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D'aquella conta se vê que a importancia geral da despeza de estaleiro não chega a 78:000$000 réis; que houve para menos em despeza no material, comparada essa com a da ultima corveta de igual typo a Infante D. João, a differença de 784$040 réis, apesar de ser empregada n'esta construcção, alem de outros accessorios, muito maior porção de madeira de teca e Africa, segundo facilmente se reconhece approximando as seguintes verbas: de madeira de carvalho para a Infante D. João 16:245$174 réis e de teca e Africa 14:558$451 réis; de madeira de carvalho para a Duque de Palmella 9:194$053 réis, e de teca e Africa 20:486$773 réis, o que dá um valor de mais 6:000$000 réis approximadamente d'estas ultimas madeiras, afiançando maior solidez, e portanto maior duração ao navio; que finalmente a differença para menos no preço da mão de obra é de réis 4:711$031, ou proximamente 25 por cento de respectiva economia sobre igual verba da referida corveta Infante D. João, em que já se experimentaram com proveito as empreitadas, o que parece indicar, sem fallar na vantagem da celeridade, que o systema de trabalho por tarefas ultimamente adoptado, deve ser o definitivamente preferido.

Deus guarde a v. ex.ª = Secretaria d'estado dos negocios da marinha e ultramar, em 26 de janeiro de 1864. = Ill.mo e ex.mo sr. secretario da camara dos senhores deputados. = José da Silva Mendes Leal.

Conta da despeza feita com a corveta Duque de Palmella, desde 5 de junho de 1863, em que principiou a sua construcção, até ao dia 25 de janeiro de 1864, em que foi lançada ao mar

MATERIAL

[Ver diário original]

Repartição do ponto geral, em 25 de janeiro de 1864. = Carlos Augusto da Silva, chefe da repartição do ponto geral.

Ministerio da marinha e ultramar — 1.ª direcção — 2.ª repartição — copia da copia. — Auto de vistoria feita á corveta Duque de Palmella, em consequencia da ordem recebida do ex.mo inspector geral do arsenal da marinha, em data de 20 do corrente mez de janeiro de 1864. Os abaixo assignados, conde de Linhares, director das construcções navaes, servindo de presidente; Luiz Silverio de Faria, primeiro tenente engenheiro naval; Henrique Carlos da Conceição, mestre dos carpinteiros de machado; José Francisco Garcia, mestre dos calafates; Thomás Antonio Gonçalves, contramestre dos carpinteiros de machado; João Antonio Xavier de Carvalho Freirinha, contramestre dos calafates; Anselmo da Silva Ramos, contramestre da officina de carpinteiros de machado; Antonio dos Santos, mandador da mesma officina e encarregado dos trabalhos da corveta, tendo passado rigorosa vistoria a todos os trabalhos da corveta Duque de Palmella, e principalmente aquelles trabalhos de carpinteiros de machado feitos por empreitada ou tarefas, declaram unanimemente o seguinte; a saber: que a corveta Duque de Palmella se acha boa e bem construida, e com toda a segurança que se pôde desejar de um navio de guerra do estado, e não havendo nada mais a dizer sobre este assumpto, eu João Vicente Moreira Lima, escripturario da direcção de construcções navaes, lavrei o presente auto que assigno, e comigo os acima. Direcção de construcções navaes, 24 de janeiro de 1864. (Assignados) = Conde de Linhares, director das construcções navaes = Luiz Silverio de Faria = Henrique Carlos da Conceição = José Francisco Garcia = Thomás Antonio Gonçalves = João Antonio Xavier de Carvalho = Anselmo da Silva Ramos = Antonio dos Santos = João Vicente Moreira Lima, escripturario da direcção de construcções navaes. Está conforme. = Direcção de construcções navaes, 24 de janeiro de 1864. = Conde de Linhares, director das construcções navaes. Está conforme. = Arsenal da marinha, 25 de janeiro de 1864. = Visconde da Praia Grande.

Está conforme. = Secretaria d'estado dos negocios da marinha e ultramar, 26 de janeiro de 1864. = Antonio Rafael Rodrigues Sette, director.