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-o Lei eleitoral (e note-se bem que ale' nem isto ti* nh-a encapado já a um illustre Orador, cuja capacidade eu respeito muito; e' verdade que me considero na obrigação du ore-ipeilíir pdJas vezes q-ne conl muita instrucção minha o tenho ouvido) disse elle ; que ft L«i eleitoral era tão ridicula , lâo descoca* da cctfiio imprópria e anachroníca para o anno de 1812, mas o iJlusire Deputado, esquecendo-se do que disse no principio, passado algum tempo, qua* si uma hora , disse : que a respeito de Leis eleito* raes todas cilas são imís, que nós não as temos boas, mas que p mesmo.vai por toda a parte; dis* se uma verdade, e todavia a Lei eleitoral pela qual se fizeram as eleições acluaes e'certamente a melhor que temos, e a mais accommodada para o Co» digo a que ella devia alludir; esta Lei eleitoral n ao e senão uma refusão das outras que se tern feito para fazer eleições de Deputadas pela Carta, rnais bem elaborada, mas bem distribuídas as suas. matérias, e mais ao alcance das iníeliigeneias da-quelles que a haviam de cumprir ; e' por isso muito mais perfeita que as outras Leis que sobre a matéria ternos; nias o illustre Deputado acliou-a ale' ridículo ; e parece incrível, Sr, Presidente, que •uma .parte da censura -recahisse sobre um amigo particular do mesmo illustre Deputado; parece in* crivei isto, • x

Sr. Presidente, uma. Lei eleitoral perfeita e' um desideratum, ainda na Europa nãoexiste, nem existirá, vou rnais alem; porque faz?r eleições de De* pulados como as quer a doutrina, corno as desejam os illustres Deputados que se sentam no banco das intelligencias, e absolutamente impossível; suo bons princípios, bellas lheorias, e é necessário que elles sejam attendiJosj •« que sejam respeitados, mas que distancia infinita não vai da doutrina, não vai da theoria á pratica í Jmmcnsa ; em quanto os homens -forem o que são, e o que lêem &ido sempre; -em quanto us homens forem sujeitos a paixões das quaes senão podem despojar, ha de necessariamente acontecer em todos e quaesquer processos eleitoraes o que acontece, o que tem sempre constantemente acorir tecido, e o que lia de acontecer ale á cotiòiimina-eão dos séculos. Querer, Sr. P/esidente , que as eleições sejam a mais inteira e livre expressão dos volantes, e querer na verdade uma muito beila cousa, ucjuillo que nós todos desejaríamos; eu concordo em todos os princípios e doutrinas que o illustre Dèpu-ta.do enunciou, estão no fundo do meu coração, e da iuinha intelligencia ; rnas não posso conformar-me corn as applicaçôes que eIK> lhedá: querer o illustre Deputado argumentar com a sua doutrina em tbese e theoria, e não querer dar-lhe o descanto que a pratica offcrece , e que a natureza constitutiva do "homem lhe ha de necessariamente applicar, e querer um impossível. Com isto teria respondido, e cabalmente a quanto o illu^stre Deputado disse, a toda a longa serie de argumentos geraes que elle ad-duzíii sem ser algum particular» (dpoaidos).' Mas vamos avante.

O illustre Depulado no seu tão longo e eloquente discurso que recheou , como disse, de muitos sil-logismos e paralogismos, porque discorreu viciosamente em muitos pontos, e é isto o que se chama paralogismo, apresentou lanibern. vários paradoxos, não me esquecerei de apresentar alguns delles, mas será pela ordem porque foram proferidos. —• « O.sys~

tema representativo é uma ficção it —- Oh ! Sr. Presidente! Pois será o.Systerna Representativo em Portugal uma ficção ?! ! Que o digam os frades, que o ú'igam aque}}es que pagavam os dízimos ^ e os qus os recebiam, que o digam os qi/e pagavam fo-raés , e os que os recebiam, qiie o digamos nós todos taiii-bem que temera faculdade da palavra, a liberdade de fallar coram Deo cí Populo.

Ora, Sr. Presidente, magnifica coniparaeçãò da época de 1833 coín a dos dias de hoje, de 1842 ! ! „ . Estranha comparação? Com quantas circumstancias dolorosas que por nós tenham passado, e com quantas eu poderia comrnemorar neste momento , digo , que a e'poca de 1823, com quanto então atesta deste povo e deste paiz estivesse tiim Rei clemente, urn. Rei piedoso, um Rei querido, mas iím Riei absoluto, não poderia preferir-se á actual (Apoiados) : qiie-drff-tancia infinita, Sr. Presidente ! ! . . Eu entendi que c» illustrc Depulado nessa occasião vinha fazer o pró-gramma do absolutismo, não o fez, nem mesmo o podia fazer, não queria mesmo faze-ío, porque fora contra a sua inteilig-encia ; mas, disse elle «•*•— que se o Governo Representativo fosse aquelle que e hoje em Portugal, antes queria essa época-'—n e eu direi como o virtuoso Polaco — maio periculu* sam- libertãtem . gmam quieíum servitium (Apoiados) : antes quero esta liberdade assim mesmo di* vididos, arssim mesmo agitados, assina mesWo eta lucta perpetua, do que essa quietude dada pelo absolutismo (Apoiados.) Infeliz foi o illustre Deputado quando trouxe tal comparação... «O Go-vcrnf) Representativo tem. sido uma wicra ficção ! v e ousa-se enunciar uma proposição desta ordenl nó seio da Assernbléa Nacional , e de todos os Dèpu^ tados d;is Províncias que sabem a differença quê ha desse tempo ao tempo de hoje ! ! ! . . (Apoiados,) . K' uma realidade o Sy»terna Representativo , Sr.-Presidente; (Jpoiados} essa mesma lucta tleitótal que tanto hoje se. ataca , e uríía consequência necessária deííe ; os homens que foram dotados da nobre ambição de querer disputar o Poder, .e de o querer partilhar péla maneira que lhe e' possível é a Coíiâtituição Hses permitte, se acaso nas occasiões em que lhes e' íivre apresentar as suas ide'as e o concurso das suas opiniões, para melhoramento das instituições e para Beneficio desinteresses materiaes dos povos, deixassem de o fazer, eram altamente responsáveis para com o seu paiz , '(Apoiados), e d'aqui vetn as necessárias, luctas, as accusações^ as questões intermináveis, e toda essa serie de fraudes de uns e outros. Empregados, para se poder conáe* gúir aquiílo a que se cliama eleições, e não serei eu neste ponto o innocenle, áquelle que o for, digo como o Evangelho , atire n primeira pedra.