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intenções, o que eíi supponhb aos Srs. Ministros e intenções nenhumas, (riso) oque supponho aos Srs. Ministros é o inslincto da conservação, e nada mais; mas o instinclo da conservação Ministerial, e mais cousa nenhuma; eâte inslincto que n'ão e dirigido por nenhuma operação ideológica, este inslincto que não e governado por faculdade racional nenhuma acima do inslinclo , e o que os fez invocar a Carta ; é uma vez a Carta , outra a Constituição de 38, alguma vez será a de QO pura, outra a impura, amanhã os fará invocar seja o que for, comtanto que vivam mais uma hora, porque não ha nada predominante ahi, senão o amor da conservação Ministerial. Fazem-lhe uma grande injustiça osque lhe suppõem outras intenções malignas,; fazem-lhe muita honra demais, osque lhesuf>põetn . outras intenções benéficas.

- Esla e a verdade pura, e que se acha nas opiniões de todos, daquel-les mesmos que a não dizem. Mas esta declaração «que sinceramente faço, absolve por ventura os Srs. Ministros da accusação de nos levarem ao despotismo? Não absolve; a accusação permanece. Se a tendencici das cousas e' para ahi, vai, marcha, caminha, vamos. E uma .vez que rios lemos de para lá ir (se esta ordem de cousas continuar) melhor fora que fossemos levados por quem essas tenções podesse formular e encaminhar. Não La, não sabem ; os que o querem-nem sabem, nem podern ; vamos para Viila Franca aos encontrões, marchando por todos os caminhos mais "pedregosos, mais absurdos e mais incongruentes por que se tem marchado ainda para cousa nenhuma: não, são os Srs. Ministros que nos levam, ósSrs. Ministros são empurrados pelas suas próprias obras, que elles não sabem em que sentido vãosconstruindo, organisan-dó e pondo ein movimento. Quando ha dons annos a minha fraca voz , e outras poderosas vozes se levantaram deste lado da Camará, e disseram «Nós caminhamos para uma restauração, nós caminhamos para uma reacção, os factos levam-nos, as cousas levam-nos, não ha forças que nos tirem de lá, e' necessário mudar de rumo ; porque neste que levamos vai-se ter lá» que nos responderam ? N.âo soou alto o brado dos Srs. Ministros, o brado de um dos mesmos Ministros, que hoje também se senta-naquelle banco? Que nos diziam ? « Havemos de morrer abraçados com esta Constituição; porque nós a queremos ,-pòrque~ó Paiz a sustenta, porque as conveniências o pedem: não ha tal espirito reaccionário. «E eu quero conceder que o não havia na mente., mas havia-o nas obras que se faziam ; e esse mesmo espirito , essa mesma tendência e' que julguei do meu dever denunciar hoje ao Paiz , .que ha nos desconsalhos (que não são conselhos) nos desconselhos da Soberana ; e que para lá nos leva com inaré e vento. Sim, estou convencido disso, eslá-o toda a gente que abre os olhos em Poriugal, porque não esqueceu ainda oque se passou ha ião pouco... não, tão cedo não podemos esquece-lo. ,

Accusou.alguém o Sr. Ministro do Reino , que era então dos Negócios da Justiça, de terido com "deliberadas tenções para o Porto fazer uma reacção contra o Systema que governava,' e pelo qual era Ministro. Respondeu S. Ex.a« Não fui tal. » Apoiaram-no" todos os seus amigos, eu não .ò apoiei, rnas uão o contradisse, porque não entro nas intenções

de ninguém. Sustentou quê não únhahido com essas tenções. Dobrada razão para nós nos convencermos hoje de que no estado de cousas actual , no estado de incerteza que todas as situações lêem , e dessa irregularidade com que se tractam todos os negócios, tal desconcerto e imprevidência levarão, quando menos o esperem, os seus próprios andores aletn daquillo que elles desejam. O mesmo foi então, o mesmo é hoje: a vertigem reaccionária não acalmou, exasperou-se.

« Mas se nós quizessemps acclamar o despotismo» disse ainda agora um dos Srs. Ministros « iríamos juntar-nos corri os defensores do Governo absoluto, como fez a -Opposição ! » Sr. Presidente, vamos a fallar neste ponto susceptivel , e eu sei ^.e posso faliar sem óffender ninguém.