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Sr. Presidente * o nobre Depúíado quiz achar urna contradicçào no meu procedimento de agora eom o procedimento que tive no Congresso Constituinte, e fez a leitura de unia Acta em que appa-rcce uma declaração de voto, na qual se contém que eu declarei que não tinha votado pela execução de todas as Leis da Dictadura. Cumpria, Sr. Presidente, apresentar o facto tal qual elle e'. A Dictadura de 36 tinha feito immensas Leis;

Sr. Presidente, tenho, me parece, respondido Os considerações que foram apresentadas pelo nobre Deputado, e de novo repito a declaração que já fiz de que eu ponho de parte todos os insultos que me dirige constantemente o nobre. Deputado : repito, estou decidido a responder com perpetuo-e cabal silencio; porque neste campo de personalidades, neste campo de.insultos n-inguem pôde lucrar senão o nobre Deputado; os outros, mais commedidos, mais possuídos de desejo de tractar unicamente dos negócios úteis, não podem constantemente estar a entreter-se com os discursos do nobre Deputado, quando eíles forem apresentados em similhante sentido. Mas aqui não poderei deixar de dar uma explicação sobre o que o Sr. Ávila disse nesta Camará, tendo invocado o meu testemunho. Eu,. Sr. Presidente, não posso verdadeiramente lembrar-me de tudo o que se passou na epocha a .qire 8. Ex.a se referiu, e sobre que pediu o meu testemunho. .

• Devo antes de tudo declarar, e S. Ex.a não deixará de confirmar, que nos objectos de Fazenda eu lhe havia dado o mesmo voto de confiança que havia já dado a todos os outros meu s Collegas, Ministros da Fazenda, com quem tinha servido: e devo além disto declarar, -que obrei assim , porque não lendo sido os meus estudos as Finanças-, euape-nas me reservava aualysar os planos depois de confeccionados, deixando a mais ampla liberdade aos ditos meus Collegas para os organisarem.

É certo que o nobre Deputado o Sr. Ávila chegou a convencer-se intimamente de.-que a sua operação era salvadora, porque habilitava o'Governo a satisfazer os pagamentos do serviço publico , e cumprir-a todas-as mais o.brigaçôVs doThesonro—-lambem é certo que eu não pude convencer-me destas vantagens, e .que tive grande, dificuldade ein «dherir á adopção de uma similhante medida, e nesta difnculdadc .fui acompanhado de dons outros egas que, como eu, a!e'rn de outras razoes, VOL, 1,°.— ÍANEIRO — 1843.

attendiam ás promessas que dias antes havíamos feito no Parlamento.

(O Sr. Ávila: — Tudo isso é verdade).

O Orador: — Decidi-me a annuir a uma tal medida, quando S. Ex.a levado da sua convicção e da persuasão de que fazia a fortuna do Paiz, declarou que se o-Governo não eslava resolvido a adoptar uma medida de tanta utilidade, nenhuma duvida tinha em sahir do Ministério, que aliás ficaria coin a responsabilidade de não ter querido adoptar uiiia medida salvadora.

(O Sr. Ávila:—-E* verdade.)

O Orador:—Eu resolvi-me então a annuir, porque eu não qúiz ser a causa d'uma crise ministerial, porque eu sabia as consequências más que podia ter para a Causa Publica, eu dei o meu voto e não declino a responsabilidade da medida, aqui estou para responder pôr ella.

(O Sr. José Estevão;—-Isso entende-se.)

O Orador: — Tenho, lembrança, e se não sou exacto, S. Ex»a rectificará; tenho lembrança de que o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros sendo consultado sobre a medida, dissera que ella era similhante, ou quasi similhante a uma outra do chamado Salvaterio, e que não duvidaria prestar-lhe o seu voto e approvação uma vez que fossem exactos os cálculos apresentadas, pelo Sr, Ávila.

(O Sr. Ávila: —-Isso é que não e' exacto.)

O Orador: — Esta é a minha lembrança, poderei enganar-rne , mas convença-se o nobre Deputado de que faço esta'declaração com toda a lealdade e franqueza*

E' verdade que eu, e dons dos meus Collegas exigimos que fossem consultadas algumas pessoas entendidas na matéria, e que sendo-o effectivamente nos foi apresentado que a operação era vantajosa, e digna de ser adoptada, porque o Governo ficava habilitado a poder satisfazer as obrigações doThe-souro. . -

Convencionou-se que estas pessoas aquém o Governo consultou, fizessem um Relatório sobre a operação , rnas é .v.erdade que tal Relatório não appa-receti, e que a medida não obstante foi adoptada.

Na substancia parecerOie que não ha grande-divergência nas explicações dadas pelo Sr. Ávila, e nas dadas pelo meu honrado Colíega Ministro dos Estrangeiros: pôde haver um mal entendidov mas creio que ambos as dão na'melhor boa fé', € segundo a persuasão em que estão (Apoiados).

Em fim a medida foi adoptada, cumpre ao Parlamento avalia-la, e á opinião publica o julga-la—° estou convencido de que tudo se fez em boa fé', e só com o intuito de promover o bem do Paiz (Muitos apoiados).. .