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a palavra aos Srs. Deputados'que a pediram para antes da ordem do dia, vou convidar os Srs. Deputados presentes que ainda não prestaram Juramento, para lerem a bondade de vir á Mesa presta Io.

Estava presente o Sr. Faustino da Gama, e prestou Juramento.

síssirn como o prestaram, sendo introduzidos na Sola com as formalidades do estilo, ou Srs. César de J^asconcellos, e Lopes .Branco.

O Sr. Holtremon: — Sr. Presidente, desde 1836 que eu tenho lido sempre a plena convicção de que c de absoluta necessidade a redticçâo do Termo de Lisboa e direitos impostos e cobrados na Alfândega das Sele Casas; assim como desde essa época tem sido lambem sempre a minha opinião que os direitos dos vinhos no Termo de Lisboa precisam uma reduc-ção muitíssimo considerável. Tendo sempre pugnado por esta doutrina, tendo-a por muitas vezos quer por meio de Representações dos povos ao Ministério, quer pela Imprensa sustentado, hoje como Membro da Camará, como Deputado, não posso deixar de apresentar um Projecto de Lei a este respeito...

O Sv. Presidente: — Permilla-me o Sr. Deputado lhe observe, que segundo o Regimento leirrpri-'meiro de se pedir que o inscreva para apresentar um Projecto de Lei, e só depois disso, no dia imrnedialo e que.lhe é permitlida a palavra para esse fim. Sc a Camará quizer que eu lhe conceda a palavra não obstante esta disposição do Regimento, muito embo-bora; mas do contrario, não posso senão inscreve;-Io para amanha o apresentar.

O Sr. Holtrcman: — Eu na Sessão passada linha pedido a palavra; V. Ex." não ma deu porque na-luralmenle não ouviu: mas isso e o mesmo, não tenho duvida cm o apresentar amanhã; c peço a V. Ex.° a bondade de me inscrever. Agora aproveito a palavra para mandar para n Mesa o seguinte Requerimento (Leu j..

Ficou para segunda leitura. (E se transcreverá quando a tiver J.

O Sr. Campos e Mello: — Sr. Presidente, tenho ha dias em meu poder uma Representação da Camará Municipal da Covilhã dirigida a esta Camará; não lhe dei logo destino, porque intendi que era menos cuiial fiize-lo antes da Camará constituída ; vou aprescnla-la agora, mas antes de a mandar para a Mesa peço licença para a ler, porque versa sobre um objecto imporia n lê, como são lodo» os de que esta Camará tem de occupur-se (Leu).

Sr." Presidente, do que ncabo de ler, e do pouco que lenho a accrçscentar vê-se claramente que esles roubos não são vulgares; são expedições armadas que caem sobre as pequenas povoações, o depois de as cercar designam a viclirna, vão-lhe a casa, assassinam e roubam ; ao rnenos as informações circums-tanciadas que lenho relativamente a estes acontecimentos, levam-rne a acreditar iíto.

No dia 17 do mez passado um bando de Irinta e lantos homeni armados, a maior parte dos quaes a cavallo, cercaram o vallc da Covilhã, assaltaram a casa de um dos mais abastados habitantes "do povo, fei iram-no dando-lhe umas poucas de facadas, das quaes ficou com pouca ou nenhuma esperança de vida, maltraclaraih uma sobrinha, e cortaram um braço a um criado. Depois da scena de sangue, seguiu-se a scena do roubo; roubaram a casa, é carregaram cm cavalgaduras, que traziam ti e propósito para isso, os

roubos que fizeram. Este acontecimento e já o terceiro acto do drama que se eslá representando naquelle Districto, enchendo de terror os povos das visinhan-ças, com especialidade as pessoas que tem alguma cousa, que estão no oratório á espera a todo o passo que lhes toque a sua vez. Eu sei .de um Cavalheiro dalli que fez de sua casa urna'fortaleza, melleu-lhe força denlro, e está a cada hora á espera do assallo. Na Covilhã os habitantes decidiram, para sua segurança, dividirem-se de noite em patrulhas pela Villa, revesando-se, uma noite uns, outra outros; do ma-,neira que aquella terra está perfeitamenle um acampamento. Ora

A Camará Municipal da Covilhã na mesma dala em .que recorreu a esta Camará, mandou uma Representação ao Governo, pedindo as providencias que julgasse úteis e convenientes para este caso; Eu quero acreditar que o Governo já lenha dado algumas providencias, c o Sr. Ministro do Reino que está presente, poderá dar alguns esclarecimentos a este respeito. O Districio de Castello Branco e, no meu intender, o creio que no de todos os illustrcs Deputados que cslão aqui, e são de lá, c no dos que leni conhecimento delle, o rnais governável do Reino. Para que se possam fazer cslas reuniões armadas, para que csles indivíduos possam com desassombro e resolução commeller esles altentados, para que os possam, reproduzir com uma facilidade tão espantosa, e mister que haja alli um vicio orgânico na Administração Policial, e que se dê alguma incúria, senão muita, no Magistrado que preside ou que tem superintendência naquella Polícia. E com islo não quero fazer a menor censura a ninguém; apresento'os fados corno sei ; e da'minha obrigação apoiar n Representação da Camará da Covilhã, não só porque c justa, rnás porque tive conhecimento exacto dos factos, que pela maior parte se passaram estando eu naquelle Districto.

Se acaso, o que não espero, este estado continuar,-furei mais alguma cousa sobre islo; por agora limito-me a pedir que esta Representação seja rernctlida ao Governo, recornmendando-se a urgência que o negocio pede (Apoiados}.

O Si'; Presidente: —-Segundo o eslilo da Casa só amanhã, e que se pôde lomar conhecimento desta Representação e dar-se-lhe o destino competente; mas como o Sr. Deputado explicou os motivos quo o levaram a apresenta-la, e o Sr. Ministro do Reino pede a palavra, não posso deixar de lh'a conceder; o quo todavia não deve servir de precedente.