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com methodo e concisão, não como objecto principal mas como secundario.
As informações que o A obteve sobre o juizo dos compendios, cuja material elle disse estar fóra do alcance dos seus conhecimentos e profissão, ou foram apaixonadas, ou pouco exactas. Quem por pouco versado na sciencia de direito dirá que waldech he um máo compendido de direito romano? Elle tem tido grande voga entre os Alemães? Tem havido delle quatro differntes edições, e muitas reimpressões: alias aponte o illustre Deputado outro melhor? Eu não sei que o haja. Ou se deve proscrever o direito romano da Universidade, ou a ensinar-se alí d everá ser por aquelle compendido. Que melhor compendido poderemos Ter de direito portuguez, que as instituições de Pascoal José de Mello. Tem alguns defeitos, emendem-se-lhe, mas não se proscrevera: pois não temos outro melhor. Tambem não acho inutil para os juristas o estudo da historia, quer ecclesiastica, quer portugueza, e ainda mesmo a romana; assim ella se explicasse por um bom methodo, simples e compendioso. Logo a asserção do illustre Deputado em que me censura todos os compendios, e todas as doutrinas dos cursos juridicos, não he bem fundada. Aliás o seria mais, se censurasse os methodos de ensino. Parece-me pouco justo o juizo que o A fórma de todos, ou da maior parte dos professores de direito, como inimigos da regeneração; eu não tenho provas para suspeitar de algum delles; mas persuado-me que se ha alguns destes nas sobreditas faculdades, tambem os ha de haver nas mais faculdades positivas, e naturaes, porque desgraçadamente em todas as ordens e classes de cidadãos ha trigo e joio, mas o joio não he direito exclusivo e privativo dos professores de direito, como nos pretende inculcar o A do projecto. Admiro-me que o A se occupasse tanto dos estudos que elle considera como estranhos a si, e não se lembrasse de censurar o compendio de fysica porque se está ensinando na Universidade, e outros muitos que carecem de substituição; e que se não lembrassem que todos os ramos de sciencia tem seu grão por onde podem ser vituperadas, e o seu gráo por onde podem ser vituperadas, e o seu cisco de que todos os ramos de sciencia tem seu gráo por onde podem ser vituperadas, e o seu cisco de que devem ser varridas. E que em quanto algum mestre inepto se occupa em obstruir o espirito dos seus discipulos com a explicação dos vestidos do Pretor romano; tambem em Paris se empregou por alguns annos um filosofo em andar observando o coito da Salamandra, outro em contar os milhares de facetas que tem os olhos de alguns insectos, e outros em observar a côr do cavallo em que deve ir montado o mineralogico ou a metalurgico. Em fim em todas as sciencias ha mazelas, e alguma cousa de rediculo.
Se passo do preambulo do projecto aos seus artigos cada vez me convenço de que não podem ser discutidos com proveito. Diz o autor que se supprima a Junta Litteraria em Coimbra, e que se estabeleça em Lisboa, ou o supremo tribunal de instrucção publica.
Não sei como só da mudança de nome e lugar resultante beneficio a instrucção de um tal estabelecimento. Diz mais que se fechem as faculdades juridicas, que se dêm os annos por concluidos, e os actos por feitos. Nada me parece mais contradictorio: pois querem-se adiantar as sciencias, e fecha-se a porta a quem quer aprender? Capitulão-se estudantes que não poderão aprender, como se elles estivessem instruidos em materias que não sabem? Isto he relaxação, e não reforma.
Tambem não he digna de attenção a idéa que o autor apresenta, de que os directores dos estudos sejão todos casados, e pais de familias, com exclusão dos que não são. Tanta injustiça achava eu em que estes lugares fossem exclusivamente dos ecclesiasticos, e celibatarios, como agora acho em que fosse exclusivo privilegio dos pais de familias; sejão admittidos uns e outros conforme o seu merecimento, e sem distinção de estados, isto he que exige a justiça, e não o que pertende illustre autor do projecto. Tambem não concordo com a reforma que o projecto dá ás sciencias theologicas, afugentando-as da Universidade para os seminarios. Como riscalas da cathegoria das sciencias uteis? E em um paiz catholico, e em que a Religião Catholica, Apostolica Romana he a Religião da Nação, e do Estado, reconhecida tal pela Constituição. Seria pois esta uma medida não só injusta, e imprudente, mas até impolitica.
Conheço que aquelle faculdade tambem necessita alguma reforma, e pôr-se a par dos conhecimentos do seculo; e se agora fosse accasião de propôr algum melhoramento eu lembraria um bem simples, e bem praticavel, e era alliar a faculdade theologica com a filosofia; e então succederia que daqui em diante os theologos e moralistas serião mais filosofos, e os filisofos mais moralistas, com grande aproveitamento da Religião, e do Estado.
Em fim a rapida leitura que ouvi fazer dos differentes artigos do projecto em que pretendem abulir os collegios, unicos subsidios da mesquinha classe dos oppositores, unindo a fazenda da universidade á do thesouro publico, que se acha actualmente em igual ou peor estado, penuria, e má administração; não me deu tempo para reflectir sobre todos e cada um delles; porem concluso que os meios se propõe para a reforma de estudos são vagos, indeterminados, insuficientes para o seu fim e pouco adequados, e que por isto não podem entrar assim em discussão. E que seria melhor que o seu autor, ruminando outra vez a sua doutrina, nos apresentassem um projecto completo
O Sr. Bispo Conde: - He difficil tratar, se um projecto deve, ou não, ser admittido a discussão, seu de alguma maneira entrar na analyse do seu conteudo, e he-me difficil a mim entrar nessa analyse, tendo apenas ouvido ler mui rapidamente o projecto cm questão. Por essa simples leitura concebi, que em um largo preambulo se tratava em geral da necessidade da instrucção publica não era necessario para provar isto empregar tão extenso discurso, nem tão vasta erudição. He evidente, e todos reconhecem a importancia, e necessidade da instrução publica.
Esperava eu, depois deste apparatoso preambulo, que o illustre autor do projecto nos apresentasse com