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cionaes ao Digno Par Visconde de Villarinho de S. Romão. 25 de Janeiro. - Barão da Ribeira de Sabroza.

O Sr. Presidente: - O seu requerimento ha de ter o seguimento ordinario, a mesa declara que tem nomeado para compor a Commissão que deve rever o decreto de 13 d'Agosto de 1832 ácerca dos foros, e para propor o que julgar conveniente os

Srs. Francisco Xavier Soares d'Azevedo.
Luiz Antonio Rebello da Silva.
Antonio Dias d'0liveira.
João Elias da Costa Faria e Silva.
Antonio Luiz de Seabra.
Joaquim José de Queiroz.
José Xavier Mousinho da Silveira.

Agora tem a palavra para dar conta da ultima redacção da resposta ao discurso do Throno, o Sr. Leonel Tavares.

O Sr. Leonel Tavares: - V. Exa. dá licença que a leia o Sr Deputado Silva Sanches; porque eu estou alguma cousa incomodado.

O Sr. Presidente: - O Sr. Silva Sanches póde fazer a leitura.

O Sr. Silva Sanches: - Eu leio.

SENHORA: = A nação Portugueza precisa que todos os seus representantes se esforçem unidos para cerrar as feridas profundas, que ainda rasgam o seio da patria. A Camara dos Deputados ouvio por isso com inexplicavel satisfação, as palavras que Vossa Magestade á pouco se dignou proferir na abertura das Cortes, confirmando em todos os espiritos, a certeza de que o maior empenho de Vossa Magestade é solicitar, e promover o bem geral.

Os dous acontecimentos desastrosos que durante as duas passadas Sessões, cubriram de triteza todos os bons portuguezes, deviam aumentar consideravelmente nossos embaraços, e demorar nossa regeneração. Assim tarefa muito mais laborioza hoje temos, para que não continuem a differir-se o desenvolvimento da Carta Constitucional, e a serie de disposições legislativas indispensaveis á prosperidade do paiz.

A Camara dos Deputados, dando ás proposições que lhe forem enviadas, a consideração que ellas merecerem, exercendo por seus membros o seu direito d'iniciativa, e discutindo as materias com desapaixonada madureza, fará quanto em suas forças couber para cabal desempenho de suas tão sagradas obrigações.

Os relatorios dos Ministros de Vossa Magestade, tanto ácerca da administração interna, como sobre o estado do clero, e necessidades do culto religioso; e bem assim sobre o andamento da justiça já foram presentes á Camara, a qual tomará na devida consideração o que a taes respeitos for conveniente. Ella deseja com todas as veras que por uma vez se fixe o modo como hajam de ser administrados os interesses materiaes dos povos; conhece quanto é necessario que á igreja se dê a indispensavel protecção, e conta entre as maiores precisões sociaes, a d'uma boa organisação forense.

Não deve dar-se menos importancia á composição de nossas forças de terra e de mar: a Camara informada sobre o estado actual d'ellas, pesará devidamente as medidas sobre isso indicadas pelos ministros. Assim mesmo os portuguezes tem mostrado até agora tanto patriotismo, assim não haverá esforço que d'elles não possa esperar-se para firmar no futuro sua independencia, e sua liberdade; com tudo não é possível á Camara ver sem magoa, como o patriotismo e sacrificios de tantos cidadãos zelosos tem sido mal recompensados. A Camara confia que tomando se em consideração a mensagem ao Throno, por ella dirigida na Sessão de 1835 os empregos publicos não continuem a ser occupados pelos tautores do tiranno, e do seu Governo.

A nação prezando sua passada gloria, desejando aproveitar os fructos tão valiosos que d'ella ainda lhe restam, e tendo em vista a utilidade e ventura de todos os seus membros, anhella ver a vigilancia dos poderes politicos, igual e justamente repartida por tudo o que possuimos, tanto na Europa, como no UItramar a Camara do gostosamente se prestará por isso a examinar as propostas do Governo, tendentes a este fim.

A paz interior, depois de reconquistada a liberdade, é o maior beneficio que da providencia póde receber um paiz: a Camara muito folga com a existencia de tamanho bem. Não lhe é menos grata a esperança annunciada por Vossa Magestade, não só de que as nossas relações com as potencias alliadas cada vez mais se estreitam pelos laços d'uma constante amisade; mas de que os estados, cujas relações foram interrompidas com Vossa Magestade d'entro em pouco, renovem a boa intelligencia, e communicação amigavel em que se achavam comnosco, sem que para isso façamos qualquer sacrificio da dignidade nacional. O chefe visivel da igreja catholica, da qual Vossa Magestade se gloria de ser filha, virá a conhecer que a religião da mesma igreja não tem soffrido em Portugal, a menor quebra, apesar da interrupção de nossas relações com a santa sé. A Camara deseja que o Governo de Vossa Magestade procure estabelecer relações d'amisade e commercio com a Grecia, e com os Estados independentes da America do Sul.

As armas portuguezas ajudando a combater no reino visinho uma facção, cuja memoria entre nós sempre causará horror, e juntando novos louros a tantos que já ganharam os soldados portuguezes, prestaram á prosperidade da Hespanha, e a uma Bainha Augusta alliada de Vossa Magestade, o mesmo serviço que a uma causa identica já prestaram dentro do nosso paiz. Todos os habitantes da Peninsula, temos hoje um só interesse, e de nossos communs esforços depende a victoria da nossa liberdade, á qual se acham estreitamente ligados os dous Thronos legitimos. Se nós soubermos defendella, e conservalla, as relações com a Grãa-Bretanha, e com a França tambem poderão contribuir para o perfeito restabelecimento da tranquillidade á quem dos Périnéos.

O povo portuguez, Senhora, tem sido victima de pesados males; e nunca os sacrificios pareceram grandes a este povo generoso; mas a natureza a tudo poz limites. Por isso a Camara dos Deputados deseja com ancia, que lhe seja apresentado o orçamento para o anno futuro, e que se lhe dê exacta informação da contabilidade passada. A economia sempre necessaria muito mais o é na nossa situação; sem essa virtude, e sem uma severa fiscalisação na cobrança dos rendimentos do estado, será impossivel achar meios para manter na sua verdadeira base, o credito publico, e para desempenhar religiosamente todas as obrigações dentro e fora do paiz. A Camara concorrerá para este desempenho; mas por isso mesmo que tal é seu firme proposito, ella pretende que á clareza na administração se junte a reducção das despezas, não só ao que parecer necessario; mas ao que for possivel. As intenções a tal respeito, manifestadas por Vossa Magestade á Camara são por ella devidamente avaliadas. A Camara espera o cumprimento das ordens de Vossa Magestade.

Annuindo ás representações que para se conseguir a estabilidade da sua dinastia lhe foram dirigidas por ambas as Camaras; deu Vossa Magestade á nação Portugueza um seguro ( ) do interesse que torna na nossa felicidade. Queira a providencia recompensar a Vossa Magestade com uma duradoura ventura domestica o sou zello pelo bem da nação, do qual dependerá igualmente o do Principe D. Fernando Augusto, Duque de Saxonia Coborgo Gotha, cujo consorcio com Vossa Magestade causou á Camara verdadeiro prazer, na esperança de que as virtudes do Esposo de Vossa Magestade preencheram quanto d'elle tem direito a pretender a sua nova patria, e a monarchia constitucional.