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por se persuadirem que havia muita cousa a dizer, e que ?e não podia dizer dentro da hora. Ora o il-lustre Deputado o Sr. José' Estevão, que parece que alguma cousa teria a dizer sobre este assumpto, pois que a maior parte dos Oradores que têem iailado são da maioria , diz q^ue tem muito pouco que dizer, eu pela minha parle 1'allarei três minutos ou quatro, par?cc-me por consequência que não existindo motivo que os Srs. Deputados suppozerarn para votarem coolra o requerimento....

O Sr. Presidente: — O requerimento foi rejeita-

do, e de mais a mais o Sr. Deputado vê que já não ha numero na casa....

O Sr. Ávila: — E' o mesmo, eu o que quiz foi fazer ver, que não era por nossa causa que hoje se não votava o parecer.

O Sr. Presidente:—A ordem do dia para áma-tíhâ e a continuação da de hoje. Está levantada a Sessão. — Eram 3 horas e um quarto da tarde.

O REDACTOR , JOSÉ DE CASTRO FREIRE DE MACEDO.

N.° 17.

Presidência do Sr. F. C, de Mendonça (Decano.)

'hamada—rPresehtcs7í2 Srs. Deputados eleilòs.

Abertura — As 11 horas e três quartos da manhã.

Acta — Approvada .sem discussão.

ORDEÍI DO, DIA.

Continuação da discussão sobre o Parecer das eleições da Estremadura.

O Sr. Carlos Dento da Silva: — Sr. Presidente, quando eu hontem tive a honra de propor a esta Assembléa que houvesse de prorogar a sua Sessão, à fim de decidir o objecto que estava em discussão , tinha em vista que cessasse uma das irregularidades (que lambem se lhe pôde chamar irregularidade) á respeito da verificação das eleições, porque parece» fne que tendo nós consumido dezoito dias para a approvação dos differentes Pareceres das Commis-sões , sobre as eleições dos diversos Collegios elei-toraes . era tempo finalmente para qde nós coristi-tuissemos. Eu íiuha tenção nessa occasião de ceder da palavra , porque me parecia que pouco poderia accrescentar ao que tão brilhantemente havia sido dito por diversos Oradores dente iado da Camará; rrias como não foi a resolução que a Camará tornou àqueíla que eu tinha proposlo , parece-me que não e abusar da sua altenção o entrar por pouco tempo na analysc de algumas proposições que aqui appa-receram , e que não me parecem fundadas.

Eu, Sr. Presidente, quero para os outros a liberdade que eu entendo ser-me devida, no desempenho das altas funcçães que me foram confiadas; e parece-me que deve ser a franqueza um dos principaes característicos da nossa carreira Parlamentar. Mal nos ia se nós não podássemos dizer aqui quaes eram os nossos sentimentos, e expo-los com toda a franqueza de que fossemos susceptíveis: parece-me que nesta Casa não haverá ninguém que o entenda de outra fórrna ; por isso quando hontem um illustre Deputado eleito nos disse, que não tínhamos o direito de entrar no intimo da sua consciência, para saber quaes eram as suas opiniões a respeito de um ponto que me parecia ser o mais importante An crença política que se nos dizia ser representada' por S. Ex.a. admirei-rne. Talvez, Sr. Presidente, s;'e possa considerar como divagação o entrar em analyse. destas proposições, mas eu como Deputado novo , entendo que as divagações são um precedente já de alguma maneira estabelecido .nesta Casa, que não íne atrevo a ser quem inriove a similhanie respeito;

29 ir* Julljá 1842;

e se foi licito o avançar estas proposições, parece-me que também deve ser licito o combate-las, (tipóia» do). . .

Eu, Sr. Presidente, entendo .que o Sr. Deputado podia francamente expor quaes erarn os seus princípios políticos nesta Assembiéa , e parece-me que era fazer offensa a elle osuppôr qued'ahi lhe podes-sem resultar consequências desagradáveis. Disse S. S.a por essa occasição— que muito se exigia dc!le? querendo-se que declarasse opiniões ã respeito de um ponto em consequência do qual já se havia sof-frido nada menos do que a pena de morte—mas, Sr. Presidente , geja-tne licito fazer distincçâo entre a situação em que sé achava a pessoa que foi punida ? hão por exprimir opiniões a reèpeito de princípios políticos, mas por sustentar com as armas na mão esses princípios, o que não era outra cousa se não uma conspiração contra as instituições existentes*.

Sr. Presidente, eu entendo que o pensamento reservado d'um Representante da Nação conesponde á declaração de que não pôde sustentar a opinião, a respeito da qual se cala ; então não sé nos diga que ha aqui Representantes de opiniões que senão declaram. O Sr. D pulado lembrando, o que linha sido preferido nesta Assembléa por differentes Srs. Deputados disse-—o que se diria sé fosse eu queni avançasse similhantes proposições?— Parece-me, Sr. Presidente, que assim como houve docilidade para sé ouvir isto dos Srs. Deputados Eleitos, haveria a mesma a respeito de S. S.a; e não me parece que nós ainda aqui de'ssemos prova alguma de parcialidade contra a sua pessoa; e até S. S.a usoii talvez de proposições que não nos podiam parecer,, nem a ninguém talvez ôrthodoxasi, entretanto não foi chamado á ordem , nem interrompido.

Eu tenho visto, Sr. Presidente, nos Parlamentos dos paises mais civilisados3 onde se sentam oradores que defendem doutrinas, que S. S.a entende serem conformes com as que elle defende ; lenho visto estes oradores serem chamados á ordem todas as vezes que querem ter uma franquesa que é criminosa, porque ataca directamente os princípios conslitucio-naes, que regem o paiz, a que elles pertencem.