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230 DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

leviandade ou pela pouca correcção do seu procedimento tivesse dado occasião a que o facto viesse a publico n'esse jornal.
Evidentemente não me podia referir ao sr. governador civil, a quem eu muito respeito, e antes do fallar n'esta camara tinha pedido que se mandasse proceder a um inquerito para averiguar d'onde tinha partido a indiscrição, quem é que tinha sido o empregado, se algum empregado houve que tivesse communicado ao jornal o facto a que me referi
Já se vê que, tendo eu encarregado o sr. governador civil que mandasse proceder a um inquerito a este respeito, não era intenção minha de me referir áquelle funccionario, que, repito, continúa a merecer toda a minha confiança, Apoiados. - Vozes: - Muito bem.)
Referiu-se o illustre deputado tambem a acontecimentos em Arouca.
Não sei nada a respeito de Arouca. O que posso dizer, não em virtude de telegrammas, mas por informações particulares que tenho, é que houve em Oliveira do Bairro um pequeno tumulto a proposito dos boletins do inquerito agricola. Alguns populares vieram a Oliveira do Bairro pedir ao parocho os boletins do inquerito agricola; deram-lh'os, queimaram-nos, e, graças á intervenção do administrador do conselho, não houve ferimentos a lamentar.
As informações que tive hontem e já hoje são que ha completo socego n'aquelle concelho. O governador civil ainda hoje me informou de que tinha elle proprio ido ao concelho de Oliveira do Bairro para averiguar o que havia a tal respeito, e tinha achado o concelho em perfeito socego, tendo-se apenas prendido cinco individuos, que iam ser remettidos ao poder judicial.
Portanto, o que posso assegurar é que ha ali perfeito socego.
Vozes: - Muito bem.
(S. exa. não reviu as notas tachygraphicas.)
O sr. Azevedo Castello Branco: - O sr. presidente do conselho, com relação aos factos de Moncorvo, leu os telegrammas do seu representante, que contradizem e contrariam em parte as informações que tenho.
Já avançámos alguma cousa. Eu sempre esperei que o sr. presidente do conselho visse hoje aqui dizer que não havia nada; mas desde que s. exa. se mostra informado pelas indicações fornecidas pelo seu agente de auctoridade, eu não tenho senão a fazer um voto, e é que se confirme o optimismo das suas informações e que sejam sem realidade as informações minhas, que, infelizmente para os quatorze feridos, tenho como exactas. (Apoiados.)
Folgo muito que Oliveira do Bairro esteja mais tranquilla, mas que não seja d'aquella tranquillidade que tinha o concelho de Anadia, quando na sessão de 16 aqui nos dizia o sr. José Luciano que tudo estava tranquillo no paiz; (Apoiados.) porque n'esse dia em Anadia, no seu concelho, no seu reducto politico, havia graves tumultos, havia desordens n'uma povoação onde se protestava, não só contra a marcha do governo, mas sobretudo contra a impossibilidade manifesta, que o povo portuguez vae reconhecendo, de pagar mais para esta bambochata governamental. (Apoiados.)
Se os factos se incumbirem de justificar as informações do sr. presidente do conselho, muito folgarei com isso.
Até lá vou registando a declaração, na esperança tantas vezes infundada de que a verdade corresponda ao que s. exa. diz. (Apoiados.)
O sr. Presidente: - Passa se á ordem do dia.

ontinúa a discussão do projecto n.° 6 e tem a palavra o sr. Ruivo Godinho.
O sr. Azevedo Castello Branco: - Oh! sr. presidente, v. exa. sabe que ficou hontem um incidente por liquidar, e tinha ficado com a palavra o sr. Laranjo; portanto parece-me, salvo o devido respeito por v. exa., que...
O sr. Presidente: - Na sessão de hontem e a requerimento do sr. Azevedo Castello Branco, a camara resolveu que se suspendesse a sessão em qualquer altura em que ella estivesse, quando chegasse o sr. presidente do conselho, porque s. exa. lhe queria fazer algumas perguntas.
A camara resolveu assim, e eu, cumprindo essa resolução, dei a palavra ao sr. deputado que a pedira, logo que chegou o sr. presidente do conselho o dei-a depois aos outros srs. deputados que se haviam inscripto durante o incidente.
Como durante a discussão do mesmo incidente não foi mandada para a mesa nenhuma proposta ou moção de ordem que tenha de ser submettida á votação da camara, entendi eu que a ordem do dia de hoje era a mesma que estava dada para hontem, e tanto é assim que foi essa a declaração que fiz antes de encerrar a sessão.
S. v. exa. não se conforma com este modo de ver da presidencia, eu consulto a camara e ella resolverá como julgar mais conveniente.
O sr. Azevedo Castello Branco: - Eu comprehendo que v. exa. queira cobrir a retirada do governo; é esse o seu dever; mas v. exa. deve estar recordado de que hontem ficou com a palavra reservada o sr. deputado Laranjo. Alem d'isso, v. exa. sabe que, por uma amabilidade do sr. presidente do conselho, s. exa. está aqui hoje, e eu tenho que liquidar uma questão importante com s. exa., que, como sabe, ficou para liquidar quando terminasse este incidente.
Como quer v. exa. que essa liquidação se realise se se passa á ordem do dia e não ao incidente?
Se v. exa., para cobrir esta desairosissima retirada do governo, entende dever consultar a camara, a camara decidirá em harmonia com o desejo do governo.
O sr. Presidente: - Vou consultar a camara.
O sr. Arroyo (para um requerimento): - Requeiro a v. exa. que consulte a camara sobre se ella consente que sobre a proposta ou requerimento que vão ser submettido á sua apreciação, recaia votação nominal.
O sr. Presidente: - O sr. deputado, Arroyo requer que sobre o requerimento feito pelo sr. Azevedo Castello Branco, para que a camara resolva se deve continuar ou não antes da ordem do dia o incidente começado na sessão de hontem, haja votação nominal. Vou pôr este requerimento á votação.
Foi rejeitada a votação nominal.
O sr. Presidente: - Vou pôr á votação o requerimento do sr. deputado Azevedo Castello Branco.
Foi rejeitado.
O sr. José de Azevedo Castello Branco: - Peço a palavra para antes de se encerrar a sessão.

ORDEM DO DIA

O sr. Presidente: - Continúa em discussão o parecer n.° 6, e com a palavra, que lhe ficou reservada da sessão antecedente, o sr. deputado Ruivo Godinho.
O sr. Ruivo Godinho: - Sr. presidente, eu não esperava que succedesse o que acaba de succeder! (Apoiados.)
A camara hontem tinha resolvido que assim que entrasse na sala o sr. ministro do reino se interrompesse a discussão da ordem do dia, para se tratar do incidente de Braga. Começou hontem a executar-se a resolução da camara, não se acabou de tratar o assumpto a que ella dizia respeito, porque ainda ficou com a palavra reservada um deputado da maioria; logo, não se acabou de executar a resolução da camara; portanto, parece-me que estamos fóra da ordem do dia, visto que ella foi alterada ou substituida por outra por decisão da camara.
A ordem do dia de hontem alterou se para se tratar do incidente, e como elle não terminou não se pôde, sem se derogar a resolução tomada hontem pela camara, tratar