, e a todos que sustentam a minha opinião, que esses fantasmas-,, e esses receios se dissiparam, e que o Paiz tirará vantagens, em vez dos-funestos agouros que se têem,pFoíetisado. Mas se por ventura vierem vantagens,, como espero, aos anta-gonislas, se dahi lhe não vier louvor, lambem lêem a faculdade de dizerero —e.nganamo-tnos ; o é mais umtriumphor pyrque mostram .nesse caso a sua boa fé, ou fazem alarde dessa boa fé.