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teria da Fazenda, -uma relação das quantidades de vinho, que desde o 1." de Janeiro de 1839 a 31 de Dezembro de 1842 foram despachados para consumo-da Cidade do Porlo e Villa Nova de Gaya, cora declaração das. que foram de verde e maduro, e das que forara do Districto do Douro, n ^

^ípprovada a urgência do primeiro,-foi este assim mesmo approvado.

O Orador: — Sr. Presidente, é um principio de Direito político, que todo o cidadão deve concorrer -com sua industria e talentos paia o bem: geral da Nação a que pertence: esta obrigação g->ral a todo o cidadão, e maior e muito maior «cfs Deputados, que a Nação elegeu para~serém os seus Representantes e .os seus Procuradores: somos nós os Deputados aquelles, em quem a Nação tem depositado sim confiança, a quem eíla entregou o seu mandato,-a quem eíla encarregou o.promover sua prosperidade c fortuna; somos nós aquelles, em quem a Nação fixa as suas attençoes, e de quem ella espera todo o bem e melhoramento de que precisa, fó temos uós feito tudo p que devíamos fazer] Temos nós cumprido com a missão que nossos constituintes nos encarregaram-? Temos nós correspondido ás esperanças dos nossos representados ? Temos nós segura a nossa consciência a este respeito"? E' nosso comportamento •conforme, ao que de nós exigem os nossos constituintes? Temos nós deixado, anles daqui entrar, fora do lumíar daquellas-portas todos os nossos ressentimentos, e desaffeições? Não, .Sr, Presidente, forçoso e dizer, que não temos cumprido os nossos deveres! Não temos correspendido aos desejos da Nação! A Nação não quer que o Parlamento seja a arena de descomposturas, e o campo das diatribes, e ernjoda a parte se diz que não e'outra cousa o Parlamento — a Nação quer e deseja, que aqui se ventilem com imparcialidade as questões sobre objecto's.de interesse publico, e geralmente se diz que não e assim que nos temos conduzido: quem nos ouve, quem nos .lê, e quérn nos medila, j alga logo que nossas questões tem .sido tractadas com acritnonia, e não sem prevenções :^ é preciso que nos convençamos de uma vez paia sempre, que em quanto assim formos, mal irão os negócios da Nação; e o nosso descrédito crescerá de dia

a dia-__peço por tanto a todos os Deputados em

nome da Nação, e para bem da Nação, que representamos,'quê não desperdicemos-o ternpocotn questões inúteis, mas que o empreguemos com-utilidade em tantos objectos importantes, e que devem merecer toda a nossa attençâo— Lembre-se esta. Gamara da necessidade de acudir aos males da Pátria; e não devemos perder de vista o estado calamitoso em que está o Douro, e a crise em .que está o commercio dos vinhos. • •

Sr. Presidente, o estado em que se actia p Douro é horroroso, excede a todo o soffri mento, é fora de toda a expressão o seu padecimento ; apezàr das fortunas , que por aqui nos decantam , que porem lá senão vêem. É verdade que não venderam inal os seus vinhos alguns lavradores, que tem suas adegas acreditadas na.Praça, e que sempre obtiveram, e obterão em todos os tempos mais; vantajosos preços, que os outros, e que tem a possibilidade de fàxer beneficiar os vinhos no grau mais eminente, e que tem relações "antigas com alguns dos negociantes, e que ou vendem a .prazos, ou lhe reformam.letras; poder-se-ha porem dizer por isso que o D ouro está em pros-

peridade ? Porque 60 lavradores estão nas circums-taricias de vender bem, e 4 mil e mais vendem com depreciação e com barateio, pôde dizer-se que o Douro não está na maior desgraça? — Sr. Presidente, eu quero notar a esta Camará utna circumstancla, que pôde"ser casual, mas que não deixa de ser bem notável pelos períodos, e e'pocas, em que tem acontecido. Todas as vezes, em que se tracta de dar algumas providencias ã favor do Douro, apparecem alguns negociantes, comprando algumas dúzias de

- adegas por preços subidos, comprando porém o resto por preços ínfimos. Quando em 1838 se discutiu o Projecto que restabeleceu a companhia, lá foram ao Douro alguns negociantes comprar 5 a 6 mil pipas de vinho por bons preços, todo o outro foi barateado a i n fiai os. preços ; rnas~que se disse nesta casa então? Disse-se que todos os-vinhos do Douro-se tinham vendido por grandes preços? Quando em 1841 se discutiu o Projecto daCommissão dos vinhos, lá foram alguns negociantes ao Douro, compraram algumas das melhores adegas de 40 a 45 mil réis, o resto foi vendido entre 16 a §0 mil réis, e o da C2.a ordem de 12 ate -14 mil réis,- porém que se disse aqui? Disse-se falsamente, e á face da Nação, que

xque todo o vinho da l..11 qualidade se tinha vendido por, preços de 30 mil re'is para cima! Aqui está um nosso Collega, que nessa mesma occasião em alto e bom sorn disse ,que. dava por 18 mil réis vinhos da 1." qualificação ao Deputado, que asseverava a existência de taes fortunas, como a mais convincente prova de menos verdade com que aqui taes venturas se asseveravam ! ! Outro tanto acontece agora : estamos para tractar de dar algumas providencias a favor do D o aro; acontece haver no Douro uma colheita estéril, mas a rnais excellerite ern qualidade, venderam-se alguns toneis por bom preço, e já aqui se diz, que este. anuo o Douro tem melhorado!! Diga-se a verdade, e somente a verdade. — Sr. Presi-

. dente, eu tenho a-intima convicção de que, quanto aqui dissermos ha de ser ouvido na minha Província, e fazer eco em toda a Nação ; sei que nossas opiniões

-.não-ficam somente aqui, mas que ellas tem de correr mundo; e justo-éque assim seja para que a opinião publica nos approve ou nos c onde mãe ; hei de por tanto dizer sempre a verdade, e não ousarei em tempo algum faltar a ella —e a verdade é que. o estado do Douro é cada vez mais calamitoso, e-mais. desgraçado—a não serem os lavradores dessas adegas-mais acreditadas, e que tem nome e fama, que venderam (alguns hern todo o vinho) com preços —*