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O Sr. -Presidente:'— A n tes de progredir o Sr. Deputado, devo declarar-lhe que me parece injusta a censura, que no principio do seu discurso dirigiu á Mesa; porque a Mesa não negou a palavra ao Sr. Deputado: S. Ex.a disse—que pedira a palavra no dia 14, que ainda 'agora lhe chegou — po-f«m eu tenho a declarar a S. Ex.a que desd'e esse dia ningem a teve; por tanto e injusta a .censura do Sr. Deputado; pelo contrario a Mesa teve para com S. Ex.a uma deferência utn pouco fora dos le-rnites das suas attribuições: por tanto creio .que com aquellè procedimento fica a Mesa justificada (Apoiados). .

O.Sr, Silva Sanches: -— Eu expuz ò facto ; "0 .facto foi tal qual o expuz, e V. Ex.a não o pôde contestar; por que.elle e verdadeiro. Quando se expõe um facto, parece-me que se não faz nisso uma censura: se eu dissesse que a palavra me não tinha sido dada, .porque a Mesa ma não quiz dar, ou por que o Sr. Presidente ma tinha negado, então V. Ex.a tinha toda a razão de dizer que eu lhe tinha dirigido uma censura; mas como eu só contei o facto, e elle é exactissimo, e não accrescèn-, lei uma única palavra; alem do^facto.; por todos estes motivos julgo não ter feito censura alguma a Y. Ex.a v. , . .- . -,-,../ ... - - .-• •

, O Sr. Presidente: — Õ que eu rogo aos Srs. De-' putados é que confiem mais na boa fé com que a Mesa costuma tractar os Srs. Deputados: eu sou obrigado a fazer esta declaração-, por que -vejo que os Srs. Deputados ficarn muitas vezes em. duvida do logar em que se lhe dá a palavra: quando aconteça haver engano, eu estou sempre prompto a rectifica-lo; por tanto peço que os Srs. Deputados tenham a mesma deferência e mais .confiança na Musa, como e?ta a tem para com S. S.as

O Sr. Silva Sanches pediu a urgência do seu Requerimento, «.por isso vou consultar a Camará. Foi julgado urgente. ''••.. O Sr. Ministro do Reino :— O Sr. Deputado não pôde ignorar, que as informações que se pedem são muitas, e algumas delias bastante extensas, e demais essas mesmas informações tem t â. m»-bem de servir ao Governo, especialmente a mim , para a discussão p#lo que respaita ás economi.as do jVlinislerio do Reino, ,e não se poderão tirar as copias, com a brevidade quê S. .S.a exige; entre tanto as que dizetn-;respeito ao Ministério a meu cargo, tenho-as aqui na pasta ; se o Sr.-Deputado quer examina-las, posso confiar-lhas desde já; mas se o Sr. Deputado quizer copias delias, terão de demorar-se, porque são muitas, e algumas delias bastante extensas. >

Q Sr. Siioa Sftnches:.— As informações, que eu pedia erarn especialmente as do Chefe do Comrnis-sariado ; as da Qow missão, [nspectara do Terreiro Publico ; as do Director da Academia Real das sSciencias, sobre cujas informações recaiu achar-se vago o logar de Director do Museu; as do Director da Academia das Bellas Artes, e do Director da Escola Medico-Cirurgica, etc. poderá ser que meiem-, brem mais algumas, m.ás por'ora não: .entretanto aproveito o offerecitnento que Vr. Ex.a me faz, e exa-niinarei no entanto a$ que estão em poder de V. Ex.a O Sr. Ministro do Reino: — Pelo que diz respeito ao meu Ministério pôde mandar um nota , que eu passo a satisfaze-Ia. . : •

VOL. I.°— JANEIRO— 1843.

O Sr. Presidente:—Ninguém mais pede a palavra , e á vista da resposta que o Sr. Ministro do Reino deu, e que foi acceita pelo Sr. Deputado, nada mais resta senão pôr á votação o Requerimento.^

Foi approvado.

O Sr. Preside n te.r—..Vai lêr-se a ultima redacção do Projecto de Resposta ao Discurso do Throno , e é a seguinte: .

SRNHORA ! —. Pela Maternal Solicitude com que, Vossa Magestade vela na consolidação da Carta Constitucional da Monarcbia, corrobora Vossa Magestade os seus irrefragaveis títulos á gratidão dos Portugueses. 'Nobre empenho e esse : a Camará dos Deputados, convencida de que só no systema Representativo poderá encontrar firmeza o Throno, e a Nação prosperidade, forcejará por coadjnva*lok Apraz-se a Camará de ouvir que a cheçça^a do-3 Representantes de Suas Ma^estades os Imperadores da Áustria e Rússia, e EI-Rei da Prussia a esta Corte , estreita ainda mais os vínculos que nos prendem na grande familia europea. A harmonia que existe entre o Governo de Vossa Magestade-e os das Nações amigas e alliadas, faz esperar que as relações cofnmerciaes recebam o impulso e desenvolvimento de que tanto carece o nosso Roi.no.. .

Jubiloso será o dia em que Vossa Majestade Communicar a esta Camará a uítimaçÃo das negociações com a Santa Se' Apostólica, sem detrimento dos direitos da Igreja Lusitana, e da dignidade da "Nação e da Coroa.

O Orçamento da Receita: e Despeza será atentamente meditado ; e em tão'grave assumpto, bem como na indispensável regolarisação do systema de Fazenda, aCarmra tomará por norte a vital necessidade de eqjjiljbrar os encargos com os recursos.

A Camará dos Deputados, zelosa das attribuições que lhe confere a essência do reo-imen prepre-sentalivo, e a expressa disposição da Lei Fundamental , examinará com a maior circumspecção as providencias que os Ministros dá Coroa adoptaram na ausência do Corpo Legislativo; e folgará de poder convencer-se de que a urgência e as circums-tancias de taes disposições, permitiam que se releve a impropriedade da sua origem.

As Propostas que o Governo de Vossa iVía^eèta-;de apresentar serão tomadas na devida consideração por esta Camará , que jáínais perderá de^ vista a nobre e importante missão, que pelos povos lhe foi commettida.

Palácio das Cortes, 17 de Janeiro de 1843.— Bernardo Gorjâo Ff enriques," (Presidente.)— An-''fonio Vicente Peixoto , (Deputado Secretario.) — DÍO&O António ^almeiro Pinto, (Deputado Secretário.) v . Foi approoada.

O Sr. Presidente: — Parti.cipar-se-ha ao Governo para élle designar o dia e hora em que se deve opresen-tar-a Deputação que tem de apresentar a Sua Magestade a Resposta ao Discurso do Throno, a qual e composta do Presidente" da Camará, Primeiro Se-c.retario ; e dos Srs. Vá z Preto, Barão de Tilhei-ras, Barão sde Chancelleiros , Silvestre Pinheiro, e Silva C-ibral. -