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do SyVtema Representativo, faça conter a regularidade das discussões, porque se assim não for, eu provocado hei de entrar também no campo dasrepreza-lias, e ahí tenho a certeza de alcançar uma posição bem niais vantajosa, que os meus Adversários Políticos.

Sr. Presidente, colloque-se V. Ex.tt nas circums-lancias dos Cavalheiros a que ha pouco me referi ; V. Ex.a pertencia a urna grande Corporação, appa-receu um homem e dizia, esta Corporação está dissolvida, os seus Membros pela sua immoralidade e corrupção, ficam privados da governação do Paiz, vou levantar urn muro de bronze que os separe de inim, como está separado o vicio da virtude, e a honestidade, da corrupção ; V. Ex.a que preza a sua honra, não aproveitaria o primeiro ensejo d« vir pé-, ranle o Paiz inteiro dar tiuux explicação franca dos seus actos, e da sua vida passada l Eu intendo que sim. _ '

Sr. Presidente, se e' permillido a um Chefe Militar revoltar os soldados que commanda, contra um Governo legalmente estabelecido; se. e permillido o •gastar á' Nação os dinlieiros que tinham uma appli-cuçâo legal; se e .permiltido neste Paiz fazer uma revolução de três em três annos, de ires em Ires annos uma banca rola, desacatando-se as Leis e os Parlamentos, destruindo-se todos os vínculos da moralida--de publica, se isto tem de repetir-se, Sr. Presidente, (?te Paiz tem de passar pela vergonha mais 'uviltan-le, que uma nação pôde passar, e a perda da suain-dependencia.

Sr. Presidente, bem infeliz e' este Paiz ! Este Paiz que debaixo do .Governo Absoluto foi opprimido e vexado, estará .condemnudo ú rnesma sórle debaixo'-' cio regimen liberal'f Nós acreditamos com a fé mais pura (jui: só um Governo livre pôde fazer a felicidade do urna Nação.; os nossos desvarios, as nossas dis-souçõe.s poli l iças, levai -uos-hão a acreditar que só. a vara de ferro do absolutismo poderá dirigir os destinos deste Paiz l Eu não o creio, Sr. Presidente, porque, e impossível que Deos desse esse tremendo castigo a (jsle povo tão generoso e bom, digno seguramente de melhor sorte ; .mas para isto, Sr. Pre-iden-te, e indispensável, absolutamente indispensável uma emenda completa da vida passada.

Sr. Presidente, fui eleito Deputado . em 184-7, apoiei alguns dos actos do Ministério presidido por o.sse Cavalheiro queaindu hoje está ausente do Paiz; ora parece-me. que este motivo não era bas.lantemenle • forte, para eu ser involvido nesse lodaçal de injurias, do qual um Político mais previdente leria certamente salvado muitos caracteres honestos e independentes dns maiorias das duas Camarás do Parlamento. Infelizmente não succedeu assim, mas inlelizmenle para ello, porque a experiência já vai mostrando, que esses imperdoáveis desvarios só fi/.era.m mal aquém os praticou (Apoiados). Sr. Presidente, eu não venho hoje aqui d«fender a maioria da Camará transacta; não, Senhor, cada um responde pelos seus actos, digo só qu« estamos dando um liisle documento perante as Nações civilisadas do modo como procedemos. Para que e todos os dias allribuii-se a ruins motivos os actos praclicados por nquella maioria? Que direito teu» ninguém de enlrar nas intenções daquelles Cavalheiro* 1 É possível que essa maioria .lenha errado, mas qual é o nosso dever como homens que amamos Mncerumente o. Governo Representativo ! Se essa Ca-

mará adoptou alguma medida em prejuízo da Nação, é do nòsjo dever reconsidera-la, sem injuriarmos ninguém, porque se assim não fizermos, os que vierem depois de nos hão de, por motivos Políticos, attribuir ruins motivos os actos practicados por esta Camará, e o resultado de tudo isto é o descrédito do Governo Representativo (Apoiado).

Sr. Presidente, de que época deve partir a minha defeza t Deve ser exactamente daquelle ponto, em que o actual Presidente do Conselho de Ministros deixando o logar que occupa, o entregou voluntariamente ao Cavalheiro, a quem até ahi os actos dessa maioria eram honestos, e mereciam de S. Ex.* mais completa opprovaçâo. Ora, Sr. Presidente, eu lembrei-me trazer aqui uma relação de Iodos og actos, de todas as medidas passadas nas duas ultimas Sessões dessa Legislatura que mereceram n minha appro-vação, e depois de discutir e examinar uma por uma, mostrar então a juíliça que havia em cada uma delias, e a injustiça que houve dos queaccusaram indis-. lindamente esse Parlamento; rnas lembrei-me que. isso seria talvez cançar a Camará, e limitar-me-hei simplesmente a dizer, que todas tis medidas passadas nas duas ultimas Sessões da Legislatura a que tenho alludido, eu tomo sobre mírn a responsabilidade delias (Interrupções na extrema Esquerda), menos uma Proposta que passou naquella Camará, para. reconsiderar uma matéria que linha sido votada na véspera, menos uma grande parte das disposições res-trictas da ultima Lei da ItDprensa, que não mereceram a minha appro.vação. Assim como também não votei nem pró nem contra, na Lei que concedeu as indemnizações ao Contracto do Tabaco e Sabão, por não assistir á sua discussão e votação, pelo motivo de me achar nesta occasião fora da Capital (^ozes da Esquerda: — Essa bagatella I)

Sr. Presidente, o que maravilha e que estas accu-sações partissem dó lado donde vieram, pois S. Ex.* o actual Presidente do Conselho de Ministros tem direito, está nas circurnstancias de dirigir accusações desta ordem n pessoa alguma? S. Ex." sabe que não, e ninguém o sabe; ião bem'como aquelle lado da Camará (Apontando para ã extrema Esquerda).

Sr. Presidente, eu paro aqui, não quero entrar em mais longas considerações a este respeito, porque nãou quero contrariar o preceito que impuz arnirn próprio quando vim para aqui; desejo esqiíecer-me de tudo, quero lançar um espesso véo sobre o pretérito, não quero afeiar com mais negras cores o retraio das nossas misérias passadas.

Sr. Presidente, estou neste logar disfructando ;as delicias de urna posição independente, porque não te. nho "felizmente compromissos com o Governo, nem com a* opposições. Se dependesse exclusivamente de uma graça do Poder o estar aqui sentado, eu segu-. rumente não tinha entrado aquellas portas para dentro ; o Governo respeitou generosamente, é verdade, a vontade de muitos Eleitores que pediam a minha Candidatura, e que só a força d,is baionetas podia an-nullar; mas o Governo não a empregou, e eu lhe dou os meus sinceros agradecimentos por este molivo: devo mesmo dizer que as ultimas eleições foram umas das eleições mais livr»-s que se tem feilo neste Paiz (Muitos apoiados).