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yeSativa parte do Discurso da Coroa foi tenção dos Srs. Ministros desencarregarem-se para com o Paiz, e dar força ao preconceito vulgar de que os Cortes nno fazem, não remedeiam, não providenceiam a nada — comrxetteram uma g-ravissuna falta, porque ajudaram a deshonrar o Systema Representativo.1^^ Cortes não crmpde senão examinar o que es Ministros iire trouxerem, censurar e cartigar os JVJinisIros qne o não fizerem. Nesta parte portanto •concordemos-com a redacção da Co-mmissão da maioria; mas não podemos -concordar em que ella-•não accrescrnte mais nada a isso ; esentiremos mui-lo que não queira adoptar o addilamento que fazem js; isto é, a declaração solemne de que esses systemas não servem de nada todavia , de que essas votações de Orçamento são unia quimera, de que tudo isto é uma impostura miserável e ridícula, de que o povo í e ha de rir e fazer escarneo, em quanto não houver outra couifa que ligue os Ministros. iXós fomos aqui macerados -o aníio .passado com sacrifícios; pediu-se-nos o sangue das veias : dêmo-lo; e jurou-se que eslava'salva a Fazenda. Para se confirmar esta promessa estabeleceram-se regras económicas das quacs os Ministros não deviam transcender; não só se votaram algarismos somente, ma^s regras de os applitrar. Essas regras têem-se seguido ? ísão se tem chamado ninguém fora dos quadros? Não-selem alterado a ordem desí«s quadros? ]São se lêem feito ricas molduras para encaixilhar jião sei que novos quadros e bordadas pinturas ? (*/]poiadns.) Ora pois, não se tem feito tudo isso? ISão se inutilisaram todos aquelles sacrifícios de sangue, que se fizeram no anno passado? K ess^s algarismos marcados para os differenles ramos da serviço publico, não lêem sido excedidos ? Diz S. Kx.a o Sr. Ministro da Fazenda que não: eu, pela íninha parte, como ignorante que sou, e quero ser, deslos cousas, não posso ou não quero recusar ago-Ta n satisfação do 'Sr. Ministro; mas eile ha deper-miltir-me que eu endosse esta letra a quem tem mais profundo conhecimento da matéria, e que estou persuadido no dia do prazo o ha de executar duramente.

K' preciso pois que vá esfa declaração na Resposta da Camará doa Deputados, a quem mais qu« a ninguém, no Poder Legislativo, incumbe velar por tão importante objecto.

Conclue finalmente o Discurso da Coroa com a esperança de ver melhorar a sorte das nossas Possessões Ultramarinas, pelas medidas legislativas que aqui se hão de fazer. A isto e' que meopponho com todas as minhas forças. Já essa desgraçada Constituição-de 38 tinha dado voto pleno de confiança ao Governo, para elle se occupar da administração colonial: e por mais aversão que. os il-lustres Deputados tenham áquelle malfadado Código, hão de confessar que, ao menos nesse ponto, e!ie foi mais providente do que este. Embora porem na Carta não venha essa provisão; virtualmente entendo que lá deve estar, até onde pôde não offenda directamente a prerogaliva legislativa. As Cortes e que hão de salvar as Possessões Ultramarinas do abysmo em que estão ! Desgraçadas Colónias, se lêem de esperar por isso! Pobres Cortes sobre quem se carrega com tal responsabilidade ! Desengane-se o Povo Portuguez que e um engano, urna verdadeira mistificação. As Côrles devem res-

ponder ao Governo; «dai-as vós porque vos ín« « cambei e se, no dar das vossas providencias, ne* cc cessitardes de provisões legislativas vinde pedi-las «que nós as daremos. » O Código Ultramarino é immen-so : todavia desde o reinado de EI-Rei D. Manoel, de gloriosa memória, são tantas as Leis que para alli se lêem feito que eu estou convencido que apenas haverá uma rara circumstancia em que o Ministério precise vir pedir ás Cortes autorisa-ção para melhorar a sorte daquellas Províncias (Apoiado). Se nessa immensidade de Leis ha algumas quê estejam em desharmonia com a Carta, revogadas estão por ella. Muitas outras ha que o não estão ^ e que devem e precisam ser executadas (Apoiado).

Mas, Srs., para atém., e para aquém do mar, para as remotas Províncias de Ásia e África, e as Ilhas Adjacentes, e para o Continente, e para toda a Monarchia ^em fim, nós não precisamos tão grande numero de providencias e de Leis como se quer fazer crer. O que nós precisamos, Sr» Presidente, e d*um Governo justo, probo, solicito, e que não seja exclusivo^ (Apoiado) nós precisamos d'um Governo que tracte de governar, e não d'ele-ger (/fpoiado)} d't>m Governo que não confesse, como aqui foi confessado já, que se tem entretido em eleições em vez de governar, d'um Governo que não julgue ter cumprido o seu dever quando se tem elegido quem elle pretende (Apoiado). E de certo, Sr. Presidente, se exceptuarmos alguma ope-raçãosinha financeira quando os apertam muito — e das cousas eleitoraes, do mais não se tracta. 'Entretanto deixam correr e augmentar as necessidades do Paiz , põem de parte todos os ramos de serviço publico, e abandonam tudo aos acasos da auarchia que róe e dilacera o Paiz. Demais, n'uma Nação pequena, como nós somos , o Governo deve ajudar por todos os meios ao seu alcance os esforços e a industria dos Povos* Aqui não se pôde fazer o mesmo que se faz na Inglaterra aonde ha uma accmnulação de propriedades que andam ap-plícadas ás emprezas publicas e nacionaes. Aqui entre nós e pfeciso o Governo ajudar o commer-cio, e a industria, sem o que elles hão de acabar completamente (dpoiado).