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as q'«iz combater'foi o próprio que rendeu homenagem á legalidade com que ellas foram feitas.

Sr. Presidente, o illustre Deputado para combater as eleições do Porto procurou, como primeiro fundamento, a legalidade ostensiva com que se •achavam iodos os processos eleitora es. K que nos disse e!!e a este respeito? Disse-nos que esta mesrnà legalidade, o bom concerto e harmonia com que estavam formados todos os processos, era um testemunho rnuis authentico de que a mão da prepotência , u iníluek-cia do despotismo tinha carregado sob.re os Eleitpres ! ! ! O' Sr. Presidente, e podem os precedentes da moral, da justiça e da razão ad-mittir iuíi argumento de similhante ordem ! Onde iria, Sr. Presidente, a sociedade, onde iriam os actos mais authenlicos, se a atictoridade desses •actos, se a sua legalidade fosse uma prova da sua falsidade e violência? (Apoiado.) Sr. Presidente , este argumento foi feilo por um homem que não é •celebre, nem aspira á celebridade, por um homem estranho a todas essas cousas da Política ; mas esse homern sabe combinar os argumentos logicamente, sabe mostrar onde ha conveniência ou descon-veniencia dos argumentos, e e' somente nisto que elle timbra. Depois deste argumento apresentado contra a eleição do Porto, que admira que o illustre Deputado fosse buscar um sonho, um sonho que naturalmente linha tido na noute precedente, para vir atacar essas mesmas eleições? O illustre Deputado disse-nos; os processos estão legaes , tudo está muito bem formado ; rnas a illegalidade não está nisso, a monstruosidade está noutra -cousa ; e cm que consiste-cila ? Disse-nos o rl-lustu: Deputa-" do que o Governo mandou circulares para todas as íiuci-oiidades, nas quaes.se cornprehendiam estas 4i!stnicções : que todas as auctoridades f ralassem . de falsificar os recenseamentos.; que não podendo falsifjcalos, recorressem á seducção; que nào valendo a sedueção , recorrerem á violência; e que nào valendo nenhum deites recursos, os Presidentes desamparassem as M^sas. E donde se dedusiu eále argumento, Sr. Presidente? De dou» factos particulares, que o illustre Deputado, divagando por todas as Prov-incias, achou nos processos eleito-. r;ies ; esses casos particulares foram o de Barcos e Oliveira d'Azeme'is; e porque existiram estes dous {Vícios, diz-se logo: aqui anda mão do-Governo. Pois, Sr. Presidente, se existiram essas circulares e continham as instrucções absurdas, devendo ter «ido mandadas a iodas as Auctoridades, e sendo indubitável que no Reino ha muitas Authoridades da cor política do Sr. Deputado, qual a razão porque se não apresentou uma dessas circularas? Qual a razão por que se não apresentou um desses do-cumentos absurdos, e tào absurdos, que não e possível que nenhum entendimento humano possa ac-crcdita-los, porque asuíi existência iria ferir não só a moralidade do Governo, mas a de todas as pessoas involvidas em todos estes aclos, quero dizer, nos recenseamentos e subsequentemente em Iodos os mais, ate' se cormimmar a eleição? Sr. Presidente, o Governo nem teve, nem podia ler influencia alguma nos recenseamentos, a revizão delles corria por conta das Camarás Municipaes, e fez-se, ao menos nas partes de que tenho conhecimento, com a maior legalidade, com a maior publicidade, e fatiando, privativamente a respeito do Porto per-

gunto ao Sr. Deputado, porque era exactamente este o caso a que foi app!içada a preposição geral, 'pergunto ao Sr. Deputado se por ventura leai informações de quê ali se deixassem de admittir as 'reclamações, de que ali houvessem mesmo reclamações? Sr. Presidente, os recenseamentos foram tão bcrn organisados em lodo o Districto do Porto que só houveram duas reclamações, uma do Conselho de Felgueiras, o^utra de Santo 7'hyrso , e essas mesmo inadmissíveis. Ora pode admittir-se que havendo' ali tantas falsificações de recenseamento não apparecessern os offendidos a reclamar? E'impossível , Sr, Presidente e então o argumento por immoral , por impolilico era altamente absurdo.

Sr. Presidente, o illustre Deputado, depois de dar, corno di?se um testemunho authentico da legalidade da eleição do Porto, e de ter corrido lodo o Reino de Portugal, fallando aqui e acolá com aqnella inopportunidade, que S. S.a mesmo reconheceu, mas de q,ue se quiz justificar^ recorrendo ao exemplo dos Oradores precedentes, foi procurar no Districto do Porto as Assemble'as d'Arco» «ello , de Bouças e da Maia, para mostrar que ali •se tinha procedido com fraude, com violências e -ate' com ingerência da foiça publica. Sr. Presidente, a respeito de Arcozello o Sr. Deputado disse, ou avançou aqui um facto perfeitamente inexacto , disse que ali^dous Eleitores tinham sido propostos pelo lado da Opposição , e que .esses Eleitores sendo os que tinham alcançado a maioria da votação na Assemble'a, tinham sido substituídos por Eleitores Cartisías. Sr. Presidente, Arcoz-ello pertence ao Concelho de Villa Nova-de Gaia, e na Assern-blé^v de Arcozello não poderá o Sr. Deputado apresentar uma pessoa dos seus principio? politicos , mesmo no Concelho que tecn nove mil fogos , não achará .o Sr. Deputado meia dúzia de pessoas dos seus princípios. Sr. Presidente , os Eleitores pela A^semblea de Arcozello, esses mesmos a que se Tefere o Sr. Deputado, não eram nem nunca foram Seterwbristas, não, não erarn : erarn Cartistas. eram o itmãò, e o sobrinho do illustre Procurador Régio da. Relação do Porto, o Sr. João Born-irdo da França, urn e outro COIMO disse, de princípios tão eminentemente Carlistas coroo aquelles que sahi-rarn : a questão é que elles queriam, e que pediram áCommissão Filial de Villa Nova para serem Eleitores, e que cila tendo escolhido outros, disse que não era isso possível, insistindo-se sobre isso teve de reunir-se a Commissâo —- houve uma votação, e a decisão antecedente sustentou-se ; em consequência disto, julgaram-se elles um pouco oíTen-didos no seu atnor próprio, foram trabalhar em sentido contrario, não digo bem , a favor de seus próprios nomes , a favor de uma lista que elles próprios organisaram, mns o facto de que a maioria dos votos recahiu nelles , nem constou naquelle Concelho nem naquelía Cidade, nem no CoMegio eleitoral , nem dellc foi sabedora Auctoridade alguma ; reputo-o porianto inteiramente estranho e impossível o ter eile existido, visto não ter appa-recido algum documento que o comprovasse, e ate' esses mesmos Cidadãos não fiseram representação alguma.