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multidão de impropérios, e dir-se-ia que queríamos acabar a classe .militar.

Ha muito tempo qiie o soldado em Portuga! se veste á custa do seu soldo, porque nó.s sabemos, que o systerna do desconto, prohibido pelas ordens do exercito e executado em grande escala em todos os corpos: (Apoiados.) o Paiz vota no seu Orçamento despega para os prets dos soldados, e para os vestir 5 estas duas sommas consotnem-se, mas a sornrna destinada para os vestir nem por isso dispensa o soldado de dar constantemenle uma parte principal do seu solde, a ponto que este não lhe chega nem para o vicio indispensável na classe militar, que-é o vicio de fumar! . •.

Por esse Decreto, que fez está reforma, mandam-se liquidar todas as dividas de fardamentos, quê se duram aos soldados; é preciso que a Camará saiba^ que quando se dá baixa a um soldado,entrega-se-lhe um ajuste de contas, com uma grande somma de fardamentos, que se lhe estão devendo; estes ajustes de contas são pagos não sei como rio Ministério da Guerra ; mas é certo que o preço porque correm no mercado, está nesta proporção cincoenta mil réis, para dois crusndos novos!./. (Riso.) Agora vão-se passar d'estes ajustes de contas-a todo o exercito; a h i está por consequência mais um montão de pa-pejs, mais uma grande base para operações e agiotagem; e devo prevenir oilluslre Deputado, Chefe da Secretaria da Guerra, que tome todas as precauções para que nenhum seus subordinados desacreditando a mesma Repartição tome parte r^esta agiotagem escandalosa.

Eu sei que a razão principal com que se defende a organisação do Exercito, e a igualdade das promoções nas differentes armas; mas o illusíre Depur tado deve reconhecer, que uma razão de interesse particular ainda que seja justa , não pôde contrariar as considerações económicas de serviço publico, e os considerações tácticas que aliás se devem ler em vista n'uma organisação militar. O iiíuslre Deputado sabe que os destacamentos, que pela nova reforma se querem acabar, hão de reproduzir, ou aliás não será distribuído o Exercito conforme as necessidades publicas.

A razão ua igualdade das promoções era jusla e atlendivel, mas não podia sacrificar todas as considerações coristitucionaes neste ramo de serviço publico; pára isso havia um remédio, era publicar uma Lei Especial de promoções entre todos os Of-ficia.es do Exercito ; mas fazer organisar o Exercito pela consideração subalterna de haver tantos Coronéis e Tenentes Coronéis n'urna arma como n'outra , quando" as exigências do serviço publico demandavam que houvesse differença , isto não e' organisar o Exercito conforme as conveniências do Paiz , ruas sim conforme as conveniências dos Of-fieiaes.

Sr. Presidente, o illustre Deputado sabe muito .betn, que os princípios de táctica não se distroem com uma allusão histórica; não ha duvida, que a disciplina do nosso Exercito passou a monumento de gloria cio Paiz em todas as.Campanhas em que tern entrado: mas que tem a gloria e a disciplina do Exercito com ter um Corpo dez Companhias, em vez de quatro ou oito? Todos .os Militares dizem, que o vicio da nossa I Mfa n teria era ter cada Regimento dez Companhias, tornando-se por isso VOL. 1.°—JANEIRO —1843.

muito mais difficulloso o manobrar com. Corpos tâa rnanhos. -

O systema mesmo de armar o Paiz com primeira linha, rnilicias, e ordenanças esse já .tinha cahidoj porém o vicio de dividir o Exercito em Regimentos caiu com a reforma da primeira Dictadura, ê agora vai-se outra vez restabelecer este anachro-nismo Militar; estabelece-se n'um Corpo, que deve ajustar com diversas peças ^ uma peça excêntrica j que não se ajusta á boa pratica das manobras, e tudo isto se fez, para que? Para regular as promoções dê Coronéis e Tenentes Coronéis de modo, que nós havemos de ter Exercito com Corpos, que manobrem com difficuldade, com menos força j com menos bayonetas , que tínhamos. E tudo isto para que? Para que haja certo numero de Coronéis e Tenentes Coronéis na arrna de Cavallaria , e certo numero de Coronéis e Tenentes Coronéis na d'Infanterià ! ! !

Eu digo ao Sr. Deputado que combino na con* veniencia de. metler esses Officiaes na escalla das promoções, mas no que não combino é na injustiça, e' no rnodo; publicassem embora uma Lei j que fizesse entrar na ordem das promoções certo numere de Officiaes ,• não augmentassem o Exercito, e não fizessem essa divisão defeituosa.

Todas estas reformas militares, Sr* Presidente * peccarn essencialmente em uma falta; porque o que falta na Administração do Exercito é uma Repar* tição Central de Fiscalisação : em quanto esta Repartição Central não existir, todas as reformas Subalternas que se fizerem,, não hão de ter resultado algum. O illustre Deputado sabe perfeitamente j que a este respeito nos achámos em completa falta , e que neste ramo de serviço publico ha uns poucos de syàtemas de Administração tão trunca* dos, mettendo-se uns pelos outros ,*que não é possível haver regularidade, nem ordem, nem centra* lisação em quanto existirem ; e^ Sr. Presidente^ peço ao illusíre Deputado, que me diga qual e' a razão que houve para se determinar este novo methodo cie fornecimento dos Corpos, ieslabelecendo-se a sua Administração por via de cada um delles ? Até nesta Administração houve urna excepção a respeito de um dos artigos de fornecimento : qual é a razão por que os pannos são ainda fornecidos pelo Arsenal? Qual é a*razão porque não são fornecidos pelos Corpos? Quiz-se estabelecer um systema de Administrarão nova e deixou-se este resto de Administração velha, resultando d'aqui que nem é o methodo antigo nem o moderno : fica por consequência uma Administração monstruosa, um alma* gama de princípios/ monstruosos. Podem comprar panno para camisas, e todos .os outros objectos de fardamento, e porque não hão de comprar os pan«> nos para os fardamentos ?! ...

Sr. Presidente, o que é indispensável, é crear a administração militar, .que a não temos, nunca a .conhecemos; (Apoiados) o que é indispensável é conhecer, que o Ministério da Guerra não é um Ministério de Expediente, que o Exercito não é um corpo athletico só para vir pôr o peito ás bailas ern defesa do Paiz, que é um ramo de Administração Publica de muita importância: para este ramo é preciso crear a administração militar; que' para a crear é indispensável estabelecer uma escola de administração militar, e isto desejava eu que