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pertence. Eu não quero generosidade alguma para comigo; antes peço que, se souberem d'algum facto, que me fique mal, o apresentem; mas facto positivo, e individual; e peço mesmo que intentem a accusação, porque eu não pedirei dilação de tempo para delia me defender; e assim concluo a minha explicação (apoiado, apoiado).

O Sr. Ministro da Justiça: — Pedi a palavra sobre dois factos que aqui se enunciaram , e sobre os quaes eu me quero explicar. O primeiro é o atraso de pagamentos á Relação do Porto; e' verdade que existia esse atraso; mas já se expediram as ordens para se lhe pagar, e ficarem no mesmo estado da de Lisboa.

Agora o Sr. Deputado por Aveiro lançou veneno sobre a medida que o Governo tornou de não nomear Contadores para Lisboa, e nomear aliás uma Commissão, para fiscalisar os dinheiros, que alli devem entrar. O nobre Deputado entendeu que o Governo recorreu a este meio, porque não podia deixar de dar este passo em vista das muitas perlen-ções , que havia ao logar ; mas enganou.se; o Governo tem em vista apresentar uni Projecto

Agora em quanto á Portaria, não digo de certo, mas parece-me, que alguma cousa se leu que não contêm a Portaria; digo só a V. Ex.a e á Camará, que paca o Governo mostrar a hoa fé, com que tem caminhado neste negocio, se offerece a mondar ,áCamará todos 00 papeis relativos a este objecto, e digo soque o Governo não faz mais do que satisfazer á obrigação de um contracto, feito com o Banco. Desta maneira creio que não foi por medo do Banco, que o Governo cumpriu as estipulações, que com elle tinha; e entendo que não é conveniente apresentaiem-se asserções desta natureza, sem primeiro se examinar o negocio; assim como entendo que se não pôde deixar de responder a asserções, feitas injustamente a pessoas que devem ter credito jara poderem governar.

O Sr. 6a Nogueira: — A hora deu ; eu tenho que fallar talvez mais de meia hora;, a Camará está enfadada; por consequência não sei sé rne quererá ouvir; peço a V. Ex.a que consulte a Camará se quer prorogar a Sessão, senão ficará a minha ex-pUcaçíio para outro dia.

O Sr. Ministro do Reino:—O Sr, Sá Nogueira -é que tem à palavra, e como S. S.a quer estender o negocio, e eu queria dar só uma explicação de facto, espero que o nobre Deputado tenha contemplação comigo, deixando-me fallar agora (O Sr. Sá Nogueira:—Pois não.) —Então digo que quando o Sr. Deputado por Aveiro declarou que se tinha feito um empréstimo para se abrirem estradas, ca-hio em um erro, porque o empréstimo que as Cortes votaram era de oitenta contos de reis, paracos-Uantento das e»tradas: e não se supponha pois que esta somma era só para ser applicada a uma orga-nisação completa de estradas. Ora quando o Ministério cahio tinha eu a promessa de se fazer este empréstimo a 5 porcento ao par. Tinha igualmente procedido a indagações sobre o quanto seria necessário para uma organisação completa de estradas, c linha-se calculado que andava por cinco milhões de cruzados ; depois sahi da Administração, e o Sr. Deputado(diz—se lhe dessem tempo. O nobre Deputado discorre a seu favor! Eu não sei o q uo faria, se me dessem tempo; pôde ser que quando fizesse o empréstimo , em logar de estradas fizesse (Uin barranco! O caso e': quando sahimos da Administração estava o negocio muito adiantado, e alguma cousa se linha feito. Mas o nobre Deputado diz: — vós •se não sahiseis da Administração teríeis feilo tudo» ^mas como vos não deram tempo por isso não deveis •ficar com responsabilidade.

Ora eu não tico mal, cotn quem diz isto, porque não sei o que faria, se me dessem tempo; mas «om quem eu fico mal é com quem diz que se con-trahiram empréstimos, que se não fizeram e que não ha estrada, (O Sr. José Estevão:— Então ficamos mal por amor disso?) Eu não fico mal com pessoa alguma. Mas é tempo de acabar, porque o Sr. Deputado que me cedeu a palavra ha de ter estado contando todos os minutos, e instantes que eu tenho gasto, e não quero dar-lhe motivo de queixa , por abusar da sua bondade.

Ò Sr. Sá Nogueira: — Eu não uso agora da palavra, porque a Camará está cançada; mas eu procurarei outra occasião para isso, porque quero responder ao Sr. Gomes de Castro.

Ó Sr. Presidente: — A ordem do dia para segunda feira é a continuação da discussão da Resposta ao Discurso do Throno. Está levantada a Sessão. — Eram quatro horas e um quarto da tarde.

FIM pç> 1.' VOL. DE 1841,