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zer que todos os annos também se defendia a existência d'esse escrutínio.

Mas, Sr. Presidente, o que quero dizer e , que em objecto de eleições ainda não estamos tão mal que devamos deplorar o não seguir o exemplo de Nações, onde apparecern excessos de uma ordem que os não torna justificáveis, e, Sr. Presidente, ha mais alguma cousa : nós melhorámos consideravel-menle desde que o Systema Representativo se acha estabelecido entre nós. Sr. Presidente, a Lei do censo foi um melhoramento indisputável em matéria eleitoral , e honra seja ao illustre Deputado que se senta no centro esquerdo que muito contribuiu para a existência dessa Lei. E' urna verdade, Sr. Presidente, que o estabelecimento, a adopção da Lei do censo foi um melhoramento importante no processo eleitoral; porque, estas irregularidade» que agora nos pretendem fazer notar a respeito de um ou outro eleitor que foi excluído, davam-se então a respeito de milhares de votos que eram annullados ao sabor de uma Junta de recenseamento que arbitrariamente ousava fnzê-lo sem bases que lhe devessem regular os seus trabalhos; essas Juntas de recenseamento, Sr. Presidente, arbitrariamente privavam os Cidadãos do mais sagrado dos seus direitos, e não foi daqoelle lado da Camará, não foi do lado esquerdo, Sr. Presidente, que se notaram essas irregularidade e siinilhantes inconveniências, foi deste lado donde se propoz a reforma de similhantes abusos.

Sr. Presiiírenle, fallou-se em destacamentos junto ás Igrejas, não se pôde provar que o Paiz estivesse coberto de uma rede de ferro, como se quiz inculcar, mas o que não se disse foi que quando governava gente daquelle lado da Camará estes destacamentos não estavam fora das Igrejas, estavam dentro, votando ás ordens dosOfficiaes que os cornman-davam (Apoiados.) Sr. Presidente, muito de propósito senão fallou em similhante circumstancia , e sirnilhante circumslaneia devia ser notada, porque isto são melhoramentos reaes que principalmente se introduziram no processo eleitoral : hoje, Sr. Presidente, os militares já não vão á urna para serem illudidos miseravelmente, porque senão pôde dizer que eram Cidadãos exercendo livremente as suas attribuições de eleitores aquelles que não eram senão subordinados ás ordens deOfficiaes que lhe entregavam as listas, e, Sr. Presidente, nessa época não se fullou em violências; não foi aquelle lado da .Camará, não foi elle quem propoz similhantes melhoramentos, nem quem viu as inconveniências de que lhe resultavam vantagens, foi deste lado da Camará , Sr. Presidente, que se propoz a reforma destes abusos, e sahiram os melhoramentos que se introduziram no processo eleitoral. Por conseguinte, os Srs. daquelle lado assim neste ponto como em todos os outros perderam o direito de reclamar, porque não o fizeram ern quanto lhe resultaram vantagens do emprego de similhantes meios, e, Sr. Presidente, deste lado da Camará quando se propoze-ram as reformas, foram propostas por uma maioria que via no Governo os representantes dos seus princípios, e então era também dos seus interesses aproveitar-se desses meios irregulares como se aproveitaram sem escrúpulo os Srs. do outro lado da Ca» mara , mas não quiz fazê-lo, não esperámos que fossemos Opposição para notar irregularidades no

processo eleitoral; porque isso, Sr. Presidente, e commodo, mas não edificante; reclamar contra as inconveniências das Leis, quando essas inconvenifn-cias ferem os nossos interesses de Partido, não € poe'tico , e' muito prosaico (Apoiados,)

Sr. Presidente, disse-se, e disse se como urna cousa muito simples (e eu admiro que escapassem ao talento do illustre Deputado que o disse, as consequências e as reflexões , que suggeria similhante proposição) que em 1837 o Partido Csrtista não quiz votar , cousa muito simples pareceu isto aos Srs. Deputados, cousa que de maneira alguma explicava uma situação violenta no Paiz , que do maneira alguma exprimira o dispotismo político do Partido que governava. Não quiz votar! Pois, Sr. Presidente, um Partido abdica assim completa-luente de todas as esperanças, das garantias mais solidas da sua existência presente, e da sua vida futura? Não, Sr. Presidente, o Partido Cartista não quiz votar em 37, porque previu as violências de 38 em muior escalla , porque já existia n'aquel-le lado da Camará um Ministro, que tinha violado a Constituição para se fazer Depuiado , e que se poderia suppor que violasse as Leis para impedir que nós o fossemos (Apoiados); e não se diga que e muito simples um Partido ter abandonado a eleição na occasião em que se pretende dirigir censura a este lado da Camará , aos Ministros que al-li se sentam, por terem usado de meios irregulares na occasião em que não só os Partidos que estavam em actividade ; mas ate os Partidos das classes inactivas vieram votar. Sr. Presidente, todos os Partidos correram á urna, e tinha havido uma mudança política importante: honra seja aos au-thores dessa mudança ! Honra ao Partido Político, que a defendeu , porque essa mudança não influiu em nada no andamento regular de nenhum Partido Político, porque todos os Partidos se apresentaram junto á urna, porque não houve temores, que os desviassem de lá. Comparem-se as duas situações políticas, compare-se o procedimento dos illustres Deputados, com o procedimento da maioria desta Camará, e diga-se-nos qual e a consequência que se deve tirar.