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194 DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

argumentos que possa adduzir para garantir estes principios.
Deu a hora, e por isso termino as minhas considerações, pedindo desculpa á camara dos momentos que lhe roubei, agradecendo a benevolência que me dispensou e a attenção com que me ouviu.
Vozes: - Muito bem, muito bem.
Leu-se na mesa a seguinte

Moção de ordem

A camara, satisfeita com as explicações do governo, e aguardando as informações que ácerca do conflicto entre Braga e Guimarães lhe forem dadas e que transmittirá á mesma camara, passa á ordem do dia. = Santos Viegas.
Foi admittida.

O sr. Presidente: - O sr. Eduardo José Coelho pediu que lhe fosse concedida a palavra, antes de se encerrar a sessão, para tratar de um negocio urgente, e em conformidade com o regimento d'esta casa, participou á mesa qual o objecto de que deseja occupar-se. Eu, considerando perfeitamente opportuno o assumpto de que s. exa. deseja occupar-se, vou conceder-lhe a palavra.
O sr. Eduardo José Coelho: - Recebi ha pouco um telegramma de Valle Passos, no qual se diz, que foi alterada a ordem publica, por occasião de se proceder á eleição da commissão de recenseamento, havendo mortes!
Pergunto ao sr. ministro do reino se já teve alguma participação official a este respeito, e no caso affirmativo, quaes são as providencias que tem tenção de pôr em pratica, para accudir a este estado de cousas.
Depois da resposta do sr. ministro, e quando me cheguem os elementos de apreciação, tratarei nesta casa de avaliar a responsabilidade do governo sobre estes factos.
O sr. Ministro do Reino (Barjona de Freitas): - Posso declarar ao illustre deputado, que não recebi aqui telegramma algum, que dissesse respeito a acontecimentos em Valle Passos. Ê possível que alguns telegrammas viessem e estejam, ou em minha casa, ou na secretaria, e logo que os tenha, virei dar conta á camara do seu conteúdo. Á única cousa que sei, mas isso é já anterior, é que um cavalheiro, intitulando-se chefe do partido progressista naquella localidade, me dirigira um telegramma, pedindo força, porque receiava desordens na próxima lucta eleitoral.
Dirigi-me, em vista disto, ao sr. governador civil, determinando-lhe que desse ordens terminantes às auctoridades, para que se abstivessem completamente de qualquer intervenção na lucta eleitoral, e que fosse enérgico na repressão de todos e quaesquer abusos, requisitando força, se fosse necessária, para manter a ordem.
Depois disto não tive conhecimento official de facto algum nesse sentido.
O sr. Eduardo José Coelho: - Pedi novamente a palavra a v. exa. para agradecer ao sr. ministro do reino as explicações que se dignou dar-me, esperando que s. exa. ou algum dos seus collegas, amanhã venha a esta camara confirmar ou destruir a exposição que fiz ha pouco, desejando até muito que as minhas informações sejam inexactas.
Se, porém, ellas forem exactas, não posso deixar de dizer que lamento que as auctoridades superiores do districto fossem um pouco mais retardatárias em prevenir o governo dos acontecimentos que ali se deram. Tenho dito.
O sr. Presidente: - A ordem do dia para a sessão de amanhã é a continuação da que estava dada.
Está levantada a sessão.

Eram seis horas da tarde.

Redactor = Rodrigues Cordeiro.