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boas intenções: bastaria essa consideração para ea íer todo o desejo de dar quanto antes os esclarecimentos pedidos, e certamente elles seriam presentes á Camará em pouco tempo, se não involvessern matéria, que de certo a Camará ha de ver por uma simples intuição que não é um objecto, que se possa preencher com tanta proinptidâo, como deseja o Sr. Deputado, e também o Ministério; porque deseja dar promptamente todos os esclarecimentos, por onde se faça ver que tem procedido com aquella honradez, que é preciso que tenha, para que possa merecer a confiança do Exercito, eda Nação. Comtudo^ ver-se-ha nessa occasiâo que eu agradeço o terem-me facilitado aquella de poder declarar com antecipação que alguma desigualdade tem havido, porque devo declarar á Camará que occasiôes tem havido, e talvez não haja muitos minutos, que me aconteceu receber uma carta de um official, que estando n'um atrazo extenso (no mesmo , em que está a Nação toda pela falta de recursos) está de cama, e não tem nenhum recurso senão escrever ao Ministro da sua Repartição paia lhe facilitar os meios de não morrer de miséria, e desgraça. Destes exemplos podia apon tar immensos; são talvez essas as desigualdades, que se pertendern apontar; mas naquillo que e distribuição regular de fundos, tem-se feito com a maior severidade. E' verdade que se fazem arguições desta natureza com a maior cortezia possível; mas sempre delias se pôde deduzir que não se seguem os dictames da justiça; e esta idéa lá fora fa/í um grande mal; e então os Ministros, que se vêern nas audiências rodeados de gente, a que se não pôde acudir, mal podem conter a orfãa desvalida, a viuva desgraçada, quando parece se está inculcando que o Ministério tem por fim favorecer classes especiaes. Comtudo, torno a asseverar, apezar do muito trabalho, que está dando o expediente da Secretaria da Guerra, não me opponho a que venham esses esclarecimentos; porque tocam em matéria tão milindrosa, qual e' a da honra do Ministério.

Foi approvado o Requerimento do Sr, Silveira, e em seguida o additamento do Sr. Cezar.

O Sr. Jlf. A. de fasconcellos: — Para uma explicação. Eu votava pelo Requerimento do Sr. Silveirõ, e pelo additamento; mas estou obrigado a declarar que a razão, porque não votei por ambos, é porque entendi que não se devia estabelecer um precedente de se fazerem additamentos aos requerimentos de qualquer Deputado; porque assim forçosamente hão de uma vez, ou outra nascer graves inconvenientes. Eu não digo que haja alguém nesta casa tocado da tentação de fazer um requerimento por acinte; mas posso eu tê-la, e quando urii Deputado pedisse alguns esclarecimentos sobre umas obras publicas do continente, se eu lhe apresentasse um add i lamento, pedindo esclarecimentos sobre umas obras publicas de Goa, quando e que viriam cá os esclarecimentos ? parece-me que nunca, pelo menos em relação á Sessão. Ora entendia eu que não eta conveniente estabelecer um precedente terrivel, admittindoadditamentos assim: um requerimento é propriedade de quetn o faz, do ^contrario vem gravíssimos inconvenientes. Quiz dar esta explicação para se saber que regei-tei ambos os requerimentos.

ORDEM DO DIA.

Continuação da discussão na generalidade sobre

o Projecto de Resposta ao Discurso

do Throno.

O Sr. J. A. de Campos: — Sr. Presidente, apesar da maneira eminentemente brilhante, mil vezes cathegorica, por quê os Srs. Ministros responderam liontem a algumas observações que eu fiz acerca dos seus actos ministeriaes, todavia ainda me não julgo suficientemente habilitado para regeitar o -projecto de resposta ao discurso do Throno, considerando-a debaixo do mesmo ponto de vista em que a tenho considerado, quero dizer, condemnando ou approvando a conducta governativa do Ministério.

S. Ex.a o Sr. Presidente do Conselho fallandodos relatórios disse : que nenhuma das Administrações anteriores tinha apresentado seus relatórios no principio da Sessão , e que também nenhuma das Administrações anteriores tinha sido accusada corn este fundamento. Mas, Sr. Presidente, também nunca até hoje tiveram logar as circurnstancias, que hoje acompanham a installação do Corpo Legislativo: nós não estamos já no principio de uma Sessão; a Sessão principiou e acabou, que foi a extraordinária; porque a segunda Sessão, a ordinária e'esta, e delia tem já decorrido um terço. Portanto já não estamos em principio de Sessão; as circurnstancias extraordinárias que presidiram desta vez á installação» do Corpo Legislativo apresentam esta questão debaixo cToutra face inteiramente diversa ; além de que ainda que alguma das Administrações anteriores tivesse tido alguma demora, por que não sei agora se a teve, /acerca da apresentação dos relatórios , por exemplo', a primeira Administração , que se apresentou n'esta casa em 1834, e' porque tinha de dar contas de muito tempo , e desenvolver uns poucos de annos de gerência; e então não admiraria nada que houvesse alguma demora na apresentação dos relatórios; todavia não sei agora se houve com effeito essa demora, nem qual foi essa Administração a que S. Ex.a se referiu , que tinha tido grande demora na apresentação dos relatórios r se esta observação se dirigiu também á Administração installada depois de 9 de Setembro, devo dizer que esta Administração se achou em circumstan-cias peculiares em quanto exerceu o poder dictato-rial; tinha de dar conta de muitos actos, e carecia de muito tempo para fazer os relatórios. A Administração actual, Sr. Presidente , apresentou-se n'um período rnais normal do Governo Representativo, teve um. Orçamento votado, a sua gerência e menos extensa; e então parece-me que não fui exigente quando fallei na falta de apresentação dos relatórios: fallei delles como de documentos próprios para habilitar o Deputado que quizesse inteirar-se dos actos do Governo para proferir com todo o conhecimento um juiso acerca delles; entretanto os Srs. Ministros dizem que não poderam , e eu acredito ; não se segue d'ahi senão que leremos de votar independente dos esclarecimentos que elles podiam, conter.

Paliando de um Governo forte, disse eu que ap-provava o Parecer da Commissão na intelligencia de que se alludia alH a um Governo forte em. maioria parlamentar, forte em maioria nacional, fora da Camará ; forte na execução da Constituição e das leis. e na protecção de todas as garantias con;-