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,tados, que quizerem entrar na discussão' não ..ficam -privados de todas'as considerações geraes, que possam fazer sobre os objectos em discussão.

- Por consequência o meu requerimento e', repito, rpí*ra qne V. Ex.a consulte a Camará se dispensa a discussão da generalidade, a fim de que haja só a discussão na especialidade sem todavia se prejudicar qualquer consideração, que tenha logar respectivo á generalidade.

O Sr. Ávila : —Sr. Presidente, eu não, meoppo-nho a que se dispense a discussão na generalidade, ruas quero lembrar ao nobre Deputado que elle* com esta dispensa não preencherá o seu Ouj, porque é impossível separar na discussão oArt. 1.° do 2." O próprio Projecto de Resposta , que horitein foi approvado, consigna este principio, porque elle diz o seguinte (leu.)

A questão ,da violação da Carta ficou por tanto reservada para este Projecto: e além dUto diz-se que a importância , e a necessidade das medidast que o Governo tomou, e que o podem, relevar da •falta que coimnetleu ; e' por conseguinte fora de duvida que sem se examinarem as medidas ? não se r pôde conceder o bill de indcnmidadc' a maioria comprornetteu-se a entrar neste debate. Por'tanto, Sr. Presidente, se isto é asslrn, se nós não podamos discutir o .ArL 1.° sem discutir o 2.°, e claro que se não pôde admiuir o requerimento do nobre Deputado, excepto se elle tende unicamente a. evitar a discussão na generalidade, para que não li aja o tempo que medeia entre a discussão na generalidade e na especialidade. '

O Sr. Rebello Cabral: — Tudo quanto disse o illuslre Deputado foi em apoio dome» requerimento, e não contra eile. Quando fiz o meu requeri-mento, já mais poderia ter em vista o coni rario ,do que S. Éx.a disse; a discussão'do Art. l,° importa a discussão na generalidade; estão ião ligados, entre si os dons Artigos, que diCíicil era failar nelles sem apresentar as considerações geraes; fiz o meu requerimento por isso mesmo, e com o intuito único de poupar-uma discusbão, porque se elie não fosse, teríamos duas. Todos estão d'accôrdo; por consequência parece-me que a questão está terminada; e para maior curialidade mando porescnplo a seguinle -

PROPOSTA. — Proponho que haja uma só' discn.s-. são , a da especialidade, sem prejuízo das considerações concernentes á generalidade sobre o Projecto n.° 35. — Rebello Cabral.

foi cpprovada a Proposta do Sr; Rebello Cabral. Leu-se na Mesa o seguinte: • . .«Art. 1.° E o Governo relevado do uso que fez «das faculdades Legislativas, em contravenção do «Art. 13.° da Carta Constitucional, M

O Sr. José Estevão: — Sr. Presidente, venho arrastado pelo meu dever, não para discutir, porque as discussões acabaram nesta Casa 5 mas para livrar-me da cumplicidade noaggravo feito ao Systema Representativo.

Sr. Presidente, hontcm estando cheias as cadeiras, que pertencem aos Ministros, apresentando-se todos os Membros do Conselho com certo ar de so-lemnidade, tomando igualmente a discussão um tom solemne, foram dirigidas aos Srs. Ministros accusa-ções graves, taes como as — de violadores da Constituição, è das Leis — a. mudez e o silencio foi a

única resposta, que tiveram accusações tão importantes! !• . • ^ ,

Este silencio, esta mudez é o funeral do Systema Representativo, o acto material da votação é q ho- -locausto cia intelligencia, e'em fim. a jornada de Villa Franca, partindo-se para ella destas cadeiras. Sr. Presidente, eu vivo em dous mundos, tenho a consciência de duas existências; vivo ho mundo da mortalidade, mundo, onde tenho companheiros, d'onde desapparece,u'o-Systema Representativo, .aonde os Ministros imrnolaram, e aonde o povo foi. ludibriado; tenho a consciência desse mundo, sei qne'esse tmindo existe, rnas por urn esforço da minha imaginação, por um empenho do meu próprio dever, resuscítei ao mundo do Systema Representativo, ao mundo da publicidade, do pondunor, da honra, do brio, da Carta, e é deste mundo ficticio qu eu fallo.

- Sr. Presidente, podem os Ministros da Coroa, por não terem força de resistir a uma tentação, mil 'vezes desculpável, violar uma Lei, que marca os quadros das Repartições, e despachar,um afilhado? Po-, dera os Ministros, temendo pela.Constituição, cuja guarda lhe esrá confiada, ein circuinstancias, que não careca de medidas, extraordinárias, toma-las t Podem os Ministros, levados de-urna paixão vil pôr mãos sacrílegas sobre os dinheiros públicos ? Tudo jsto são crimes importantes, dignos de castigo, mas não são perigosos, e são mais decentes, do que a mudez, e o responder com um riso sardónico .a accu-.sacões tão graves, como as que se ihes fizeram.

Eu cuidei que uma discussão era, urn acto querido, e desejado; cuidei que era uma consequência deste Syslema ; cuidei que uma discussão era pelos Ministros requerida para darem um testemunho das s.uas consciências; mas agora vejo,-que urna discus-"são e uma consumição-para os'Ministros, é. um tormento que e l lês nos pedem com fanforronice, e com estratégia de que os livremos.

Sr. Presidente, não e bastante ter uma maioria,, e' muito importante tê-la, mas e preciso'agradecer-' .lhe os votos', e não contribuir para o seu descredi-,to; no . banco dos Ministros sobram talentos para sustentar as suas medidas ; cunipria-lhes sustenta-las Í" para não desacreditarem a sua maioria; não o fizeram ; a maioria corre perigo de ficar sem creditof a culpa e' dos seus chefes.

Nem "o comrne.dimento dos Oradores, .nern a sua :air:tnridade pessoal, nem uma certa filiação de Parti-.do, que aquelíc lado devia respeitar, nada disto pôde fazer quebrar aquelle sileacio! Este exemplo au-~ ctorisa a jioíericia da Tribuna, auctorisa o jogo, das paixões, porque" o Ministério está suficientemente duro para sair- sern ser-a' incentivos desta ordem.

Eu desejava mil vezes poder apresentar nesta Camará uma oração verrinaj e nunca foi tão licito, tão necessário, tão mora! o emprego de uma orato-o ria violenta como na presente occasião ; ella seria uin serviço feito á verdade, ao Systema Representativo. ' '