O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Se sentava neste lado, repeliia os planos perigosos dos Anarchistas, velava, Sr. Presidente, estava então accordado quando empregava meios tão nobres para defender a causa publica, agora muito tarde e' que descobriu o instincto do povo, o instincto do povo não sabia tanto como o talento do illustre Deputado, o illustre Deputado prestou serviços eminentes , não se pôde esquivar á nossa gratidão por elle: o illustre Deputado sustentou a ordem, não nos fallou no instincto do povo que sabia mais que S. Ex.a quando esse instincto o calumniava, e a todas as outras pessoas que então sustentavam os princípios da ordem, a todas as pessoas que se sentavam neste lado; porque isto não se vê só hoje porque appareceu um acontecimento que fez reviver todo o ódio daquelle lado; observei sempre , Sr. Presidente, que este lado da Camará nunca lhe mereceu mais consideração por não ter aqui estado por uma Revolução, aos Ministros que aqui estão hoje, não se diz mais do que se dizia então. Eis-aqui pois as inconveniências de uma Opposição inconsiderada — quando quereis dispor de toda a vossa cólera, ides encontrar que o vosso ódio que então era superior, hoje está gasto; o ódio da Opposição, Sr. Presidente, pe'cca por antigo, o ódio da Opposição não pôde ler hoje o viço que já leve, não , Sr. Presidente, não é o movimento revolucionário quem indignou alguns dos illustres Deputados que ahi se sentam , porque elles tem-se indignado por systema, quero dizer, porque os seus princípios políticos lhe ditavam uma constante excitação contra os homens que aqui se sentavam ; porque eu quando fallo em syslemas não quero de maneira alguma tomar cúmplices na indignação dos illustres Deputados as suas intenções, não, Sr. Presidente, eu não preciso ca-lumniar ninguém para justificar um Partido.

Sr. Presidente, disse-se que o movimento que teve logar no Porto linha rejeitado todos os princípios ftindamentaes da Sociedade, disse-se que elle não tinha dado a menor attençâo ao que eram deveres, ao que eram factos, ao que eram fórmulas; mas, Sr. Presidente, lemos urn testemunho de que ha exaggeração em semilhaute modo de apreciar os factos: nós vemos em uma proclamação assignada por um Ministro que não pôde ser suspeito para este caso, porque elle então tinha tenção de combater este movimento, vetnoí por esse acto, Sr. Presidente, que o movimento não pisava aos pe's todos os sentimentos, não era opposio a iodos os sgnti-mentos nobres, não era um ataque a todos os princípios geneiosos, vemos o contrario neste documento, Sr. Presidente, e devemos acceitar esta confissão, vê-se nesta proclamação, e se reconhece que o princípio que linha determinado o movimento do Porto era a generosa ide'a de vingar a memória de D. PEDRO, e de a vingar restaurando a sua obra, e então, Sr. Presidente, seja-me licito hoje em dia de tanlas accusações aproveilar-me do panegyrico de uma pessoa que pela situação em que se achava não pôde ser suspeita de estar cm connivencia com aquelles a respeito de cujos actos se dirigiram semi-Ihanles expressões. (Apoiados).

Sr. Presidente, o illustre Deputado que me precedeu disse que o programam do Ministério de £6 de Novembro ainda era um bom programma; mas, Sr. Presidente, elle não quer attender a que a existência de semelhante Ministério era um passo de VOL. Q.°— AGOSTO — 1842.

mais para o acontecimento que devia ter logar, não* porque os indivíduos que nesse Governo existiam o intestassem ; mas, Sr. Presidente, porque a força moral dos acontecimentos já não podia repellir, e então, Sr. Presidente, deve-se lembrar ao illustre Deputado que os Jornaes da Opposição gritavam só contra uma revolução, porque a Coroa tinha feito uso de uma prerogativa nomeando para Ministros os homens que se sentavam naquelles Jogares, mas dir-se-ha isso era já uni instincto do povo; enote-se bem quando eu fallo do Povo, Sr. Presidente, não entendo senão servir-me de uma palavra que realmente tem nma significação differente daquella que lhe dão os que a empregam; Sr. Presidente, por povo não entendo a Nação, não entendo ameia dúzia de indivíduos a quem o illustre Deputado concedeu o instincto, que os torna comuiuns aos outros anirnaes , não, Sr. Presidente, elles que agradeçam o epigramma, e que se reconheçam no re-trato (Apoiados): o meu povo é differente desse, eu por povo entendo uma cousa muito differente. Mas elle disse que o povo tinha instincto» este instincto no povo era o poder moderador de todas as Constituições que existiam no Paiz, era quem devia designar a Sua Magestade quaes os Ministros que ella podia nomear; porque o instincto do povo já em 26 de Novembro se tinha prenunciado contra os Ministros que então occupavam as cadeiras; não se falle em instincto do povo, faíie-se 'em ódio de Partido. E, Sr. Presidente, S. Ex.a que apoiou a Administração de 26 de Novembro, porque não viu que ella era mais um passo dado para a ordem de cousas que então se estabeleceu? e se por acaso a Administração anterior satisfez tão completamente aos princípios do seu programma, qual é a razão porque ,elle foi prestar os seus serviços aos novos entrados para a Administração?... dormia, Sr. Presidente , somno pesado!