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dos: por exemplo, pelo que diz respeito á libra, elia é conhecida entre nós, e todos fazem idea de que uma libra representa dois arráteis; o fiado do linho pesa-se por libras; no Minho e muito conhecido este peso ; e todos também alli sabem que ella representa dois arráteis, e ella fica mui proximamente igual á libra nova ; assim a differença entre o arrátel novo e o velho fica sendo mui peque'na, e facilmente apreciável pelo povo. E assim discorrendo por todos os argumentos contrários se conclue que não se pode sustentar a importância, ou a conveniência de introduzir entre nós as denominações scientilicas, ou de origem grega. Poderíamos admit-tir diversas denominações das unidades, por exemplo, á unidade do peso que em França se denomina hoje kilogrammoj ou a denominação de litro adoptada para designar a unidade de capacidade ; mas os inconvenientes ponderados são evidentes, e por tanto a proposta nomenclatura scientifica e quanto a mim insustentável. Para que pois trocar o nosso conhecido nome de vara pelo de metro? Para que para as medidas de superfície adoptaríamos o termo aro para de&ignar a unidade dessa medida, ler-mo que nem é grego nem é franeez, uias vem do latim ararej deixando o termo geira, ao qual lij,a-iiiO? logo uma quantidade de extensão de terra própria para a cultura ; posto que esta designação corresponda a variadis&imas extensões, nem ainda esteja verdadeiramente definido o que seja geira j porque se e a extensão de terra que se pôde iavrar n'urn dia com uma junta de bois, esta extensão varia segundo as diligencias que se possam fazer paia que os bois lavrem mais ou menos, ou mesmo segundo as forças dos animaes, etc., etc., mas adopta-se o termo geira como medida, por ser geralmente co-nbecido. Não sei que mais se possa dizer sobre uma matéria a respeito da qual me parece, que todos nós lemos formado o nosso juizo definitivamente; e entendo que não devemos entreter mais tempo com uma questão que sendo realmente questão de palavras, pôde produzir graves inconvenientes para a adopção do sistema métrico. Estimo muito ver aclualmenle no seu logar o nobre Deputado que sustentou a opinião contraria, (o Sr. Beirão) e sinto bastante que, não tivesse vindo a tempo de ouvir as minhas razões, que posto que sejam certamente rnuilo inferiores aos seus argumentos, parecem-me corntudo sumcientes para provar, que devemos continuar a sustentar a nomenclatura adoptada pela Comuiissão Externa, e por â desta Camará, cm vez de mandarmos para o povo uma nomenclatura filosófica. Não queiramos fazer filósofos a todos os indivíduos da classe Ínfima; é necessário que lhes apresentemos uma lingoagem delles conhecida a fim que possam momentaneamente fazer o termo de comparação entre as novas e as velhas medidas, e se achem compietnmente habilitados para regularem as suas transações. Portanto en acho que o art. 3* do projecto deve passar como se acha, e que a tabeliã o deve acompanhar com as correcções apresentadas pela Cornmissão.

O Sr. Beirão: — Sr. Presidente, eu voltarei a tra-ctar da matéria do art. 3.° por uma razão muilo especial. Parece-me que está consignado o art. 3.° de modo, que tolhe toda a correcção que depois se possa fazer, ou que se deva fazer ao mappa adjunto; e como esse mappa (quanto a mim) não pôde pas-SESSÃO N.° 21.

sar como e=tá exarado, porque nem preenche os fins da lei, nem acredita os seus auctores, por isso insistirei ainda alguma cousa sobre a doutrina do art. 3.°, limitando-me a elle simplesmente, e a justificar o direito, que ha para se offerecerem depois as emendas, que parecerem necessárias á tabeliã.

Eu hontem tinha expressado os motivos em virtude dos quaes na comparação dos dois systemas, eu entendia, que se devia preferir o scienlitico, e mandei para a Mesa uma substituição em harmonia com este principio. Essa substituição não mereceu nem as honras da discussão, e a Camará rejeitou-a, quero dizer, não rejeitou a doutrina, nem a podia rejeitar sob pena de se annullar, porque uma doutrina verdadeira e dogmática não pôde de maneira nenhuma ser rejeitada pela Camará ; mas como a Camará tinha adoptado a denominação vara, e a substituição se oppunha a essa denominação, foi esse o motivo porque a Camará a rejeitou, nem podia ser outro.

Adduziram-se razões em virtude das quaes sequiz fazer prevalecer a doutrina do artigo tal qual está, não só sobre a minha emenda, mas sobre outra apresentada pelo nobre Deputado o Sr. Castilho. Eu não partilhava as ide'as da emenda do nobre Deputado; porque contava que a final havia de trazer os inconvenientes na pronuncia, que apontou o nobre Deputado que me precedeu, mas ainda assim estou convencido, que, em igualdade decircumstanciasessa emenda é preferível á doutrina do artigo em questão. Eu agradeço ao nobre Deputado a nrbanidade com que me tractou; talvez que o resultado das minhas observações não seja senão o de fazer brilhar mais a erudição de S. Ex.a, mas e' necessário quo cada um de nós sustente a sua opinião, em quanto senão convence da opinião contraria.

Eu julgo, que mesmo a nobre Cornmissão não quer no campo da doutrina, convencer a Camará, que o syslema adoptado por ella e preferível ao métrico; a questão por consequência não pode ser tra-clada senão administrativamente, quero dizer, não se pôde hoje formular este plano com preferencia ao plano métrico, senão pelas razões de conveniência, de facilidade na pronuncia, e de se cominuni-car ás diversas classes; eis aqui por consequência o campo em que está a discussão, e é nesse campo mesmo que eu entrarei.