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- O Sr. Simas: — Perdoe V. Ex.a ; o que eu quiz foi pedir a observância do Regimento, mas eu ac-créscentei embora (note^-se esta palavra) sejam excluídos os Srs. Deputados, que estam inscriptos, este embora deixa ver que era ur»a deferência da minha parte; mas eu o que pedi foi a observância do Regimento, e não faço esta excepção porque ha quatro ou cinco Senhores inscriplos; estas explicações podem dar motivo, a que outros sé queiram explicar, e aqui temos uma discussão sem fim, e como seguin-do-sé o Regimento não se tolhe a palavra aos Srs. Deputados, para as suas explicações; ainda que a matéria se vote, porque nós já temos visto Sessões em que a ordem do dia foi explicações, e só perdem o direito de fatiarem já, eu insisto na rninha Proposta , sem excepção alguma.

O Sr. Presidente: — Se o que o Sr. Deputado pede, é somente o cumprimento restricto do Regi-.mento, escusado seria votação da Camará; porque á Mesa pertertce executa-lo; mas ss o Sr. Deputa-, do faz mais do que isto, então devo consultar a Camará.

'i O Sr. Simas:—.Eu pedi a V. Ex.a que ou provocasse uma resolução da Camará, se o entendesse necessário, ou mantivesse por si a execução do Regimento e sem excepções; porque, perdoe V. Ex.% a primeira vez que se deu palavra para explicação de facto, interrompendo a discussão, e a um Orador que ainda não tinha fadado na matéria, foi essa por V. Ex.a concedida. (O Sr. Presidente : — Foi pela Camará). O Orador: — Foi por V. Ex.a, mas seja como for, a regra do Regimento existe, é verdade que se lhe tem feito excepções, mas estas devem terminar, e a regra,subsistir, para isto.não e' preciso consultar a Camará; mas se Y. Ex.a entende que depois do que tem occorrido nas Sessões anteriores, isso e necessário, V. Ex.a,o poderá fazer; deixo isso ao seu arbítrio.

O Sr. Presidente: — Depois da intelligencia que a Camará já deu ao Regimento, eu entendo que a devo consultar, sobre se quer manter o Regimento da maneira.que o'explicou, q S r. Deputado S^mas . .

O' Sr. José Estevão: -±~ Peço a palavra para discutir esse Requerimento.... -

O Sr. Presidente: — Sobre a observância do Regimento não ha discussão; eu vou propor á Camará sequer cumprir o Regimento'da-forma que a explicou o Sr. Sirnas. ...

\Resolven"Se afjirmatioamente.

O Sr. José Estevão: — (Sobre a ordern). Parece que faltou ao Sr. Deputado uma 3.a espécie, e que por conseguinte não tendo sido lembrada, não pode ter sido comprehendida na votação; fallo das explicações de discursos ; (riso) os Srs. Deputados riem-se ! ! Pois notem que e frase que está,no Regimento; as espécies são diversas, uma cousa é explicação de facto,'outra é explicação pessoal, outra é explicação de-um discurso, que foi rnai entendido, ou interpretado; precisa-se saber, se a Camará quer comprehender na sua votação esta 3.a espécie. (O Sr. Silva Cabral: — Quer, quer). O Orador:—-A Camará quer!! E não pôde deixar de querer, porque^ ò disse quem o pode dizer, e porque ella não pode já dizer, senão que quer aquiilo que se disse que el-Id quer. •

•O Sr. Presidente:—Eu faço ler o Artigo do Regimento , cuja execução agora se revalidou.

O Sr. Secretario Peixoto: — (Leu o Art. 79 do Regimento, que é o seguinte

«Todavia deve ser ouvida terceira vez o Deputado, quando se tracta de esclarecer'a Assembléa sobre um facto; ou quando os que lhe responderam , foram menos correctos sobre o'sentido de suas palavras. Neste ultimo caso elle tem direito de explicar, o seu discurso; devendo porem limitar-se rigorosamente a uma explicação.

O Sr. José.Este vão.-—-O Regimento perrnitte que falle terceira vez o Deputado que fatiou duas, e eu r jo discurso foi mal entendido, neste caso estou eu, e peço que-se me dê a palavra. • < . '„

O Sr. Presidente: —- Ern todo ocaso o Sr. Deputado ha de falia r terceira vsz , mas no seu logar. Continua a discussão, sobre a matéria.

O Sr. Almeida Garrett: — Esta discussão esta-, ria de iodo extincta, principalmente depois dos memoráveis^ discursos, proferidos por dons Deputados deste lado da Camará , erii um dos quaes se tractou com'o rigor da .mais severa declucção toda a questão de direito, e em outro se combateu coíiipletamerite a excepção de facto, ou excepção de conveniência dós actos que o Governo tinha praticado.- Nào restaria nada, não restaria absolutamente nada que dizer aos Deputados, que quisessem combater o Parecer da Corntnissãò (e também me parece podar asseverar, que nada restaria aos que o quizessem suslenlar) se a discussão tivesse parado alli. Mas as subsequentes alie-gações pró, e contra, tem trazido á arena parla-xtnenlar urna quantidade de cousas , de factos,'de ennunciaçÕTí de princípios, e de deducções delles, que a matéria, em logar de se esclarecer, tem-se tornado mais complicada: o maior trabalho que, no estado da discussão, tem hoje o Orador chamado por sua obrigação a conlinua-la, e'escolher entre tão vastos arguínentos e considerações aqueltes que è' mais cogenlo rectificar, ou combater. Não ha forças capazes^de abranger o immenso terreno que se tem decorrido; pelo menos, as minhas diminuías forças não o comportam.

Sr. Presidente, eu não hei de fazer, nern desejo fazer terrinas , posto que não entendo que fazer Ferrinas seja um grande peccado , nern deshonra : a deshonra e merecê-las; o Auctor das terrinas foi b maior Orador do mundo, o que as mereceu um dos mais infames caracteres públicos que lêem existido.

Mas o discurso com que se abriu esta discussão pôde chamar-se vehemente, poderá taxar-se de injusto por aqueiles a .quem feriu até a alma, porque nós achamos injusto tudo quanto é dito" contra nós:.--pôde ser urna ardente Phiiippica a favor da liberdade e conira os que a ameaçam: quem a:re-conhece f^errina, suspeita-se de berres.

Quanto a mim , protesto que não tive outro empenho em tornar a palavra, nesta tão grave, quanto simplicissimarqueslão, senão o de lançar de mini agora, e para sempre a mais leve suspeita de que, já nào digo pelo meu voto, mas nem ainda pelo meu silencio, concorri na mínima parle para sanc-cionar i.irri acto que acho altamente criminoso na sua essência , e que não posso considerar desculpável pelas razões que até agora tenho ouvido.