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de um Curso dirigido pelo illuslre Deputado, de certo que podíamos confiar na sua palavra e receber corno doutrina corrente um dogma que pretendesse estabelecer; rnas no Parlamento, Sr. Presidente, não basta dizer que em 36 a Maioria Nacional não estava realmente representada pela maioria do Parlamento, porque nós, os Deputados deste lado, assim como o illuslre Orador se contentou com affirmar a sua proposição^ contentamo-nos com affirmar a contraria , e dizemos que a Nação .em 36 estava verdadeiramente representada neste Parlamento pela maioria que daqui foi obrigada a sair pela força das boyonetas» (J4}>oiados).

Sr. Presidente, disse-nos o ilustre Deputado que o Partido a que elíe pertencia, vivia sem esperanças. Eis-aqui outra proposição que pecca por dogmática , porque não e' acompanhada das provas. Parece-me, Sr. Presidente, que repugna tanto á existência dos Partidos corno á dos indivíduos o viverem seui esperança; e então todas as vezes que vim Partido existe, é porque tem esperança, e porque conta com o futuro ; doutro modo não ha Partidos, ha archeologíca política, ha litleralura ; mas não ha existência de Partidos.

O Sr. Deputado presentindo talvez que nós en» traríamos em recriminações, ein que eu entendo que não pretendíamos entrar, disse-nos como uma desculpa que ha povo nas Secções de todos os Par* \ tidos políticos. E' verdade , Sr. Presidente, ha po-•vo desgraçadamente nas Secções de todos os Partidos políticos, e é por isso que nenhum partido pó* de ser responsável pelos excessos que se comsnel-tem, invocando falsamente os seus princípios políticos; senão n*um caso, Sr. Presidente, quando esses princípios políticos, quando a organisação desse Partido, longe de combater esses excessos, lhes dá origem e os estimula , pelas doutrinas erróneas que emprega; porque, Sr. Presidente, todos es Partidos lêem povo, e povo no sentido ern que o empregou o Sr. Deputado, não no bom sentido , naquelle em que geralmente se toma; mas se todos os Partidos lêem povo, nem em'Iodos o povo representa o mesmo papel; e, Sr. Presidente, um dos Partidos em que isto a que o Sr. Deputado chama povo, representou o papel mais desfavorável, foi de certo aquelle de que a Restauração nos livrou; porque esse parece-me que auctorisava, pela sua viciosa organisação, os excessos que se com-inetleram por esse que se diz ser povo. Não quero dizer, Sr. Presidente, que no Partido realista não houvesse pessoas muito capazes; houve-as, Sr. Presidente e se o Sr. Deputado não julgou político dizê-lo, digo-o eu; houve homens muito honrados naquelle Partido» que deploravam os excessos que se commeliam, horneus que receavão as consequências desgraçadas que julgavam 'dever seguir-se da adopção de princípios liberaes ; mas que ao mesmo tempo reprovavam os excessos do Partido a que pertencia!»'; e que talvez, Sr, Presidente, pela continuação delles , ficaram mais escandalisados desses excessos que dos perigos que temiam resultar de instituições liberaes; e isto explica-se porque nós temos no nosso seio desses homens. . .

Sr. Presidente, eu nau acredito na existência . do Parlido que S. S.a defende; S. S.a é dãOpposi-çâo e nada mais; S. S.a, sentando-se naquelle lado, não representa nenhum Partido senão a esquer VOL, 1.° — JULHO

da; não tem situarão especial, situação que tetti perigos, mas que tem muitas vantagens; S» S.* não tem outra individualidade senão a que lhe dá o seu talento; S. S.a e' Opposição como os outros Deputados porque se senta daquelle lado, porque S. S.a não nos apresentou aqui principies differen-tes dos delles; S. S.a desposou completamente as doutrinas daquelle lado, doutrinas perigosas com as quaes não me conformo1, e Si S.a quando aqui nos fallou na authenticidade de maiorias parlamentares, quando assim nos veio a proclamar de ai* gum modo as resistências legaes ou illegaes, pare*» cê-me que não quiz retrogradar ate" aos tempos de Martim de Freitas;, e Sr. Presidente, para queiu invoca o passado como base de convicções políticas, parece-me que e' a este exemplo illustremen* te Porluguez que esses que os invocam devern recorrer.

Sr. Presidente, eu dizia que S. S.a não tinha pó* sição especial, e parece-me que o provou o próprio Discurso que elle proferiu, porque quando tractoii de dar algumas explicações a respeito do seu pró* cedimerilo, foram ellas tão deficientes, tão omissa^ faliou-nos até em nós querermos ou pretendermos exercer de alguma maneira os effeitos de uma inquisição política a respeito de S* S/ Ora , S. S** também me parece que não andou bem em trazer* nos recordações de inquisição; porque querendo Se S.a retrogradar mui pouco deve retrogradar, sem. que a vá encontrar.