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parecern-se muito cora as que.já-vimos n'outras épocas; não nos descuidaremos. (Apoiados.) Dizeis que haveis de ser fieis á Carta ; não vos acreditamos , eternos razões para isso; (Apoiados.) Quande vós jurastes obediência á Constituição de 1838, dissestes que havíeis de ser fieis a ella, e tínheis já p pensamento de a trahir , e vós trahiste-laí (Apoiados.} Vós jurastes agora a Carta, como jurastes então a Constituição de 38, nós não vos acreditamos, (Apoiados.) a Nação Portugueza não vos acredita. (Apoiados*) Quando o Ministério de 1823 nos disse absoluto não, ha de àaver Carta, lambera houve disgraçados que o acreditaram ; quando ern 1828 se disse: Carta e nada mais j Carla e nada menos—bem se lembram da execução que teve esse fatal progfamma , (-.Apoiados.) Por mim não os lie ide acreditar, assim como em 1823 e em 1828 não acreditei o Governo que tinha uma cousa na boca outra no Coração. A conclusão e perfeita, e tirada dos actos confessados einquestio-nados de SS. EEx.as que por nenhum modo já podem negar ou disfarçar um Gabinete, modelo espantoso de violência, de.reacção e de baixas vinganças. Sim ! que se algum resto de tolerância ainda por ali i opparece , ainda ampara alguns da-quelles que não comiriungam ;ia mesa exclusiva a que são chamados somente os verdadeiros fieis, nós sabemos a QuKM.devemos essa generosidade ; (f^o&es, Apoiados, muito bem, muito bem^.não e de certo aos Srs. Ministros!

O Sr. Presidente: —A Mesa vai dar conta d'um Ofíicio que acaba de receber.

O Sr. Secretario Pereira dos Reis leu um Officio do Ministério do Reino acompanhando as Actas das eleições de Deputados das Ilhas da Madeira e Porto Santo.— Foi remettido á -Commissão de Poderes.

O Sr. Agostinho Albano:—-Eu requeiro que se prorogue a Sessão por mais uma hora (Apoiados).

Assim se resolveu.

O Sr. Ávila* — Peço a V. Ex.a queira lembrar ao Sr. Ministro da Fazenda, visto estar presente, o meu convite para o interpelar amanhã.

O Sr. Carlos Bento da Silva:-—Sr- Presidente, cabe-me a palavra em circumstancias bastante diffi-ceis ; realmente parece, que mais tenho de recorrer a mim, do que ao •illastre Orador, que acaba de íallar, que abandonou o seu logur; no entretanto pare.ce.-me que para mostrar as inexactidões d'alguns de seus argumentos, não é necessário que elle esteja presente; e a Camará .espero se prestará com a benevolência que a caracterisa, a attender-me para eu poder seguir o Sr. Deputado no decurso de algumas proposições que estabeleceu, que não me parecem conformes, nevn com a verdade dos factos, nem com as-i-ntçnções das pessoas aquém se dirigiu, nem com a política, nem com o verdadeiro estado em que nos .achamos. Sr. Presidente, tem-se dito altamente a este lado da Camará, que o movimento do Porto se íez paia elevar pessoas, e quando se tem mostrado que*as pessoas que nelle figuraram dispunham já de toda a importância política que podiam desejar.

Sr. Presidente, o movimento do Porto foi uma consequência das circumstancias em que se achava o Paix , e tinham ellas determinado tão inflexivelmente a nossa situação, que não era impossível muda-la, os homens tinham-se tornado os escravos dos factos, as-cousas podiam mais do,que as pessoas.

Antes de dirigirmos accusações procedamos a instruir-nos de qual era o estado do Paiz, quando teve logar o movimento do Porto. Atlendamos mais á historia do que á política, já que os nossos adversários fazem o contrario. Sr. Presidente , a Lei da necessidade explica o que aconteceu , e os eífeitos que se deviam seguir das cousas qwe existiam. Sr. Presidente, houve uma Revolução para destruir a Lei Fundamental do Estado, a qual foi seguida por outras Revoluções, que não deviam causar surpreza, porque não eram senão o protesto da legalidade obrigada a sair do terreno, em que as Instituições a tinham collocado. Essa resistência á brutalidade de um primeiro movimento revolucionário não pôde obter desde iogo a victoria , mas imprimiu um impulso ás icseas políticas do Pau , determinou uma reacção moral tão efficaz, que era indubitável que mais tarde ou mais cedo devia ella conduzir no triurnfo o Partido, aquém se tinha expulso dos limites da legalidade. Pôde alguém,-Sr. Presidente, considerar-se com tanta força que diga aos acontecimentos, parai ? Pôde alguém paralisar as consequências d'uina reacção ? Sr. Presidente, se a alguns dos Srs.sque se sentam hoje naquelle lado, devemos nós o ter-se a reac4çâo tornado mais prompla e mais irresistível, porque elies tendo de combater com mão armada os excessos da sua própria gente, crearam a necessidade de perder o Poder, que por meio desses excessos lhe tinha ido ás mãos, quero eu persuadir-me, que sem que elles concorressem para isso, Sr. Presidente, este serviço lhes devemos, mas também devemos advertir, que a necessidade da sua posição os levava a combater aquelles homens que eram os nossos inimigos; porque elles são inimigos de todos os Governos, porque senão podem governar nem sabem, e ao mesrno tempo consideram corno traidores todos os que não adoptam cegamente para norma de política , a absurda inspiração das suas bititaes paixões. Sr. Presidente, o acontecimento do dia 13 de Março tle 1838 não podia deixar de ter consequências, por isso qu« livrara o Paiz da coacção moral em que linha estado, bem depressa pôde o partido que lamentava a Carta chegar á urna para ir câtigmalissar ao Parlamento a U evolução que lhe tirara o Poder, quando tinha a confiança da Coroa e a rnaioria das Camarás. Assim mesmo o Partido anarchista ainda deu signal de vida junto á urna , o ois aqui porque as eleições de ,38 apresentam o. espectáculo de atrocidades horríveis , onde o partido da desordem pôde levantar a cabeça.