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86 DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

uma representação da camara de Santiago de Cacem e peço a v. exa. que lhe dê o devido destino.

Vão extractada no fim d'esta sessão a pag. 90.

O sr. Côrte Real: - Sr. presidente, pedi a palavra, aproveitando a occasião de se achar presente o sr. ministro das obras publicas, para chamar a attenção de s. exa. para o estado em que se encontra a viação publica no districto de Aveiro.

Algumas estradas d'aquelle districto encontram-se, em parte, em deploravel estado, de modo que se s. exa. não mandar proceder aos reparos, do que carecem, dentro em pouco estarão completamente intransitaveis. N'estas circumstancias acha-se a estrada de Feira a Espinho, uma das mais transitadas do concelho, sendo-o até por familias hespanholas por occasião da epocha balnear. Acham-se tambem más a estrada de Feira a Ovar, a estrada de Aveiro a Mogofores e a de Aveiro a Albergaria a Velha.

Peço, pois, ao sr. ministro que, informando-se do que acabo de expor, se digne mandar proceder, pelo menos, aos mais urgentes reparos, para que as referidas estradas não venham a inutilisar-se completamente.

Faço estas ligeiras observações ao sr.. ministro sem o menor intuito hostil a s. exa. ou ao governo, em quem tenho plena confiança, mas a bem dos interesses do districto de que tenho a honra de ser um dos representantes n'esta casa.

O sr. Ministro das Obras Publicas (Campos Henriques): - Pedi a palavra para responder ao illustre deputado sobre um assumpto digno de toda a consideração dos poderes publicos, e especialmente do ministro que tem a seu cargo a pasta das obras publicas.

É certo que as estradas de alguns districtos deixam muito a desejar e para remediar este mau estado de cousas o governo tem procurado, dentro dos limites do orçamento, occorrer ás necessidades mais instantes, no intuito de reparar as estradas que carecem mais urgentemente de reparação, evitando comtudo despezas que o orçamento não comporta.

O actual governo decretou em 15 de dezembro de 1894 nenhuma estrada nova e nenhum novo lanço do estradas se construiria sem que estivessem concluidas aquellas que já estavam começadas, ou reparadas aquellas que carecem mais de reparação. Esta medida tinha simplesmente em vista não distrahir fundos para estradas que não fossem aquellas que estavam já construidas ou em via de construcção.

Determinou mais o governo que todos os annos fossa para esse fim applicada a verba orçamental. E assim se fez este anno. Toda a verba do orçamento foi destinada a conclusão das estradas já principiadas e a reparação d'aquellas que d'ella careciam. É certo que não é no curto periodo de um anno que se podem reparar todas as estradas que d'isso carecem.

Alguma cousa se tem feito já e o meu maior empenho é que dentro de um periodo curto as estradas estejam em estado de ser transitadas facilmente.

Eu tomei nota das estradas a que o illustre deputado se referiu, e vou dar ordens terminantes para que essa reparação se comece desde já.

Creio que assim satisfarei os desejos do illustre deputado.

(S. exa. não reviu.)

O sr. Presidente: - Como não se acha mais ninguem inscripto, vae passar-se a

PRIMEIRA PARTE DA ORDEM DO DIA

Eleição de commissões

O sr. Presidente: - Queiram os srs. deputados formular as suas listas para a eleição da commissão de recrutamento.

Fez-se a chamada.

O sr. Presidente: - Convido os srs. deputados Abilio Beça e Côrte Real a servirem de escrutinadores.

Corrido o escrutinio, verificou-se terem entrado na uma 54 listas, saindo eleitos os srs.:

Abilio Augusto de Madureira Beça, com .... 54 votos
Antonio de Almeida Coelho de Campos .... 54 votos
Antonio Candido da Costa .... 54 votos
Antonio Teixeira de Sousa .... 54 votos
Jacinto Maria do Couto .... 54 votos
Jayme de Magalhães Lima .... 54 votos
Jeronymo Osorio de Castro Cabral de Albuquerque .... 54 votos
João Pereira Teixeira de Vasconcellos .... 54 votos
Manuel Joaquim Ferreira Marques .... 54 votos

SEGUNDA PARTE DA ORDEM DO DIA

Discussão do projecto do resposta ao discurso da corôa

Leu-se na mesa. É o seguinte:

PARECEU N.º 1

Dignos pares do reino e senhores deputados da nação portugueza:

É grato ao meu sentimento de Rei constitucional poder hoje abrir as côrtes geraes da nação portugueza, inaugurando uma nova sessão legislativa, que, assegurando o funccionamento normal das nossas instituições politicas, será, espero, proveitosa e util, nas suas resoluções, a prosperidade do paiz, a vitalidade dos seus mais altos interesses.

No intervallo parlamentar, um facto internacional de subido alcance se produziu - o restabelecimento das relações diplomaticas com o Brazil, facto que, nos termos em que se effeituou, nos foi motivo de viva satisfação, pelos Intimos laços que prendem duas nações tradicionalmente irmãs e amigas. Recordando aqui os bons officios que para essa honrosa conciliação noa prestou a Grã-Bretanha, como medianeira numa dissensão que nos foi penosa, cumpro gostosamente um dever de reconhecimento. O meu governo vos apresentará os documentos trocados em tão momentoso assumpto.

Tendo, ha ponto, saido do reino a visitar os Chefes de Alguns dos Estados que mais estreitas relações têem

Senhor. - Foi extremamente grata a esta camara a presença de Vossa Magestade na inauguração solemne da actual legislatura.

O restabelecimento das relações diplomaticas com o Brazil veiu pôr termo a situação realmente penosa, em que se achavam as duas nações, ligadas entre si por intimas affinidades de raça, tradições historicas e valiosos interesses materiaes.

A camara, rejubilando-se com o feliz e honroso exito das negociações, acompanha Vossa Magestade no reconhecimento á Gran-Bretanha pelos bons officios, que empenhou para aquelle resultado.

Com o mais vivo prazer escutaram os representantes da nação as palavras de Vossa Magestade, communicando o