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SESSÃO N.º 14 DE 87 DE JANEIRO DE 1897 145

ctos de Coimbra, Vizeu, Aveiro, Villa Real, Vianna do Castello, Beja e Angra do Heroismo, pedindo melhoria de vencimentos.

O meu collega o sr. Carlos Braga, acaba de referir-se a este assumpto, mostrando a vantagem e conveniencia, em o resolvei satisfazendo as pretenções d'estes funccionarios.

Não quero fazer uma larga exposição, justificando a pretenção d'estes empregados, a commissão respectiva, lerá de certo a exposição que elles fazem nas suas representaões e terá occasião de ver e apreciar, a justiça que lhes assiste.

Basta notar um facto, e é que desde 1864, em que foram fixados os ordenados que actualmente percebem, até hoje, ainda se lhes não augmentou um real, cousa esta, talvez rara; e isto em epocha, em que as contribuições têem augmentado, e subido excessivamente o preço dos generos.

Acresce ainda, que estes distribuidores que têem o dia completamente tomado, recebem um vencimento igual ao dos outros distribuidores das terras menos importantes, nas quaes duas ou tres horas bastam para se fazer o serviço, ficando-lhes o resto do dia livre para outras occupações.

Uma outra representação é a dos empregados dos hospitaes da universidade.

Já o anno, passado tive occasião de apresentar aqui uma representação n'esse sentido. Parece-me da maxima justiça que seja attendida, e por isso peço á commissão respectiva que tome na devida conta o seu pedido.

Uma outra representação é do juiz de direito da comarca de Estarreja, pedindo que lhe seja concedido o terço a que tem direito.

Desde o momento, em que se abriu uma excepção para um outro juiz que estava nas mesmas condições, parece-me tambem de maxima justiça que o mesmo seja concedido aquelle, e o que teria a fazer o governo parece-me que seria conceder o terço a todos os individuos nas condições ali apontadas.

Uma outra representação é a dos habitantes da freguezia de Paredes da Beira, pedindo um subsidio para que seja reedificada, a igreja até os ultimos vendavaes destruiram. É uma igreja de valor archeologioo e onde ha grandes preciosidade artisticas.

Á Commissão a que for presente confio tambem o deferimento d'esta pretensão.

(O orador não reviu as notas tachygraphicos.)

O sr. Carneiro de Moura: - Mando para a mesa um projecto de lei. É precedido de um relatorio que não leio, por extenso, para não fatigar a attenção da camara (leu}

Somos um povo calumniados por tradição historio.

A moderna phase da expansão colonial das potencias obriga-nos, para acompanharmos o movimento moderno, a crear uma população trabalhadora bastante papa o trabalho, interno na metropole e para a exploração colonial e a procurar efficazmente desenvolver novas industrias que paralellamente com a agricultura augmentem a riqueza publica, consumida nas: colonias por meio de um commercio colonial regular.

Mas não conseguiremos tornar-nos industriaes sem pessoal profissional e technico. O que mais nos falta é a educação do trabalho pratico que sabe arrancar da natureza interminaveis utilidades ricos.

Pois bem! Estamos longe, bem longe, de conseguir este resultado. Nem trabalhar sabemos; tambem não procuramos ensinar a mocidade a trabalhar!

Não me dispenso agora de disser á camara o que entendo ácerca do nosso ensino secundario quer seja de humanidades classicas, quer modernas.

Segundo o pensar dos pedagogistas que se têem occupado d'estas questões de ensino secundario, deve procurar-se enriquecer o espirito da mocidade com um saber de alta cultura de espirito, capaz, de applicações praticas, e como aos diversos povos correspondem estudos pchyaicos diversos, d'ahi vem que os competentes concordam em que as condições nacionaes são o melhor elemento para
terminar a escolha das materias de ensino.

A nossa raça é intelligente, mas nas nossas escolas a educação é principalmente especulativa, de onde resulta que, pela facilidade da comprehensão de um ensino em que predominam as humanidades, a população illustrada tende mais a metrificar sonorosos versos ou a estiolar-se em criticas abstractas demasido genericas e muitas vezes vãs, do que a vir industrialisar os elementos ricos do solo. Não sabemos trabalhar! Peça-se a um diplomado dos nossos cursos uma acção pratica que dê riqueza - não sabe mais que demonstrar theoricamente que não sabe!

Já se diz que ha doutores em excesso. Não sei se os ha em excesso. O que sei é que não têem procura, o que sei é que nos falta quem com espirito emprehendedor crie industrias e saiba aproveitar as condições naturaes da nossa riqueza gratuita.

O nosso ensino deve, pois, tender a corrigir este defeito de raça. N'um povo com tradições e habitos industriaes deve predominar o ensino de humanidades, suggestionante e espiritual; mas nós que temos a deficiencia industrial tão profunda, que até ainda considerâmos a actividade industrial de somenos valor, só poderemos salvar-nos se d'esse valor formos encaminhando o espirito da mocidade para o habito de emprehender e trabalhar.

As nossas tendencias não são, infelizmente, para as conquistas praticas da industria; torna-se, pois, necessario que para ahi se dirija o espirito da mocidade. Diz-se que não temos materia prima para transformar. O que nós não temos é pessoal transformador. Abramos, pois, escolas de ensino profissional.

Isto sem faltar completamente ao ensino de humanidades modernos. Para este problema se derivou a nossa attenção e d'ahi surgiu a idéa de formular o projecto que mandei para a mesa.

O projecto fiam para segunda leitura.

O sr. Barbosa de Mendonça: - Peço a v. exa. que consulte a camara sobre se permitte que seja publicada no Diario do governo uma representação, lida hoje na mesa e enviada pela camara municipal de Penafiel sobre serviços hydraulicos.

O sr. Presidente: - Vou, consultar a camara sobre se permitte a publicação, estando a representação nos devidos termos; como me parece que está.

Consultada a camara foi auctorisada a publicação.

O sr. Ricca: - Mando para a mesa uma representação dos terceiros distribuidores telegrapho-postaes da cidade de Setubal.

Acho de todo o ponto justo o pedido feito n'esta representação, que se refere a uma mudança de situação.

Os nossos collegas n'esta casa, os srs. Fratel e Carlos Braga, já se têem por vezes referido a este assumpto; limito-me por uso a ler o projecto que formulei a este respeito e depois da sua leitura mandal-o-hei para a mesa. O projecto é o seguinte: (Leu.)

Peço a v. exa. que consulte a camara sobre se permitte que se publique no Diario a representação, que tive a honra de mandar para a mesa.

O sr. D. Luiz de Castro: - Sr. presidente; um da processos de que os lavradores progressivos portuguezes têem tentado lançar mão para melhorar a cultura do trigo nacional, tem sido o da importação de sementes estrangeiras seleccionadas e prolificas; no entretanto encontram em nossas alfandegas tal numero de embaraços, obstaculos, pelas e despezas que se vêem obrigados a desistir d'esse intento.

Para obviar a taes inconvenientes, vou mandar para a mesa um projecto de lei, que vou ler. (Leu.)