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qt*e se págattt pa?a o Estado ! Isto é, que é absolutamente intolerável, (apoiados) para isso é que peço o patriotismo desta Camará, e de todas as Cama.ras que se seguirem a esta, porque e necessário coliibir taes excessos, e' preciso diminuir o numero de concelhos que ainda existe, e que não servem senão para a sustentação de camarilhas, de secretários, d;e fiscaes e outros indivíduos que subsistem , e vivem á custa do suor dus habitantes, mas não á custa do seu trabalho, não á custa de uma industria legitima, productiva, e útil á sociedade.

Eu poderia estender-me muito mais sobre o assumpto, mas não o faço agora; agora só direi, voltando á questão, que essa concepção da proposta não podia dar de maneira nenhuma o resultado desejado. Eu não sei o que entrevejo nessa proposta , louvo muito o .patrioíligmo do Sr. Deputado, os seus sentimentos são realmente muito louváveis, mas sern que elle o quizesse , ahi ha alguma cousa, ha urn latet angtiis que eu não attribuo ao nobre Deputado, e ninguém lh'o atiribue, faço a mais plena justiça aos seus sentime'nlo's patrióticos, mas e certo, que muitas vezes mesmo a nosso próprio despeito, sem que mesmo nós queiramos, mesmo persuadidos do contrario, lá vai uma ide'a , e uma Clausula que tem um fim differente, ou que vai produzir um effeito differente daquelle para que muito conscienciasamenle foi apresentada uma indicação.

Portanto, Sr. Presidente, querendo e desejando muito entrar no cabal conhecimento destas causas, eu apoio muito a cousa , rnas não o modo. Já tem sido bom o resultado (e espero que ha de ser melhor ainda) que se tirou desta discussão, porque, quando o Governo não tivesse a peito a prosperidade do paix-j como supponho que tem, e como devo crer que tem, como creio mesmo que tom, porque eu sou Deputado deste lado, e el!e seria despertado por esta discussão, rnas e' qt:e eu sei que elle tem feito os esforços necessários para a conseguir; estadiscussão pois não poderia deixar do exti-tar mais ainda a sua solicitude sobre um objecto de «m tamanho interesse. JVlas não nos illudamos, Sr. Presidente, a causa mais principal, a causa das causas éaquella que já foi indicada pelos nobres Deputados, que me precederam-a comparativa abundância do augmento de cereaes em relação ao que ella foi ha 10 annos, e "dá a explicação porque razão o preço dos géneros ha lOannos devia ser muitíssimo superior.

Concluo portanto, e vou fazendo os meus votos para que se cumpram os desejos do illustre Deputado e desla Camará no conhecimento das causas, e do remédio que se possa dar, mas não, Sr. Presidente, para elevar esso preço, porque isso não mostraria senão de duas cousas uma, ou uma esca-cez, e estirilidade ta! que c' sempre uma calamidade para o paiz, ou causas arlificiaes, e fataes que produzam o mesmo effeito, e que não tracto de enumerar agora»

Mas não deixo de aproveitar a occasião para tocar em um ponto que aqui se apresentou, que o il-luslre Deputado que rne precedeu, indicou, e vem a ser a exportação de cereaes para Inglaterra, se o illustre Deputado o indicou como cousa extraordina-Jria, e extraordinária foi, porque foi a primeira vez, SESSÃO N.° 13»

que se veiu procurar a Portugal bastecimehlo de cereaes, mas sabem todos que a Inglaterra tem a necessidade de cereaes para seu consumo, e que os que ella produz — no seu próprio território não são suf-ficientes para a sustentação do seu povo, e de um povo que vai crescendo em uma progressão muito ascendente, pois que a industria fabril tendo aug-mentado ao ponto que nós sabemos, a população em cada decennio se accrescenta espantosamente, e os censos o mostram. Portanto a necessidade de cereaes é eminente no território inglez, e também e' eminente rio território inglez a necessidade de os procurar aonde forem mais baratos, e esse juizo não e' peculiar aos Inglezes, e de todo o homem de qualquer nação, que vai sempre procurar o ponto aonde o género custa mais barato; quando pois entre nós o género abunde, e venha apreço queattraia o comprador, elle ha de vir procurar o género em Portugal, em vez de o procurar na Polónia, por Dantzik, na Sicília e na Hespanha. Quanto a Hespanha já foi demonstrado, quando por occasião da navegação do Douro se tractou desta matéria, que não permitte o preço do género, que elle possa ser levado á Inglaterra ; porque províncias da Hespanha ha, e aqui todos .as conhecem , aonde é necessário levar das Cas-tilhas, docelleiro propriamente da Hespanha, ás costas de animaes, os cereaes para lá se consumirem, porque ellas os não produzem, taes são as Asturias, todo o terreno Asturiano consome cereaes da Casti-Iha; os cereaes da Andaluzia, e ainda mesmo da Caslilha vão para a Catalunha, etc., e porque preço não chegariam elles, a ponto de serem embarcados nos portos da Cantabria, Santander e outros, para serem dahi levados para Inglaterra? Por malversações que se praticaram, e que perdemos o cornmer-cio de cereaes que começámos a ter com Inglaterra; eu não attribuo as malversações ás províncias pro-ductivas, e especialmente ao Alern-tejo, mas o que e' certo e', que osinglezes foram cornpíetamente burlados; nós mesmos os afugentámos do mercado, o que foi para nós urna calamidade, porque falhou este meio de exportação, e foi para nós urna das causas do depreciamento dos nossos géneros ; se pois se houvesse vendido o melhor género, e pelo menor preço possível, ganhando alguma cou?a, mas não querendo ganhar tudo rapidamente, porque esse é o defeito que tem os nossos concidadãos, senão fosse isto, nós teríamos estabelecido uni coramercio mui Io im-poríante, e pagaríamos com este género muitas das producçôes importadas de Inglaterra.