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CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

Discurso que devia ler-se a pag. 146, col. 3.ª, lin. 53.º, do Diario de Lisboa n.° 15, pronunciado na sessão de 16 do corrente

O sr. B. J. Garcez: — Tenho para mina, e sempre sustentado, que a discussão da resposta ao discurso da corôa é essencialmente politica, e que convem n'ella se abra largo debate onde franca e afoutamente cada um de nós omitta juizo ácerca da marcha politica e dos actos do governo. E tenho notado, com prazer, que a opinião contraria, que se propunha contrahir nos estreitos limites da cortesia e da etiqueta uma discussão que é importante, sem por isso deixar de ser um testemunho de cortezia, homenagem e respeito para com o chefe do estado, tenho notado, digo, que todos os annos, e pelos proprios factos dos meus adversarios, a minha opinião se robustece, e cada vez mais me convenço de que estou no bom e verdadeiro terreno constitucional, sustentando e acreditando a utilidade d'esta discussão. E não julgue V. ex.ª que levo em vista exaltar ou levantar as paixões politicas, felizmente amortecidas por quasi meio seculo de lutas e de trabalho constitucional; - ao contrario (já aqui o disse n'outra occasião), inimigo declarado como sou do chamado parlamentarismo, prefiro uma discussão larga ao abrir da sessão em que francamente se defina a posição do parlamento para com o governo, e a do governo para com o parlamento, para que a tempo e a horas se tomem as medidas que constitucionalmente cumprir, a trazer as questões politicas ao debate de todos os assumptos, que pelo correr e andar da sessão vem naturalmente a lume. Segundo o meu systema fica o tempo todo da sessão desembaraçado, para a camara mais pausada e detidamente se occupar das questões administrativas, que são as de utilidade real para o paiz.

Eu não tinha tenção, sr. presidente, de tomar parte no debate, porque agora, como no primeiro dia em que se apresentaram n'esta casa os nobres cavalheiros que occupam estas cadeiras (apontando para as dos ministros) julguei desnecessario declarar que não tinha confiança politica no governo. Parece-me isso inutil, e supponho que tanto os nobres ministros como todos os meus collegas da camara fazem justiça ao meu caracter.

Pedi comtudo a palavra, quando o illustre deputado que encetou o" debate, como que me convidou, e aos meus col