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lido nos Fastos Parlamentares, apesar de conhecer apenas os negócios públicos do meu paiz pela rama, porque tenho vivido a uma distancia infinita delles, apesar disso tenho factos bastantes para asseverar que nem sempre as maiorias parlamentares represen- , Iam as maiorias da Nação. Bem fortes eram as maiorias parlamentares d'algum dos Ministérios, que sustentavam as mesmas idéas, que Polygnac per-lendeu reduzir a princípios, rnas a eleição que derribou Fíielle, e sobre tudo os três dias de Julho bastaram para se reconhecer que às antigas minorias representavam ò pensamento da maioria dos Fran-cezes, e que eram capazes de fazer baquear uma Administração, e dispor de um Throno. Sern sair do nosso Paiz, porque não gosto de trazer exemplos estrangeiros, nesta mesma Casa se terri conhecido esta verdade: pequena era a minoria em 1836 que nem chegou a funccionar ; e um momento bastou pura provar quê a Nação inteira era expressada por essa minoria (riso.) Menos que pequena, singular, Sr. Presidente, era a minoria da Camará Consti-tuinte ; singular, mas honrada, mas forte; e essa então minoria na Constituinte e aqui maioria. Honra ao Sr. Deputado por Alemquer, que tão dislin-cta é heroicamente soube sustentar os seus princípios; mas honra também á maioria dessa Assem-b!é.a, que tão bem andou nos negócios parlamentares: eu convidaria a maioria desta Camará a ir alit buscar os exemplos de conducta parlamentar.

Mas, Sr. Presidente, baixando á questão j principiarei por dizer que ha muito tempo não vejo um objecto que mais pasmo me cause que o Parecer da illuslre Commissão; e com isto não se entenda que lhe quero irrogar censura; porque eu entendia e via isso pelos olhos da minha razão, e a itlustre Com-missão pele,á da sua. Eu via que essa illustre Com» missão tinha sido lirada dó centro da maioria desta Casa, que a maioria partilha a Política do Governo; e, então julgava que a Commissão' e a maioria não perderiam unia occasiãò tão òpportuna, tão apta para justificar o Ministério, e para, por ventura, fazer emmudecer todas asaccusações que se lhe teem dirigido. Eu entendia que essa Commissão se levantaria, e apostrofando para a esquerda desta Camará, lhe diria: Ate'quando fareis vós uma guerra acintosa ao Poder ? Ate'quando vireis aqui fazer óppo-sição a uma Administração, sob cujos auspicies se conseguiu esse desideràfum, que as cabeças mais bem organisadas da extrema esquerda nuncd pode-ram conseguir quando estavam nó Poder ? Ale'quando se virá dizer que estas eleições são illegaes e forçadas, quando pelo contrario, o facto demonstra que estão aqui representadas todas as Opiniões, e que todas foram livremente á urna? Eu digo que se acaso se tivesse aqui usado desta apostrofe, talvez pó» desse fascinar a quem não militou na campanha eleitoral desde o primeiro tiroteio das Assembleas Primarias até ao último combate nos Collegios Elei-toraes, a quem não discernisse o que é Progresso da Civilisação do Povo, do que e effeito do auxilio prestado pelo Poder aos processos eleitoraes, è talvez mesmo se lhe não desse resposta satisfacforiá. Ma.s que vejo eu? Não vejo isto ; não vejo mesmo nivèí-lar a conducta eleitoral da Estremadura bom a das mais Províncias, antes pelo contrario baixa-la do nivel da consideração eleitoral de todas as, outras Províncias. Aqui é que eu digo que se irroga uma

censura amarga aos eleitores, da .Estremadura. Eu podia talvez fazer a comparação do processo eleitoral da Estremadura com o de todas as outras Províncias, e provar que a cenoura e menos bem merecida; mas lirnitar-me-hei a fazer esse paraíello só com a eleição da Beira Alta, por isso mesmo que uma e outra foram examinadas pela iriesrna Corn-missão, e mostrár-lhe-hei que andou menos bem na exaraçâo deste Parecer.

Sr. Presidente, é força confessar que eu tenho visto calcar aqui aos pe's a evidencia moral , e física : buscarei, quanto èrn mim couber, demonstrar as verdades que sustentar, pela evidencia mathema-tica. Folgo de entrar neste campo j porque vejo riat frente dessa Commissão um Nome Europeu/um Nome que respeito pelo seu saber, e que por tanto não será estranho neste ca n) pó ; combateremos igual--mente.

O Parecer da Commissão, comparando as irre-gularidades Commettidas na Província da Estremadura com as das outras Províncias, diz assim : c=mas aqui existem ellas em tão crescido numero que mal pode haver comparação entre os processos desta Província e os dasi outras. = Se a iHustre Commissão re-prehendèssè estas irregularidades da Estremadura,' porque ellas em si eram de maior monta, de maiá transcendência , eu acceitaria a censura da Commissão, porque entendo que, na Estremadura, ria se'de do Governo, na Metrópole do Reino deviam ser menos desculpáveis estes factos; mas note»sequé ã Commissão não tracta da intensidade dessas faltas , mas de seu'numero; e então eu íhe provarei mathematicamente que a sua asserção não é verdade! rã i

O Colíegio eleitoral da Beira Alta contou 60eleitores: pêlos documentos que ahi estão, pelo que está escripto, as Assembleas nianrhadas de irregularidades, mais ou menos attendíveis, eram òtn numero dê 26. Ffòie-áe que no Colíegio eleitoral da Estremadura entraram 151 eleitores; e se alguém me disser que o quarto termo desta proposição não e entre 61 e 65, dir-lhe-hei que terá feito uma descoberta mais notável que as de Newtoii ou de Plínio* Contadas pore'rri essas irreguSafidades numericamente montam a 51., contadas mesmo corno taès as que realmente não O são; Logo como se pode dizer que na Estremadura. subiram' muito em numerosas irregularidades aíe'm dos outros Collegios? Parece-me por consequência ter levado á evidencia a primeira parte da minha proposição \ que a censura e' menos Bem merecida, porque hão ha equidade.