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embocaduras das mas qne conduzem á Igreja, e defronte da porta delia ensarilhou armas a outra parte: depois todos e?tes valerosos combatentes passaram revista ás listas, e quem a não trazia de cor, e corri cerlos numes, era abrigado a recebel-a. O exercito inimigo (isto é os Opposiohistas) á vista de taes disposições entendeu, que iião devia avançar j e abufldonoú o baluarte da urna. Porem V. És." que e militar, sabe que em todas as retiradas ha extraviados é que apezar de ser doestillo prevenir todos os d< st acamei) t os para se retirarem também, retiradas ha ás vezes tão precipitadas, que falta o tempo pura se prevenir toda a tropa. Pois tudo isto aconteceu em Villa do Conde na retirada do exer- " cito Opposionisla. Houve !á extraviados, e houve forças, que não poderam a tempo ser prevenidas; e tudo foi feito prisioneiros de guerra , e todos tiveram de receber a sua lista de cor, e de ir lança-la na Orna. Assim a victoria Ministerial foi abrilhantada com o muito livre voto de alguns inimigos; e tendo os votantes sido 478, cada um dos Candidatos Ministeriaes teve 477 votos! Faltou a cada um somente um volo; e nem a Acta diz quem obteve esses quatro votos, nem declara, se alguma lista levava nomes dê menos! Pergunto eu: e isto e' modo de fazer eleições ? E estaâ eleições devem ser appro-vadas? No Concelho de Gondotnar não houve tanto: não me comia, que força armada para alli fosse, nem nós temos tanta que possa ir a toda a parte. Com tudo tornaram-se todas ás precauções para que ella lá não fizesse falta.

O Concelho é grande * dá quatro eleitores, irias a Camará, ou Commis«ão Municipal deliberou, que Irouvesse uma só Assernble'a. D'urnas a outras extremidades do Concelho vai a distancia de cinco léguas ; e a Freguezia mais central e â de S. Cosme^ Entre tanto o logar da reun-iâo foi em Rio-Tintò , que fica n'uma extremidade. Attender-se-ia para isso á commodidade dos eleitores, ou ás conveniências de algum partido?

No dia das eleições todos os eleitores receberam ordem de se apresentarem ao Administrador doCoh-celho, e aos Regedores de Parochia em sítios designados ; e por estas Aucloiidades Foram cohdui zidos á Igrpja , em que deviam votar. Os que não chegaram á hora determinada ao ponto da reunião, lá foram encontrar Cabos de Policia para os acompanharem sempre arrebanhados.

As Actas dizem, que a Me^a foi ajjprovada por grande maioria, mas as minhas informações dizem-me, que quando chegaram á Igreja os primeiros eleitores já a Mesa estava fi-ita , compondo-se de dois Escrivães, o Recebedor do Concelho, e o Pa-rocho da Freguezia. O resto da eleição concluio-se com tanta liberdade, melhodo, c ordem, que recebendo.se 344 listas, segundo diz a Acta, cada um dos Candidatos obteve 344-votos ! Isto e' que é pluralidade! (fozes- — Apoiado, e sim senhor.) O Orador:— Mas com tanta popularidade que nekessida-de havia d'cmpregar tamanhas violências, como as que tenho notado ?

Agora, Sr. Presidente, passo a Felgueiias. Já apresentei urn Requerimento pedindo, que seannul-lasse esta eleição, e agora pediria a V. Ex.a que tivesse a bondade de rne mandar as Actas ; porque eu posso não referir exactamente as palavras delia, e desejo evitar toda a inexactidão.

Em Felgueiras foi dissolvida a Camará Mimict-pal, que tinha designado o numero das Ássembléas, que havia de haver no Concelho. Dissolvida a Ca-rnara nomeou-se uma Cotttmissão Municipal ; e está em tantos de Maio declarou , que uma só Assèm-bléa leria logar, reunindo-se na Igreja da Freguezia deMargaride, Um destacamento militar foi também alli dirigir a regularidade das eleições. O Presidente da,eleição no dia 5 de Junho propozaMesa, que lhe'foi rejeitada por Ires veses ; depois nomeou uma Mesa Provizoria , e por esta é qiie foi eleita á Mesa definitiva. Assim o affirmam os cidadãos, que assignaram está representação; e assim o repre&en-tou logo um deljes ao Governador Civil do Porto, que segundo me consta, nada providenciou contra estas irregularídades.

Dir-&e-ha ; mas isso não consta da Acta. E' ver* dade, Sr. Presidente; mas consta da Acta quantos cidadãos votaram para a Mesa definitiva, e quan-jos votos reunio cada um dos votados? Devía-o dizer; mas apenas diz, que procedendo-se á eleição1 'eorn todas as formalidades legaes , sahiram eleitos Fuão, e Fuão. Porque não mencionou pois o que tão essencial era ? Certamente porque só poderia mencionar as cinco listas dos Membros da Mesa Provizoria, então confesSava-se a nullidade; e isso não convinha. Mas se o affirmam eleitores, que assistiram áquelle acto, e se a própria Acta pela sua irregularidade O faz Crer, e acreditar, poder-se-ha duvidar d

Eniretanlò accresce ainda ter sido a Mesa collo-eada entre dous altares, aonde nunca se collocara, e aonde era impossível vigiar pôr todos os lados o que faziam os Mesarios. Por estes fuhdamenlos, e fundado no artigo 40 do Decreto de 5 de Março, requereo um dos eleitores, que a Mesa fosse cbllo-cádâ onde o linha sido sempre, ou aonde podesse haver livre accestso a ella. A Mesa porérn indeferio tão justíssimo Requerimento. E porque razões? Porque u Mesa, disseram os Mesarios, estava colloca-da em conformidade do que determina a Lei} e que podia haver Decesso a ella !

Deo-se por provado o que se disputava, e indefere-se o Requerimento! Nègou-se por ventura, que a Mesa estivesse entre dous aJtarss? Não se deve por isso ter por indubitável que ò estava? E não se deduz d'ahi necessariamente, que a ella não podia haver livre accesso? E' pois evidente, que a Mesa violou escandalosamente a Lei: 1.° porque não fundamentou, corno devia, a sua deci-ão : 2.° porque estorvou o que mais indis-pensavel é á validade dos actos eleitorais, a faculdade de serem observados pelos espectadores.