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316 DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

dar alguns murros sobre as carteiras, - que é indignação já muito conhecida, - que é ficelle já muito cansada na rhetorica da opposição parlamentar. (Riso. - Muitos apoiados.)

E tanto que vou continuar. O que elles fizeram foi nomear syndicancias aos actos dos seus adversarios, calando depois os seus resultados, mostrando assim que, ou as suas accusações não eram verdadeiras, (Apoiados.) ou que se tornaram nossos cumplices. (Apoiados.)

Uma voz: - Publicaram-se no Diario do governo.

O Orador: - Pediu-as aqui o sr. thomás Ribeiro muitas vezes.

Vozes: - Publicaram, publicaram.

Orador: - Publicaram! E onde levaram os criminosos? (Apoiados.)

(Susurro.)

(Ápartes.)

O sr. Presidente: - Peço a attenção da camara.

O orador: - Trouxeram, tambem, o imposto de rendimento, contra o qual se levantaram as associações commerciaes, muitas corporações e a opinião publica, que promovemmeetings no Porto, Villa Real, Braga e diversos outros pontos do paiz. (Apoiados.)

E a estas manifestações chamaram s. exas. arruaças!!

É que s. exas. chamam arruaças á opinião publica, que é a rainha do mundo, a grande força das gerações modernas. (Apoiados.)

Chamam arruaça á opinião publica que, desilludida, os condemnava como incompetentes para governar, e chamava ao governo para os substituir o aprtido regenerador em que depositava confiança. (Apoiados.)
Isto fez o partido progressista - partido que dizia que tinha uma alta missão a cumprir, um grande ideal a realisar, uma enorme responsabilidade a resgatar perante a opinião adiantada da historia. (Vozes: - Muito bem. Muitos apoiados.)

Accusam-nos ainda de termos empunhado a bandeira das reformas politica, que era d'elles, que não era nossa.

Não discuto prioridades; mas, se quizesse fazel-o, talvez podesse mostrar á camara que essa bandeira é tanto nossa como d'elles. (Apoiados.)

E se era de s. exas, não têem senão a louvar-nos por terem conseguido que em occasião opportuna e avorasse um aprtido conservador e retrogrado. (Apoiados.)

E se nos accusam ainda, como disse o sr. Alves Matheus, de serem mal cosidos os retalhos d'aquella bandeira, ou respondo a s. exa., que a não deixassem reduzir a retalhos (Apoiados.) que a não rasgassem quando subiram ao poder. (Apoiados.)

Mas a bandeira é diversa. A nossa bandeira é branca; a d'elles era... vermelha. (Muitos apoiados.)

Mas, sr. presidente, se todos estas accusações fossem verdadeiras que remedio nos dá o pessimo de s. exas.?

Dizem que paremos! Ouvi-o dizer ao sr. Braamcamp: Disse-o tambem com a sua voz eloquente o sr. Alves Matheus.

Oh! sr. presidente, se eu n'este conselho um intuito politico, diria a v. exa que nós o que precisâmos, é de progredir muito, muitissimo, não tanto material, como moralmente. (Muitos apoiados.)

Dizem-nos que paremos! E disse isto o sr. Alves Matheus, que em fevereiro de 1880 dizia aqui que a missão do parlamento é fazer leis, é discutir politica, é melhorar as finanças, é impulsar todos os melhoramentos materiaes e moraes de que impende a civilisação do paiz! (Muitos apoiados.)

Tenho pena que s. exa., tão illustrada como é, se fizesse acho d'este conselho.

Parar - quando lá fóra se caminha com o progresso: - parar - quando se perfuma o S. Cenis, o S. Gothard - quando se lança uma ponte sobre os Dardanellos - quando se corta o Panamá, e quando se estuda o meio de tornar habitado e deserto de Saharah! (Apoiados.)

Parar n'estas condicções é peior do que morrer. (Apoiados.)

Não repito a phrase do barão de Holbach, que a s. exas. repugna, e que o sr. Fontes traduziu com vantagem para o paiz; mas direi que parar n'estas condicções seria fazer um requerimento ás nações estrangeiras para nos conquistarem como uma colonia, (Apoiados.) porque se o não progredir é mau, dizer que devemos parar é retrogradar. (Apoiados.)

Para, n'estas condições, seria dormir o somno dos actalepticos e não poder assistir com as nações da Europa ás grandes festas do progresso.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem.

(O orador foi comprimentado por todos os srs. deputados e muitos pares do reino.)

Leram-se na mesa as seguintes:

Moções de ordem

1.ª A camara, lamentando que a situação da fazenda publica não corresponda aos sacrificios dos contribuintes, e desejando que o governo adopte as providencias necessarias para extinguir o deficit, firmar o credito publico e melhorar quanto em si caiba as condicções economicas do paiz, continua na ordem do dia. = Alves Matheus.

Foi admittida.

2.ª A camara, satisfeita com as explicações do governo, continua na ordem do dia. = Novaes.

Foi admittida.

O sr. Vicente Pinheiro (para um requerimento): - Pedi a palavra para mandar para a mesa um requerimento igual ao que fez o sr. Correia de Barros.

Não o fundamento, porque o regimento m'o não permitte, mas em todo o caso declaro que penso do mesmo modo que aquelle sr. deputado.

O sr. Presidente: - Do mesmo modo e pelo mesmo motivo eu não posso consultar a camara sobre este requerimento do sr. deputado.

Quando lhe couber e for concedida a palavra, o sr. deputado poderá então desistir d'ella, eeu tomarei nota d'essa desistencia. O mesmo poderá fazer o sr. Correia de Barros.

O sr. Luiz José Dias (para um requerimento): - Eu tinha pedido a palavra sobre o mesmo assumpto...

O sr. Presidente: - O sr. deputado tem a palavra unicamente para um requerimento. (Apoiados.)

O sr. Luiz José Dias: - N'esse caso eu declaro que pedi a palvra para requerer exactamente o mesmo que requereram os srs. Correia de Barros e Vicente Pinheiro.

Vozes: - Não póde ser; os requerimentos não se justificam.

O sr. Presdidente: - Digo ao illustre deputado o mesmo que já disse aos srs. Correia de Barros e Vicente Pinheiro.

Quando couber a palavra a s. exa., póde então desistir d'ella querendo. O que não se póde, por ser contra o regimento, é submetter á votação da camara um requerimento que tenha sido fundamentado ou motivado.

Tem agora a palavra sobre a ordem o sr. Vicente Pinheiro.

O sr. Vicente Pinheiro: - Desisto da palavra.

O sr. Presidente: - N'esse caso tem a palavra sobre a ordem o sr. Dias Ferreira.

O sr. Dias Ferreira (sobre a ordem): - A minha moção é esta:

«A camara convida o governo a apresentar sem demora as providnecias indispensaveis para occorrer ás difficuldades gravissimas da nossa situação economica e financeira.»

A este assumpto provavelmente terei de circumscrever as minhas considerações, visto não se achar hoje na camara o sr. presidente do conselho.

A resposta ao discurso da corôa, se umas vezes tem