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ao facto do Sr. José Passos, parèce-me que os Srs. Deputados o não podem negar. (Q Sr. Silva Cabral'. —Não, senhor.) Mas o acontecimento do Sr. José Passos não foi um acontecimento eventual : ,seelle não necessitasse dar as ultimas provas de coragem a seus correligionários políticos, podia tê-lo evitado; porque, ainda elle passeava pelas ruas de JLÍMboa , já um amigo político do Sr. Deputado lhe dissera; não vás ao Porto, senão fazern-te em pé-daços. Este facto posso attesia-lo com pessoas que ouviram, e com o próprio indivíduo que lhe fez este aviso. O Sr. José Passos foi para o Porto, sabendo o que se lhe "preparava , porque e necessário que cada Partido de'sse a ultima prova de coragem ; foi, sabendo do maftyrio que o esperava ; appare-ceu na Lapa, sabendo que os assassinos para lá iam; luas era necessário sellar as suas opiniões políticas com o seu sangue e martyrio.

Sr. Presidente, estes factos são sabidos: não precisava, para qualquer homem de mediana susceptibilidade se desculpar delles, que eu os viesse apontar ao Parlamento; estes faclos são novos, escandalosos, nenhum Partido os praticou ainda; não ha um só chofe de uma opinião política que se tenha apresentado aqui cacetado pelos seus inimigos políticos. Quando se referiram os acontecimentos de 38 o Sr. Deputado estará lembrado que o requerimento aqui apresentado não continha individuação de factos; era assignado por muitos indivíduos, grande parte dos quaes se disse que eram os meninos da Lapa; e um illustre Deputado, querendo mostrar a concludencià deste documento, disse que não sabia nada de Jurisprudência , mas que ainda sabja, pelo conhecimento que tinha da Medicina Legal, que muitas vezes se tinham provado casos de envenena-inento por creanças; e que então esse testemunho podia também provar a violência,da eleição. Ora quando se recorre a estes meios, e' certo que aprova não é palpável,

Sr. Presidente, eu não me calei como digo, nem por falta de deferência, á illustre pessoa que foi vi-.ctima dos excessos dos comrnissarios eleítoraes do Porlo , nem por menos indignação que esse facto me causasse, foi só porque quis: tentar, quiz experimentar se conhecia a susceptibilidade da maioria da Camará, e principalmente daquelles indivíduos que estão indigitados como osauclores e únicos fautores de ião e Uies-escandalosos acontecimentos.

O Sr. Dias d'dzcvedo: — Eu pedi a palavra a V. Ex.a sobre a ordem , porque vi tantos Srs. Deputados pedirem a palavra para explicações de facto, que certamente: resultaria de recriminação em recriminação Írem-se acalorando os ânimos, e vir esta Camará a um estado de. que não sei ròmo airosamente poderíamos sahir. Sr. Presidente, eusin-to muito quetaes explicações começassem deste lado da Camará; começaram" deste lado effectivã-

mente-, as recriminações seguiram-se daquelle, e necessariamente havíamos de ser levados a um extremo talvez funesto, por consequência peço aos Srs. Deputados qtie considerem a nossa posição , e que façaíu sacrifícios a si próprios, desistindo díi palavra , voltando á discussão, que ern verdade vai muito longa? Tudo isto é tristíssimo em todas as suas consequências, e em si mesmo ? Peço portanto a V. Ex.a queira rogar aos Srs. Deputados, que não continuem a fallar em explicações, porque ha 4 annos que occupo esta cadeira, tenho observado que as explicações só trazem cousas desagradáveis, e nem dão resultado nem vantagem aquém as dá, nem a quem as recebe, nem á Camará, nem ao Paiz, nem a ninguém. (Apoiados:)

O Sr. Presidente:-—Eu uno os meus votos aos do Sr. Dias d'Azevedo para pedir aos Srs. Deputados, que acabem com as explicações, e a final que passemos a entrar na discussão; parece-me que é mais prudente, e mais útil para ã Nação que deixe-mos estas explicações, f Apoiados.)

O Sr. Mesquita e Solla : — O Sr. Deputado principiou dizendo que as auctoridades do Porto eram, cúmplices dos factos, que tinham occorrido na oc-casião das eleições; estas auctoridades têern bastante dignidade e não necessitam do meu elogio, nem tenho foiças bastantes para poder faze-lo ; mas de envolta com estas auctoridades encontra-se a Militar,— um chefe que não está presente; é o Conde de Santa Maria cuja dignidade e honradez de princípios é conhecida; (Apoiados) não estando elle presente, e sendo eu do seu Quartel General cumpria-me defender este Com mandante de Divisão das affion-tas a elle dirigidas pelo Sr. Deputado, e accrescenta-rei que em geral na parte Militar não houve senão o desejo de manter a ordem e segurança publica. (O Sr. José Estevão: — Era o seu dever.) O Orador: — E são menos exactas todas as accusaçòes que o Sr. Deputado fez.

O Sr. José Estevão: — Eu não fiz accusaçao nenhuma.

(Fozes:—Ordem do Dia.)

O Sr. Fieira de Magalhães insistiu por obter a palavra para desafrontar a honra de sen pai, Presidente da Camará Municipal do Porto, injuriada pelo Sr. Deputado.

Jl J uni a consultada concedeu a palavra ao~Sr.. Deputado eleito, que delia usou; mas S. S.a ainda não restituiu os seus discursos.

Tendo dado 3 horas, levantou o Sr. Presideafe a. Sessão, dando para Ordzm do Dia de amanha o parecer da 2.a Cvmntissáo de Poderes sobre a validade das eleições do circulo da Estremadura. -