O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

( 160 )

N.° 15. Cessão preparatória Em 27 te lulljo 1842.

Presidência do Sr. F. C. de Mendonça (Decano).

C,,

•hamada — Presentes 72 Srs. Deputados Eleilos.

Abertura — Meio dia.

Acta — Approvada.

O Sr. Manoel Luiz Scraiva RebeUo: — Mando para a Mesa o meu Diploma de Deputado eleito, para ser rernettido á respectiva Commissâo de Poderes.

ORDEM DO DIA. Continuação da discussão do Parecer da l .B Com'

missão de Poderes sobre a validade das eleições do Circulo do Douro.

O Sr. Silva Cabral: — Estou curvado debaixo do peso, e da força das razões que lêem saído dos bancos da Opposição ; não ha remédio senão ceder ao clarão das iritelligencias ! .. A Coallisâo, e só, e tinicamenle, ella contem em si tudo o que ha de Tnais notável em intellectualidade , em moral . em firmeza , e coherencia de princípios ; que ha de fazer contra esta bateria tremenda a maioria , com quanto represente a quasi totalidade da Nação : se eivada na sua origem pela violência, pela fraude, pelo dolo, e pelo soborno, e ainda pobre em recursos; acanhada em talentos; senão tem tino go» "vernativo, nem mesmo a consciência da sua opinião J ... Sr. Presidente, mal haja a hora em que nós míseros, e mesquinhos Deputados da maioria tivemos a louca pretençâo de aspirarmos á honra de sermos Representantes do Povo! .. Mal haja a hora , em que quizetnos ser Eleitores dubaixo da influencia do principio da Restauração! .. Sim, porque nós devíamos saber q-ue alguns Deputados da Coallisão haviam appíirecer, e que n'elles se devia «ncerrar toda a Camará ! .. Tal é, Sr. Presidente, a cantillena ridícula com que se enchem as eolumnas de certos Jornaes, para os quaes é nada a honra, o dever, e a probidade!.. (Apoiados). Tal e, Sr. Presidente, o pensamento que aqui se deixou transluzir em alguns Discursos nos primeiros dias, e que ainda ha dias se apresentou nas palavras d'alguem que quer ser por excellencia um tomo escripto das (doutrinas parlamentares,, um texto vivo do direito publico, a única chave da felicidade do paiz, e ainda o único porto seguro para a vacillânte Náo do Estado!.,. Sr. Presidente, para que e fatigar-se a maioria , para que é querer mostrar que ella tem signal de vida parlamentar; para que e querer rebater com a lógica do entendimento, e dos factos aéreas invenções, invenções systematicamente procuradas para fins que muito bem se sabe; para que e, digo, querer a maioria fazer tudo isto, se urn simples olhar da Opposição, se urna apostrophe á Opinião Publica , e á Nação, se um riso sardónico e bastante para derrotar a historia mais fiel, as doutrinas mais correntes, os princípios mais vulgares de sciencia , e ainda as verdades mais incontestáveis ?. . Que nos re?ta , Sr. Presidente ? Curvar-nos diante dos nossos inimigos políticos; gemer e chorar sobre os nossos males passados, e dar assiai por cumprida a ameaça de certa notabilidade, que vi-

rando-se para a maioria , prometfeu de faze-!a ern breve chorar!.. (Riso). Ridícula presumpção, fatuidade indiscreta, que por ridícula nào pôde deixar de merecer o desprezo d'esta Camará. (Apoia* dos).

Sr. Presidente, no dia 23, na Sexta-feira, um nobre Deputado da Opposição veio aqui fazer-nos um bei Io Discurso, tracitava-se então da eleição da Beira Baixa, e tudo quanto elle disse sobre o assumpto , nada respeitava á Província da Beira Baixa : o illustre Deputado reconheceu com a franqueza do seu caracter, chegou mesmo a dizer, quando pediu a palavra, que era indiflerente fallar então ou por occasião d'outra qualquer eleição, porque em fim o que tinha a dizer, era urn acto de desobriga! .. E quiz oilluslre Deputado que nós carregássemos com os seus peccados, e com os peccados alheios!.. Um acto de desobriga ? Sim um acto de desobriga inopportuno, e cuja inopportunidade era reconhecida pelo mesmo illustre Orador que estava fallan-do ! . . Sr. Presidente, se os Deputados da maioria, se os Deputados novos a quem se tem feito tantas allusôes, fizessem d*estas digressões, nós os veríamos logo accusados de urn crirne de leza doutrina parlamentar, e appareceria o apodo de descomedimento e audácia f... Mas nos Deputados veteranos estas digressões impróprias são flores de eloquência que merecem a nossa admiração! . . ~Sr. Presidente, não é isío urn acto de compressão moral, em que a minoria quer pôr a maioria ? E qual o resultado da compressão senão uma reacção? Sr. Presidente, eu espero comtudo que a maioria se haja com a dignidade, e probidade que lhe são próprias, e que deve assistir a quem representa um movimento tão extraordinário; a maioria deve com firmeza evitar este escolho em que sequer fazer despedaçar a opinião que ella gosa para com a Nação, e para melhor assentar o seu juizo cumpre-lhe notar a monstruosidade da Coallisão, a sua perniciosidade sobre o principio da Restauração; cumpre observar como em todos os seus passos a Coallisão tem procurado a provocação, e como ella contra génios que despontavam n'esta Camará, e quepromt-ltem á Nação ex-cellenles Oradores, ern vez de os animar, se procurou lançar sobre elles a fateixa do receio, e da de-sã n i mação ! . . (Apoiados).