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tudo quando puderem, e com essas informações en- que cffeclivãmente produzem este barateamento doa
ião providenciaremos como for necessário.
nossos productos agrícolas: para approvar
a ur^en-
O Sr. Presidente: — Eu não quero queso passe á cia e a proposta, não precisava eu entrar no conhe-
ordem do dia, mas lenho obrigação de consultar a cimento dessas causas; porque, para as conhecer e
Camará se quer que se continue nesta discussão, dar-lhe remédio, é que o illustre Deputado fez o re-
porque sem a Camará assim o decidir, não posso querimento, mas corno a discussão tem versado tatn-
conlinuar a dar a palavra aos mais Senhores, que bem sobre a indação dessas causas, discussão lumi-
se acham inscriptos sobre esla matéria.
A Camará resolveu que se continuasse nesta matéria.
nosa e útil para o Paiz, também seguirei os Srs. Deputados no campo»a que me chamaram.
Sr. Presidente, eu concordo com o principio, enun-
O Sr. Miranda:—Sr. Presidente, a proposta do ciado pelo nobre Deputado o Sr .^Fonseca Magalhães,
Sr. Pilla de Castro, se bem foi entendida porrnim, de que o augrnento de producção ás vezes significa
tende a requerer, qne se nomeie vima Comrnissão de o augmento da riqueza do Paiz; rnas também o il-
inqueiito tirada desta Casa, e da escolha da Mesa, lustre Deputado, com a boa fé que todos lhe reco-
a fim de investigar as causas dos males, que pesam sobre a nossa agricultura, e ao mesmo tempo com
nhe(?em, declarou , que se inclinava a crer, que esse principio não podia ter applicação nenhuma para o
esta queslão está ligada a questão da urgência da caso presente, porque era necessário haver equilíbrio,
proposta. que não ha; porque não ha proporção alguma entre
Eu reconheço, que a proposta, que apresentou o o barateamento que existe e a mão d'obra; disse-se,
nobre Deputado, não tem precedentes nos nossos cos- que a rnão d'obra do çapateiro , e do alfaiate não
tomes parlamentares; mas tem-nos, com ornuito bem tern diminuído. Mas eu direi mais; é conhecido por
notou o Sr. Rodrigo, em .todos os paizes, em que todos os que se occupam em lavoura, que sempre
ha Governo Representativo. (O Sr. Gavião : — Tam- que o trabalho do jornaleiro excede o valor de me-
bern os tem no nosso Parlamento) Mas ainda que tade de meio alqueire de cereaes, o lavrador perde:
não tenha: temos imitado tanta cousa dos paizeses- apontarei dous ou três lavradores bem conhecidos,
trangeiros; porque não havemos de trazer para cá da borda d'agua, o Sr". Relvas, Rafael, e outros
urna medida, cuja utilidade ninguém ousará contes- muitos, aquém muitas vezes tenho ouvido similhan-
tar? te asserção. Este anno, porém, era necessário dar-
O Sr. Deputado que me precedeu, disse, que o lhes o valor d'urn alqueire; e então, corno se pôde
meio, apontado pela proposta do Sr. Pitla, não era continuar na lavoura? Na Beira Baixa, onde a rr.e-
o melhor; não entrarei nessa questão ; mas não de- 1- ' ' ' ' J- T : '— ..... "'----:"~ "*-------
vemos despresar meio nenhum de dar a nossos constituintes urna prova de que nos interessamos pelo
e' Q dobro da de Lisboa, urn alqueire de centeio custa nove vinténs; e eu dava ao trabalhador nove vinténs fora a ferramenta. Eis-aqui um facto
"bern-estar do paiz, por tudo o que pôde concorrer que destroe inteiramente as asserções do Sr. Albano. para asua felicidade. Eu digo, que este meio é mui- Diz-se lambem, que o baraleamento do» géneros to mais efficaz, que o do Sr. Deputado, esse é que é devido ao augtnento da producção. Sr. Presiden-é inefficacissimo; tem contra si os factos. — E direi te, primeiro, que tudo, eu poderia dizer, que tam-mais: admira-rne que o illu?tre Depulado, cuja sã- ' ' ' ' " c~
bedoria eu sou o primeiro a reconhecer, e que de ordinário vota com o~ Governo, porque ainda não tive o gosto de o ver urna vez votar contra elle; admira-me que viesse fazer ao Governo uma censura ; porque disse que o que havia a fazer era dar parle ao Governo para tomar as medidas, que estiverem na orbita de suas attribuições. Eu , que tenho dilo muitas vezes, que nern sou ministerial, nem oppo-sicionista, mas homem de consciência, como todos são, nesta parte faço mais justiça ao Governo, e digo que o Governo conhece, porque tem obrigação de conhecer, os males, que pesam sobre o paiz; e se lhos não dá remédio, é porque o não tem conhecido; porque, se tivesse, faço-lhe a justiça d'acredi-tar que o havia de ter dado.
bem tem havido aisgmento de população, e que ficaria uma cousa compensada pela outra ; rnas o Sr. Deputado era muito fino e sagaz para nào conhecer o pi-so desta objecção, procurou preveni-la, dizendo , que esle augmento não era na mesma proporção da producção. Não o combaterei neste ponto , porque não posso competir com elle em cálculos de tal natureza; mas sempre ousarei dizer-lhe, que o seu*argumento nào é exacto. O anno passado , um alqueire d'azeite, na Beira Baixa, vendia-se por 15 a 16 tcslôes ; este anrio quer o Sr. Deputado saber quanto custa? Peco-lhe, que ouça esta passagem d'uma carta, que recebi hoje mesmo — u Não vendi o seu azeite, porque não dão senão nove tostões por alqueire.» Ora o Sr. Deputado sabe . que o azeite da Beira Baixa e o melhor de
E não se digo, que a sessão, quando muito, pó- todos; que pôde competir com o estrangeiro ; a nie-
dc ter dous mezes de duração, e que por consequência este trabalho será inútil. Mas quid inde ? Não virá uma Camará tão amiga do Paiz como esta ? Não achará todos esses esclarecimentos, e não fará
dida é quasi o dobro da de Lisboa; e entretanto paga se a nove tostões. E não se diga, que isto e devido ao augmenlo de producção; porque, primo, do anno passado para cá não se plantaram novas
mais depressa obra por elles? Por consequência, oliveiras; e ainda , que se tivessem plantado, não
ainda digo, que o meio indicado pelo Sr. Pitta de Castro é mais efficaz, e não involve urna censura ao Governo.
podiam produzir; ern segundo logar, porque a a>bun« dancia d'azeiteeste anno é nenhuma: na Bstrema-dura , Beira Baixa, Alerntéjo, e Traz-os-Montes Sr. Presidente, a Comrnissão, que o nobre Depu- houve menos de metade, do que o anno passado: tado indicou, também estava na orbita do Governo; só na Beira Alia excedeu a colheita do anno passe eile entendesse que era meio efficaz, tel-o-hia em- sado.
pregado; mas não o é por certo. _ Se pois a producção deste anno é menor, e se