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merecer; mas entendo que da.discussão não pode provir bem algum, ao mesmo tempo que pôde causar muitos males,- sendo urn deiles o augmerito do Scisma que e'-proveniente das duvidas, e das"incer-tezas , e das pregações dos Apóstolos de Belsebuth, que por lá andacn-por essas Províncias aconselhando a desordem , e a- guerra religiosa-. E embora se diga que não estamos 110 tempo de temer a guerra religiosa, eu lambem faço justiça, e honra ao esta-d*o da n'os->a civilisação; mas e'certo que nomeio da mais apurada civilisação, nessa Athenas dos tempos modernos, nessa Nação que nós todos os dias tornamos aqui para exemplo e modelo, na França, se-estão dando os mesmos exemplos 'que em uma época não muito remota se deram. Pede pois a boa razão, que já que não podemos ganhar, não arrisquemos a perder: e eu,.que, por assim dizer, conheço o estado deste negocio, e 'que o principiei, entendo que devia fazer estas reflexões. A Camará na sua sabedoria resolverá como entender.

O Sr. Ministro da Justiça :—Sr. Presidente, quando eti ha pouco fallei, e muito pouco, fiz urn Requeria) e n to, e senão o formulei em devida forma, é por que me não pareceu que o devia fazer, para não se entender que eu queria tirar a palavra aos Oradores que a tinham pedido,: mas eu disse —se a Gamara entendeu, que c occasião agora-dê tractar de espaço esta matéria, estou prompto a entrar nella; porém se acaso se entender que a questão é grave, e que uma discussão sobre elía pôde comprometter a -Negociação pendente, então devemos limitar-nos á pergunta do il lustre Deputado—--; e sobre ella já eu disse o que tinha a dizer; já disse, que uma concessão especial se tinha feito; que passou o tempo, desta concessão; que por consequência volton o negocio ao estado em que anteriormente estava i nem podia deixar de assim acontecer, e os próprios Prelados, logo que esse tempo acabou, assim oentende-ram , e assim o representaram ao Governo, respondendo-lhes este por aquella Portaria. Portanto.eu insisto,'e formulo o meu Requerimento :.« peço a V. Ex.a e á Camará decida se.se deve continuar nesta discussão j) e se a Camará resolver que sim, eu da* rei as competentes explicações: quanto pore'm ao que disse o meu digno antecessor, declaro que tudo é exacto, e que não tenho duvida em partilhar a sua. responsabilidade. . *

O Sr. Presidente: — A Proposta do Sr. Ministro da Justiça e para que a Camará decida , se se quer occupar desta discussão em geral, ou se sé deve unicamente restringir aos lermos da interpeílação do Sr. Cardoso Castel-Branco....

O Sr. Silva Cabral: — Eu roqueiro que se passe á ordem do dia.

Jíssirn se decidiu.

f'"ar i o s.Sr s.- Deputados reclamaram ao mesmo tem-- pó a palavra para explicações.

O Sr. Presidente: — Eu consulto a Camará. .

Rc$olveu-&e que se desse a palavra para explicações.

O Sr. ya% Freio .' — Sr. Presidente, eu não podia de forma, alguma querer que se entrasse n'utrià discussão geral acerca deste'objecto, quando sei^que ha., como o Sr. Ministro disse, Negociações com a Cúria Romana. Tenho bem presente o que disse em 17 de Agosto do anno passado; o meu discurso foi todo conciliador. O Sr. Fonseca Malgahãês previ-niu-me , era aqui 1.1 o que eu queria dizer; e entendo que a interpeílação do Sr.-Cardoso Castel-Branco não tendia senão a pedir providencias sobre os factos que apontou: feito isto, ao Governo toca o demais j considerando-se que-toda a discussão ale'm disto pôde ser prejudicial.

O Sr. Cardoso Castel-Branco: —Devo começar por declarar que ninguém faz mais justiça ás. rectas intenções do illustre Deputado, que parecera offen-der-se com algumas expressões do meu discurso: estou seguro de que seus desejos foram sempre'de sus--tentar asPrerogativas da'Coroa Portugueza, e man-~ ter a dignidade e interesses cia Nação": e devo aproveitar esta occasião para declarar que ha pouco tem*--pó vieram a meu poder documentos do tempo de sua Administração, que muita honra 3hé fazem: te--nho porem a infelicidade de não poder concordar com S. Ex>a sobre algumas opiniões, que hoje per-tendeu sustentar, e eu ainda espero ter occasião opportuna ,para as.combater.

Pelo que respeita a S. Ex»a o Sr. Ministro dos Negócios Ecclesiasticos e. de Justiça., sinto que S-4 Ex.a não quizesse responder á minha pergunta sobre assumpto de tanta consequência. Ninguém respeita mais do que eu as Negociações quando pendentes; lembro porém a S.-,Ex.a que o Governo já foi illu-dido, quando em Abril do ánno passado suppoz que essas Negociações se ultimariam dentro de 4 me-zes, que se • i Iludi u quando -suppoz que se ultimariam dentro do prazo da reforma desse tempo, lembro que já íá vão outros 4 mezes depois da sua Por* taria de Outubro, e que essas Negociações ainda não fmdar.arn, e que e incerto ainda o seu termo: e que-, rerá o Governo deixar sem limite, a maior parte das Dioceses destes Reinçs, sem haver quem para ellas conceda Dispensas ? E impossível que as cousas continuem neste estado sem gravíssimos inconvenientes. Eu fiz o meu dever chamando sobre este negocio a attençâo do Governo: faça o Governo o seu, se quizer.

.O Sr. .Mello e Carvalho: — Quando fallei da confirmação dos Bispos, não expuz toda a matéria que era devida : eu não disse então, mas digo agora, que se a confirmação não tiver logar por parte de Sua Santidade, ha outros meios de se proveria ella» ;

• O Sr. Presidente: —• A ordem do dia para a Sessão de sexta feira, é a mesma que estava dada para hoje. Está levantada a Sessão. — Mram cinco horas da tarde, • • ' •

O 1.° REDACTOR ,

'•''•- " ' -'J. B. CASTÃO.