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DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

elevada intelligencia do nobre ministro das obras publicas, ou tinha para segurança o garantia das minhas convicções o illustre presidente do conselho de ministros, o sr. Fontes Pereira de Mello, que em todas as occasiões tem sido o defensor mais estrenuo do caminho de ferro do Algarve, mostrando sempre a mais firme convicção no futuro d´esta linha.

E não é sómente o illustre presidente do conselho que assim tem sempre pensado, differentes parlamentos e diversos governos desde 1864 têem proposto e decretado a construcção do caminho de ferro do Algarve. (Apoiados.) E esta camara mesmo já o votou, e approvou os meios de que o governo lançou mão para que a construcção continuasse, e até lhe deu uma auctorisação ampla, indeterminada e indefinida para concluir a mesma construcção, auctorisação que não chegou a ser convertida em lei do paiz por circumstancias supervenientes.

N'estes termos supponho, e espero mesmo, que o governo não deixará improductivas sommas, aliás importantes, já gastas nos 60 kilometros d'aquelle caminho entre Faro o Portela das Silveiras; e que o governo, meditando nos recursos de que deva lançar mão, não deixará, na actual sessão legislativa, de apresentar á camara as convenientes propostas, que o habilitem a continuar e concluir pelo menos, e quanto antes, a construcção do caminho de ferro do Algarve.

Dirijo-me a homens illustrados, cuja proficiencia na governação do estado, de todos reconhecida, me auctorisa, sem duvida, a ter toda a confiança n'elles; e a esperar que justiça será feita á provincia do Algarve. (Apoiados.)

Por consequencia, nenhuma proposta mando para a mesa; todavia tolere-se que eu, como na sessão do anno passado, lembre que tendo sido, ha muitos annos, o rendimento dos caminhos de ferro de sul e sueste, na importancia approximada de 200 contos de réis, applicado para alguns dos seus prolongamentos, já bastante adiantados, póde essa somma servir de base, para sobre ella se levantarem as quantias necessarias, e mais do que sufficientes, para a conclusâo dos mesmos caminhos e prolongamentos, visto que taes obras estão orçadas em 2.700:000$000 réis pouco mais ou menos.

Por esta fórma, sem novos sacrificios do paiz o sem desequilibrio do orçamento, pois que o thesouro apenas continuaria privado por mais alguns annos, como tem estado até agora, do referido rendimento, se completará a rede dos caminhos de ferro ao sul do Tejo, e a nação ficará em pouco tempo com uma valiosa propriedade, para a reter na sua posse, ou realisar sobre ella qualquer operação que a habilite a novos commettimentos.

Eram estas as singelas considerações que tinha a fazer, e peco que não as tomem como menos bem cabidas e impertinentes, porque nunca tenho embaraçado, nem espero embaraçar, a realisação de qualquer melhoramento; e confio em que a camara, o appello para a sua sabedoria, tambem contribuirá para a realisação da maior e mais ardente aspiração dos povos de uma provincia que tem tanto direito,: como outros, a que se lhes concedam os beneficios da viação accelerada, que é hoje tão necessaria para o desenvolvimento da riqueza publica. (Apoiados.)

O sr. Sousa Lobo: —... (O sr. deputado ficou com a palavra, e o seu discurso será depois publicado na integra.)

O sr. Presidente: — A ordem do dia para ámanhã é trabalhos em commissões; para sexta feira a continuação da de hoje e mais o parecer da commissão de fazenda sobre o orçamento da receita.

Está levantada a sessão.

Eram cinco horas da tarde.

Sessão de 6 de fevereiro de 1878