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Porto podem attestar os grandes Serviços deste Illustre Militar, e quanto a nossa Gente ganhou com a entrada d'elle em o número dos Portuguezes: elle soube tirar os recursos do seu espirito, e precaver, como lhe era possivel, os perigos, que ameaçavão o Porto nos dias de Crise, cm que esteve ameaçada aquella Cidade com a aproximação dos Rebeldes, destinados a fazerem alli as mesmas Scenas de desacatos, e roubos praticados em Bragança: a constancia deste Militar, a honra, e firmeza, com que se declarou havia de manter o seu Posto, cobrem de gloria o seu Nome, e o recommendão á attenção da Camara. Apresento á consideração da Camara o Brigadeiro Antonio José Claudino de Oliveira, o qual em toda esta época se tem mostrado adherente ás Sabias Instituições, que nos regem, empregando em defeza d'ellas os seus briosos esforços, e aquelle amor pela Disciplina Militar, que tanto o distinguem. Da mesma consideração he digno o Brigadeiro Azeredo. A Provincia de Traz os Montes achou sempre no Brigadeiro José Corrêa de Mello aquelle Militar de estremada honra, e lealdade de caracter, veloz para correr a todos os pontos da Provincia, aonde a Presença d'elle exigia providencias decisivas para aterrar os Facciosos, o fazer respeitar a Authoridade Legitima do Senhor D. Pedro IV: não duvido pedir aos Illustres Deputados d'aquella Provincia dèm á Camara, se lhes parecer, um público testemunho dos Serviços feitos por este Militar á gente perseguida naquella Provincia. Devo fazer monção do distincto Coronel Zagallo, tão habil por seus Conhecimentos Militares, como ardente, e apaixonado dos Liboraes Patriotas, e escolhido para manobrar em um ponto tão importante da Provincia do Minho, aonde os seus Serviços tem sido feitos com uma actividade incrivel. Proponho tambem o Nome do outro digno Militar, fallo do Coronel Vasconcellos, escolhido pela sua firmeza de caracter para assegurar a tranquillidade do Porto, sendo encarregado da defensa de um dos Pontos de maior importancia, como a Ponte de Amarante, da qual dependia a principal defeza do Porto; com missão, que elle desempenhou , como era de esperar da sua honra, e caracter. Venho agora fallar do nosso Collega o Sr. Coronel Antonio Pinto. He bem notorio que todas as noticias de Coimbra nos confirmarão que a chegada delle desconcertou Planos de traição, e vileza, que se projectavão para lançar uma mancha naquella leal Cidade. (Applausos) Eu não posso fallar nelle sem vir á lembrança o lugar do nosso Pindaro:

.......Corre, veloz raio,
De Morte ao Campo; e á rapida corrente
Se oppóe com pouca, mas briosa gente.

A Camara facilmente advinhará que he a briosa gente, de quem eu fallo; he essa digna Mocidade, que corrêo ás armas, e achou que na occasião do perigo os livros se trocão pelas espadas, e a honra se adquire no Posto, aonde se correm riscos: he essa nobre Mocidade, que acudio á defeza da Patria, e dos Direitos, e Prerogativas de um Grande Rei. Peço á Camara tambem que se dêm os agradecimentos a todos os Officiaes Militares, e Tropa, que militou debaixo do Cominando dos Chefes, que eu mencionei, pois mostrarão um partido decidido no momento, em que os Rebeldes pertendião pôr duvidosa a existencia da Patria. Quando lembro á attenção da Camara o Nome de um Illustre Membro da outra Camara, o Digno Par Conde da Taipa, posto que não Militar; o exemplo deste Fidalgo, o seu decidido amor pela Carta, lealdade ao seu Soberano, e ardente patriotismo são dignos dos nossos agradecimentos: pertencendo a uma tão distincta Familia, elle se não contentou do descançar debaixo da sombra dos louros dos seus Maiores, mas quiz adquirir por seus proprios feitos gloria, para si, e o respeito dos seus Concidadãos; e porisso peço para este Digno Par os agradecimentos da Camara. (Apoiado, apoiado, apoiado.)

O Sr. Pereira do Carmo: - Deve por ventura ficar em esquecimento o bravo Coronel Valdez, que foi o primeiro, que se sacrificou pela Causa da Patria, expondo a sua vida, e (o que he ainda mais) arriscando a sua honra? (Apoiado, apoiado).

O Sr. Soares Franco: - Tambem tinha tenção de fallar sobre o objecto proposto pelo Sr. Moraes Sarmento, e de expor por este motivo o Estado Politico da Nação. Esperava porem ter maior certeza dos detalhes dos ultimos acontecimentos para o fazer com todo o conhecimento de causa. Como porem, se traçtou agora, exporei os meus sentimentos a semelhante respeito. Quando raiou o dia venturoso, cm que apparecêo a Carta Constitucional, os homens honrados, que tinhão a peito a obediencia a ELRei, e desejavão a felicidade da sua Patria, cheios do maior prazer, e do mais puro entusiasmo, lançarão-se aos pés do Throno, abençoarão seu Augusto Auctor, e desde logo se identificarão em um só sentimento = obediencia ao Grande Soberano, que fazia a ventura do seu Povo, e a Carta, que lhe assegurava as suas Liberdades. = He verdade que ha poucos annos tinhão grassado principios falsos, e oxaggerados; mas ha épocas no Mundo, em que os annos se succedem, como em outras os Seculos: aquelles principies estão tão completamente acabados, e mortos, como se tivessem existido ha cem, ou duzentos annos. Nenhum homem de senso ha hoje em Portugal, que não saiba que só o Principio Monarchico pode vingar na Europa; que os Reis são os Soberanos; e que só elles podem dar as Instituições, que devem reger os Povos; (Apoiado, apoiado) e que não he dado a Particular algum, ou a Sociedade, de qualquer denominação que seja , intentar altera-las. (Apoiado, apoiado.) Foi assim que apparecêrão dous Partidos: um, amigo da Legitimidade, isto he, do Senhor D. Pedro IV, e da Carta,, que nos outorgou: outro, inimigo do Rei, e das suas Instituições.

Então uma Sociedade, sacrilegamente chamada = Apostolica = poz os mais efficazes meios para chamar a si este infame Partido: prometteo-lhe vantagens, titulos, adiantamentos; e, á frente de tudo isto, grandissimas sommas de dinheiro: tudo emprendèo; nada poupou ; e conseguio leva-lo a um Reino estranho, onde se lhes ministrou armamento, munições, quarteis, e quanto precizavão, para fazerem a aggressão, que infelizmente verificarão por Bragança. Encontrarão porem alli o bravo, e honrado Coronel Valdez.... Foi o Coronel Valdez quem fez queimar a primeira escorva para rebater os intentos dos Rebeldes, e fazer correr seu sangue no Solo, que havião profanado, e que ousavão perfida, e atraiçoadamente