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estima-lo e desejo honra-lo, o renegado miguelis-Ia é um infame com quem não quero nada. (Apoiados). • ,

Cessem pois, setèemjuiso, essas recriminações que os ridiculàrisam, que podem figurar estúpida e cho-chanuenle nas columnas d'esse8 tristes Jornaes que por abi ha, mas que são indignas do Parlamento. Deixem os Srs. Ministros essas accusações miseráveis e banaes para os seus scribleros, mas não vê* nliam dize-las ao Parlamento. Se lhes cumpre, se lhes é útil, deixem lavar essa roupa suja no brejo commum, pelas suas lavandeiras do numero; mas não; a venham trazer aqui; a Casa do Parlamento não é estendedoiro para esses farrapos. Que cousa é Migúelistas? Que cousa são estas accusações, que continuamente se eslão aqui a fazer, porque homens que se achavam opprimidos, injustamente opprimi» dos só porque tinham seguido princípios políticos diversos, mas que não tinham inquinado as suas mãos nas torpesas da usurpação-—, se chegaram naturalmente para aquella parte do Partido Constitucional que menos acre se mostrava contra elles, que mais prompta se mostrava a estender-lhes a mão, a , e-quecer os pódios civis, a querer a paz da família Portugueza ?—Unimo-nos a elles; e porque não, quando se apresentava de um lado a força toda do Governo, a força toda de uma revolução recente, (e sabem o valor que ella tem, e sabem-no á sua custa porque já estiveram áb lado dos vencidos) de uma revolução militar que arrasoava com baionetas e discorria com O liiurrão acceso? Porque -razão os homens que se achavam destituídos dessa força, não haviam de estender as suas mãos a outros homeris honestos, e que por seus principieis o £rarò, qUando se tractava de combater nas eleições os homens qae tinham todo o Poder e toda a força á sua disposição? Aonde está o crime?..* Aonde está õ peccá-do?...

«Mas o Paiz pronunciou ô.seu voto de reprovação contra a Opppsiçâo ; mas o Paiz negou-lhe toda a confiança, mas o Pai? excluiu dos seiis votos tudo quanto,não tinha à sancçâo ministerial! »í

O facto é que o Ministério venceu as eleições: ò direito, o 'como, o porque, não e agora que se pôde dizer í Lembrem-se os Srs* Deputados de que em 1836, epocba infeliz em que eu péla primeira veá entrei nesta Casaj achei vagas todas as cadeiras da-quelle lado, e que fraquíssimas vozes, tão fracas que a minha era a mais forte, sé atreveram poracasoem algumas raras occasíõés a clamar aos que compu* nharn então a Maioria triumphante, que por não estar representado esse Partido não estava morto ; que o considerassem, que calculassem sobre ò facto da sua existência no Paiz. E assim é: os Partidos não morrem , a perseguição e qu« os forma j a perseguição é que lhes dá força. Eu que tive o animo de ^>^í^t ^Vhíbj^tS^bS^t V^ífcíhítihe^ie o repétiifíiòje a estes Senhores: e qualquer giíe seja a mfõha nul-íídade, os Srs. Deputados são obrigados a respeitar em mim o homem que diz hoje o que está dizendo, ha" sete annos. Os Partidos não morrem, não è'com perseguições que elles se acabam, pelo contrario; _ com eiías estão augmentando, estão crescendo, estão dilatando e fermentando debaixo dos pe's que ihdi-gnàmente os querem esmagar, estupidamente, in-dignamente, loucamente. Eu posso dize*lo porque não tenho, nunca tive parle em nenhuma dessas reac-VOL. 1..*— JANEIRO — 1843.

coes, nem de um lado, nem de outro; lenho-as ob^ servado, visto, e lamentado muitas vezes; tenho visto vibrar por Lei constante, social, infallivel esse pêndulo oscilante que ninguém fixa, que agora levaram tanto alem, e que ha de reverter, que os ha de escarmentar, que os ha de castigar de tantos erros e loucuras, de tantas injustiças e injurias, porque é uma grande injustiça, é mais que injustiça, é inju* ria, estar continuamente v imperando u m Partido que em fraze vulgar — está debaixô***-\ não se fez impunemente nunca. Estas expressões não são ameaça: eu não me avilto a fazer ameaças_impotentes*^-e em coisas políticas eu verdadeiramente sou o homem, mais impotente que ha, porque nunca estive, nunca hei de estar á frente de nenhuma força bruta» Lembro-lhes o que infelizmente e', e cada vez se torna mais inevitável, se continuamos a ser dirigidos, —• dirigidos, não ! —transviados, perdidos pôr um Ministério, que não tem presente, que não tem futuro, que não tem política, que não tem princípios, que tem só o instincto de viver, que ha de dar o ultimo arranco agarrado ás pastas, como affogado á corda-genj do navio que soçobra e que mais depressa o affunda»

E pensarei eu isto porque rrié cegue â ambição^ di-lo-hei porque inveje aquelles Jogares, e me queira approxirriar delles? Appello para o próprio tes-timunho dós Srs. Ministros, de todas as pessoas que ha sete annos tem tido parte em negócios públicos: íienhiini interesse pessoal, nenhum, espmto de Partido dèspdríòu ainda em tilim o menor desejo, fez nascer a menor tentativa de me aproveitar de tantas occásiões em que o podia fazer. Será ressentimento, ou vingança? Aqui ha muita gente qUeme; cônhecg, é que sabe quanto eu sou incapaz dessas paixões ignóbeis—;quê todavia por nenhum dõsSrSi Ministros podia ser despertada: nénhurri me é conhecido por injúria , rnais do que um pôr obséquios—'antigos e não polititíos •—* se entende. Se eil me lembrasse de offensas não estaria hoje nos bancos da Opposição. Se interesses $ oti considerações humanas me guiassem, os Srs/ Ministros também sabem onde eu pude'ra estar* Não Senhores: agora, como sempre, voU para onde entendo que* írie manda a Causa da Liberdade cujo filho sou ? a desta terra em que nasci, a dos princípios que sinceramente píofesso.

Voltemos á questão recapitulando. Esse poder que os Ministros se arrogaram , podiam obte-lo por outra forma que de alguma maneira resalvasse a honra da Carta $ um voto de confiança: não ò quizeram , revestiram o poder arbitrário, legislaram, e não podem defender essa Violação de princípios com a,excepção de força maior, nem se quer a pódern disculpar com os motivos de conveniência que tem sido allegados. *